quinta-feira, 22 de maio de 2014

Movimento Sindical brasileiro na berlinda




Por: Elson de Melo*

Em 1986 por ocasião do julgamento de um pedido de ilegalidade de greve na empresa Moto Honda no Tribunal Regional do Trabalho - TRT 11ª Região – Amazonas, o Desembargador Benedito Lira revisor do Dissidio, fundamentando seu voto pela legalidade da greve afirmou: “quando vi os metalúrgicos do ABC continuarem uma greve julgada ilegal, ali conclui que a lei de greve estava sepultada”.

Hoje estamos assistindo varias categorias de trabalhadores, fazendo greve a revelia das direções sindicais, muitas delas para contestar Acordos ou Convenção Coletiva, celebradas sem a participação dos trabalhadores.

Por outro lado, vemos as autoridades, defendendo essa pratica nefasta que ainda existe na maioria dos Sindicatos, onde as direções assinam acordos espúrios para agradar os empregadores e os governos em detrimento aos anseios dos trabalhadores, e, o que é pior, recorre ao judiciário para legitimar praticas fraudulentas operada por sindicalistas burocratas e mal intencionados.

Em 1983 quando fundamos a Central Única dos Trabalhadores, as principais bandeiras de luta dos trabalhadores eram a Liberdade e autonomia sindica frente ao governo e o empresariado, infelizmente, o que estamos assistindo é a total e irrestrita alienação das entidades sindicais brasileiras a uma estrutura sindical autoritária, caótica que impede os trabalhadores de lutar por conquistas que melhore salários, ambiente de trabalho e assegure uma melhor qualidade de vida aos seus familiares.

Para quem nunca organizou uma greve, posso assegurar que a decisão de os trabalhadores chegarem a esse extremo, só pode ser movidos por profundo descontentamento pelas condições salariais e condições de trabalho, principalmente quando a direção do Sindicato está do lado do empregador e do governo.

Pode até não acontecer, mas arrisco afirmar – a Classe Trabalhadora começa a mudar os rumos do sindicalismo brasileiro –  as manifestações dos Garis do Rio, Motoristas do Rio e São Paulo, é o principal indícios que estamos recolocando o movimento sindical na berlinda, que é urgente a organização de oposições sindicais comprometidas com a pauta histórica dos trabalhadores e que os trabalhadores estão dispostos a retomar seu papel de protagonistas da sua própria historia.

Viva a classe trabalhadora brasileira!
Salve a união dos trabalhadores!
Pelo fim da estrutura sindical autoritária e pelega!
Por liberdade e autonomia sindical!
Trabalhadores do mundo, uni-vos!

(*)Elson de Melo é Presidente Estadual do PSOL/AM

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