Agencia Venezuelana de Notícias
Caracas, 06 Jun. AVN
INTERNACIONAL - O chanceler da República Bolivariana da Venezuela, Jorge Arreaza, rechaçou nesta terça-feira uma resolução aprovada na Organização dos Estados Americanos (OEA) que abre a porta ao intervencionismo contra o país sul-americano.
Durante uma assembleia da OEA, transmitida pela Telesur, rechaçou o documento promovido pelo governo dos Estados Unidos (EUA), que somente conseguiu 19 votos a favor e não os 24 necessários para conseguir a suspensão da Venezuela deste organismo.
"Nós vamos com nosso povo enfrentar nossas dificuldades e entre os venezuelanos vamos resolver nossos problemas sem que seu ingerencismo, intervencionismo afete nosso país. A Venezuela é livre e soberana que Viva a Pátria Grande!", disse ao concluir sua participação.
Arreaza denunciou que a resolução contra a Venezuela viola os princípios da não intervenção da Carta Interamericana da OEA e coloca em risco a segurança do país.
"Esta aprovação, em teoria, lhe dá carta branca aos Estados Unidos (EUA) para seguir agredindo a Venezuela", advertiu, recordando como o presidente dos EUA disse publicamente que considera ações militares contra a pátria de Simón Bolívar.
"Os Estados Unidos disseram que estão todas as opções na mesa" e "todas as opções incluem também a opção militar assim disse o presidente Trump. Aqueles que aprovaram esta resolução estão também aprovando a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela", alertou.
O chanceler venezuelano fez um chamado à consciência pela unidade latino-americana e condenou as pressões que o vice-presidente dos EUA, Mike Pince, exerce contra governos na OEA para atacar a Venezuela.
"É muito lamentável que ocorram essas coisas", comentou, celebrando o apoio de outros estados-membros da OEA ao país caribenho.
"Sua resolução senhores é simplemente a soma de suas medidas coercitivas unilaterais e em consequência ilegais que em absoluto é uma ação coletiva", disse.
Também destacou que os venezuelanos somente acatam a Constituição da República. "É a única lei que importa ao povo venezuelano além do Direito Internacional Público que respeitamos plenamente".
Em seu discurso, Arreaza afirmou que o único que a Venezuela precisa é que acabem as sanções e a agressão política. "Suspendam as sanções, desbloqueiem os fundos da Venezuela, não isto que estão fazendo: mais sanções", denunciou.
O chanceler venezuelano mostrou como as sanções unilaterais dos EUA e aliados como Canadá e a União Europeia (UE) promovem um cerco financeiro contra a Venezuela e golpeiam a vida cotidiana dos venezuelanos.
Devido a estas sanções, há dois anos a Venezuela tem dificuldades para comprar produtos e medicamentos para a população, como ocorreu em 2017, quando o Citibank se negou a receber recursos venezuelanos para a importação de 312 mil doses de insulinas destinadas a atender 450 mil pacientes.
Este bloqueio, também, impediu as transações com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) para a compra de insumos na área da saúde.
Algo parecido fez o governo da Colômbia contra a Venezuela. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, proibiu que um laboratório vendesse ao Estado venezuelano medicamentos contra a malária, insumos que agora são adquiridos através de convênios com a Índia.
"A Venezuela se retira desta organização precisamente porque esta organização em absoluto não ajuda os povos de nossa América e ao contrário, como se mostrou no dia de hoje, o que faz é gerar condições para o intervencionismo, a ingerência e violar o Direito Internacional Público",afirmou Arreaza.
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