Por NEPPI - No último domingo, dia 15, um homem foi detido pela Polícia após fazer ameaças à comunidade indígena Guaiviry, no município de Aral Moreira, em Mato Grosso do Sul. O homem se identificou como funcionário de uma das fazendas vizinhas à área, fazendo perguntas sobre a identidade das lideranças do local e ameaçando o grupo, dizendo que novos ataques de pistoleiros vão ocorrer. Segundo o conselho da Aty Guasu, a comunidade prendeu o homem e acionou a Força Nacional e a Polícia Federal.
Hoje, dia 18 de Janeiro, quando o atentado a Guaiviry completa dois meses, os indígenas cobram uma atitude do governo. “Se o Estado brasileiro não agir, tememos que o Guaiviry e outras comunidades guarani e kaiowá sofram mais violências. É urgente que o governo olhe para o Mato Grosso do Sul e resolva nossa situação. A situação de impunidade está gerando uma realidade revoltante: os pistoleiros não estão tendo mais vergonha de chegar a um acampamento em plena luz do dia para ameaçar as comunidades e matar lideranças”, diz a Aty Guasu em nota a imprensa.
A nota também lembra a importância do líder Nísio Gomes para a comunidade, enquanto “rezador e protetor do território, vida e cultura sagrada guarani e kaiowá”. Além de lutar pela recuperação do território, Nísio era um conhecedor das plantas medicinais e realizava o batismo das crianças. Ao cobrar justiça das autoridades, a Aty Guasu lembra mais uma fala do líder atacado como forma de encorajar as comunidades guarani a resistir em sua terra de origem e garantir uma vida melhor aos descendentes. “Até devemos morrer, se for preciso pelo nosso tekoha guasu, para salvar muitas vidas e o futuro de nossas crianças, mas abandonar o tekoha nunca, porque nós pertencemos ao nosso tekoha guasu”, dizia Nísio.
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