Mário Lúcio Silva Costa Cóvas*
Manaus – 12/06/2018
A Zona Franca de Manaus está agonizando com
o governo do presidente golpista Michel Temer, que com o Decreto 9.394/2018, do
governo federal, que altera a tabela de incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) sobre os concentrados de bebidas não-alcoólicas,
reduzindo a alíquota de 20% para 4%, e reduzindo assim as vantagens do polo de
refrigerantes e bebidas da Zona Franca de Manaus e do nosso Polo Industrial
(PIM).
Enquanto isso, nesta terça-feira, 12/junho,
está sendo discutido na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado
Federal o projeto de lei (PLS 319/2015) que cria a Zona Franca de São Luís, no
estado do Maranhão. A proposta é do senador Roberto Rocha (PSDB-MA).
Em sua justificativa na proposta inicial, o
parlamentar alega que a criação da Zona Franca de Manaus trouxe resultados inquestionáveis
para o povo da região amazônica e serviu de exemplo para a formulação de novas
políticas de desenvolvimento regional no Brasil.
Que em São Luís, por meio do Decreto nº
97.581, de 20 de março de 1989, foi criada uma Zona de Processamento de
Exportações (ZPE) e que tal iniciativa não teria logrado sucesso.
Já com a criação da Zona Franca de São Luís,
esta visa ao desenvolvimento da região por meio do incentivo à produção de bens
destinados ao exterior. Assim, enquanto a Zona Franca de Manaus apresenta um
modelo de produção voltado marcadamente para a substituição de importações, com
o mercado brasileiro como seu principal destino, a Zona Franca de São Luís
teria o mercado externo como destino de seus produtos.
Analisando, fato é que com a modernização
das relações de consumo inclusive com o e-mercado e possibilidade de aquisição
de produtos e mercadorias via internet, a comercialização ao publico no mercado
interno tem sofrido grandes modificações.
No caso dos polos de produção de bens
industrializados na ZFM para abastecimento ao mercado interno, a ZFM tem sofrido
intensos ataques no plano interno como já exposto no inicio deste texto que a
deixam vulnerável e ameaçam os empregos já gerados.
A criação de outro polo assemelhado de
frente ao mar, ainda que com características inicialmente diferenciadas, voltadas
às exportações, pode mais tarde acumular funções de atendimento ao mercado
interno e derrubar de vez nosso já sensível polo industrial de Manaus.
O incrível é a falta de visão política da
bancada amazonense em Brasília. Até agora só tenho conhecimento do
pronunciamento da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) prevendo que mal
maiores estejam se insurgindo contra nosso projeto de desenvolvimento regional que
sofre a duros anos com a redução das vantagens comparativas em relação à outros
estados da federação.
Precisamos de mais atitudes enérgicas no
sentido de preservar os empregos existentes e garantir mais postos de trabalho
neste que tem sido o único modelo a perseverar por tanto tempo no Amazonas.
* Mário Lúcio Silva Costa
Cóvas, é bacharel em Direito, com especialização em
Direito Público, pós-graduado em educação e docência superior, atualmente é
estudante do ensino técnico e de graduação em pedagogia e também presidente
municipal do Partido Socialismo e Liberdade - PSOL/Manaus.
Agradeço o espaço para postagem na Lucta Social. Mário Lúcio - Psolista!
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