domingo, 14 de fevereiro de 2010

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2010

“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar
um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro”.
Não podeis
servir a Deus e ao dinheiro.

Mateus – 6,24
No ultimo sábado 06/02/2010 a Livraria Paulinas, promoveu uma mesa redonda cujo objetivo foi discutir a economia a serviço da vida. Tema da Campanha da Fraternidade de 2010. Participaram da mesa o Bispo Dom Luiz Soares Vieira, Vereador José Ricardo e o Índio Ely Macuxi Ribeiro.

Na visão de ambos o atual modelo econômico compromete a vida na terra. Isso remete a uma profunda reflexão sobre o modelo de economia que respeite a vida. Não é novidade para ninguém que o modelo capitalista só privilegia o dinheiro e o que é pior, concentra a riqueza da terra na mão de poucos em detrimento da maioria.

Então como a humanidade deve buscar novas formas de organizar a economia? É claro que não existe uma receita acabada parra isso, no entanto, parece que grande parte da sociedade já entendeu que o modo capitalista não se interessa pela vida. Como afirmou no último dia 03/02/2010 no programa Na Terra de Ajuricaba da TV/UFAM, o Professor Frederico Arruda: “o capitalismo é o diabo que tudo destrói”. Isso significa dizer que, esse sistema além de destruir a natureza, também dissemina a miséria, explora valores éticos e morais, escraviza o homem em toda sua plenitude. Todos se tornam escravos do dinheiro, para o capital o que menos interessa é a dignidade humana.

Os séculos XVIII, IX E XX, foram ricos em teorias e movimentos que buscam corrigir as injustiças na terra, dentre elas destacamos o Socialismo que teve em Karl Marx e Friedrich Engels como principais formuladores da teoria socialista. Marx desenvolveu a teoria da mais-valia, nela ele esclarece didaticamente como o sistema capitalista consegue subtrair da força de trabalho do homem, toda a riqueza que ele pode produzir em troca de uma miséria em forma de salário. Esclarece também que, no capitalismo o Estado é o novo feitor dos donos do capital. É o chicote do aparelho Estatal que garante através dos mecanismos jurídicos, policiais e administrativos os privilegio dos donos dos meios de produção.

Para o capitalismo o que interessa é o acumulo de capital – lucro (dinheiro), para tanto, os capitalistas destroem a natureza, escravizam os homens, cometem as mais terríveis barbáries em detrimento da vida das espécies.

Hoje o capital submete a humanidade as piores tragédias como: guerras, alcoolismo, drogas, aborto, planejamento familiar, prostituição, corrupção, fome, miséria, trabalho escravo, devastação da natureza, vírus letais e aquecimento global como forma de manter sua supremacia. Tudo isso são formas que agridem a vida. Então esse é um modelo falido que não serve a vida na terra.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, ao definir o tema Economia a Serviço da Vida para a Campanha da Fraternidade desse ano e ao invocar o Sermão da Montanha como o Lema, convida não só os cristãos para refletir sobre o verdadeiro sentido da vida, mas toda a humanidade para construir um novo modelo de economia que tenha como referencia a solidariedade, a igualdade, a justiça, a paz e a fraternidade universal. É o respeito à vida.

Num momento em que a vida fica cada vez mais banalizada, onde diariamente vemos jovens, adolescentes e até criança envolvidos na execução de crimes contra a vida, ou em outras formas de delinqüência, chegamos a pensar que estamos vivendo o apocalipse. Não, o que estamos assistindo é uma forma que o capital encontrou para semear a violência como forma de dominação. É uma violência pré-meditada que induz a humanidade a um consumismo irracional, sem controle e sem ética. É o dinheiro destruindo a vida. É o fim!

Elson de Melo – Sindicalista

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