domingo, 12 de julho de 2020

Sindicalismo em Tempo de Pndemia COVID-19

12 de julho, 2020

Por: Elson de Melo*

 

O governo aproveitou a pandemia para sufocar de vez o movimento sindical brasileiro. No dia 1º de abril de 2020, o governo Bolsonaro publicou a Medida Provisória 936/2020 – MP 936/20, para complementar a MP 927/20, anteriormente publicada.

O governo editou a MP 936/20 a pretexto de preservar empregos durante a pandemia Covid-19 e instituir um Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, a Medida abriu possibilidade das empresas reduzirem proporcionalmente a jornada de trabalho e os salários dos seus funcionários, ou mesmo, a suspensão temporária do contrato de trabalho com o pagamento de Benefício Emergencial para a Preservação do Emprego e Renda.

Todas as medidas do governo Bolsonaro, tiveram o caráter antisíndicas e deixaram de fora da celebração dos Acordos Trabalhistas a participação dos Sindicatos, como se não bastasse o governo rasgar a Constituição, o STF também ignorou o Art. 8 e seus parágrafos da Constituição e, também decidiu deixar de fora dos Acordos Coletivos os Sindicatos.

Há tempos que o Movimento Sindical de trabalhadores, vem perdendo espaço na relação capital e trabalho, os empresários com apoio do governo e do Ministério Público do Trabalho, promoveram por mais de três décadas, uma forte campanha de desqualificação dos Sindicatos para, em seguida, imporem as famigeradas reformas trabalhistas e da previdência.

Sindicalismo sem renovação.

Se verificarmos quem são as lideranças sindicais da atualidade, vamos constatar que são as mesmas das décadas de 70 e 80, não houve nenhuma renovação relevante nos quadros dirigentes dos Sindicatos, Federações, Confederações e Centrais Sindicais.

Depois de Lula, não surgiu nenhuma liderança sindical capaz de liderar grandes movimentos, os Sindicatos se tornaram entidades burocráticas, renunciaram a organização de base, abandonaram as pautas históricas da classe trabalhadora, abandonaram as mobilizações de massa, seus dirigentes só se articulam em cúpula e quando convocam alguma manifestação, muitas vezes a base das categorias, sequer sabem, e, quando sabem, não conseguem entender os motivos da convocação.

É urgente que o velho movimento sindical, volte as bases das suas categorias para, promover a educação sindical, esclarecer direitos, identificar demandas, organizar as reivindicações junto com a categoria e articular uma forte e expressiva campanha de sindicalização que sensibilize e convença os trabalhadores sobre a importância do Sindicato. Esse é o grande desafio.

 

Elson de Melo é ex-sindicalista e

Secretário de Comunicação do PSOL Amazonas.

 


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