A primeira eleição direta para Governador do Estado do Amazonas após o golpe militar de 1964 ocorreu no ano de 1982, à população elegeu Gilberto Mestrinho pela segunda vez para o mais importante cargo do Estado. Uma vez no poder ele declarou: “vamos ficar durante vinte anos governando o Amazonas!”. Até o ano de dois mil e dois, ouve um revezamento entre Gilberto e Amazonino ano em que o mesmo Elegeu Eduardo Braga como seu sucessor, cumprindo assim a profecia maldita de Gilberto que a depender dos resultados das eleições de dois mil e dez, completa, vinte e oito anos, de dinastia da “maldição da rodela”.
Da mesma forma, a capital do Estado, Manaus, que teve o seu primeiro prefeito eleito após o golpe militar somente em mil novecentos e oitenta e cinco, segue o mesmo roteiro. A população vem escolhendo sempre dentre as pessoas pertencentes ao grupo que chegou ao poder em mil novecentos e oitenta e dois, a única exceção é Serafim Corrêa que é originalmente da antiga Arena – PDS, mas, foi incluído na disputa eleitoral pelo atual Senador Artur Neto que em 1986, se “desligou” do grupo de Gilberto Mestrinho, para retornará em 1990 ao covil da rodela.
Durante os últimos vinte e seis anos o Amazonas elegeu para governador apenas três pessoas. Gilberto em 1982 e 1990, Amazonino em 1986, 1994 e 1998, Eduardo Braga em 2002 e 2006. Em Manaus a sucessão também não foge muita a profecia. Nos últimos vinte e três anos a população fez a seguinte escolha: Manoel Henrique Ribeiro em 1985, Artur Neto em 1988, Amazonino Mendes em 1992 e 2008, Alfredo Nascimento em 1996 e 2000 e Serafim em 2004.
A hegemonia desse grupo se dá principalmente pela forma como eles conseguem envolver a sociedade em uma polarização entre eles. Fazem parecer que existe em determinados períodos uma ruptura irreconciliável de membros do grupo, fingem um antagonismo insuperável que permite sua rearticulação sempre que existe uma possibilidade real de perderem a supremacia sobre o controle da maquina estatal amazonense. Essa constatação é visível quando verificamos que apenas três pessoas se revezam no governo do Estado, no período de 28 (vinte e oito) anos.
Por outro lado, desenvolvem uma política de cooptação de potenciais lideranças e partidos que venham a comprometer essa hegemonia, foi assim com Fabio Lucena, Josué Filho, Artur Neto, Mario Frota, Beth Aziz, Nonato Oliveira, Jéferson Peres e mais recente Eron, Vanessa, Sinésio, PC do B, PT e o próprio Serafim com o seu PSB. Na esteira dos cooptados não faltam, lideranças sindicais e de movimentos populares. As únicas potenciais lideranças que não atenderam publicamente a essa cooptação, foram inviabilizados pelo isolamento político, fechando todos os espaços nos partidos políticos tradicionais e na mídia para que eles não prosperem é o caso de: Evandro Carreira e Aloysio Nogueira.
Com a dedicação de sua vitória para Prefeito no ultimo dia 26 de outubro a Gilberto Mestrinho, Amazonino Mendes completa um ciclo comandado pelo velho caudilho e, assume a sucessão definitiva no comando do grupo. Até o presente momento a profecia da maldição da rodela de Gilberto Mestrinho vem se concretizando, a marca populista, demagoga e autoritária está presente em todos os Partidos do Amazonas, a única exceção é o PSOL, PSTU e PCB.
A OPOSIÇÃO NO AMAZONAS
No período de 1982 até os dias de hoje a oposição no Amazonas, não consegue se firmar como uma alternativa de poder local. Enquanto os Estados vizinhos como Acre, Rondônia, Pará e Amapá, a oposição consegue derrotar suas oligarquias. Aqui no Amazonas o Maximo que tem chegado é eleger uma quantidade irrisória de parlamentares para a Câmara Municipal, Assembléia Legislativa e Câmara Federal. Esse é o reflexo das estratégias equivocadas dos partidos ditos de esquerda.
Em 1982 o inimigo a ser derrotado era a ditadura militar, os Partidos Comunistas PCB – hoje PPS –, PC do B, estavam na clandestinidade, optaram por Gilberto Mestrinho como o candidato capaz de derrotar Josué Filho candidato da ditadura, ficando como alternativa de esquerda o PT, em 1985 mantiveram a estratégia de apoiar Manoel Ribeiro para derrotar Amini Lindoso candidata à Prefeita da ditadura, permanecendo o PT como alternativa de esquerda, na eleição de 1986 com o surgimento de novos partidos no Amazonas Artur “rompe” com o grupo e se lança candidato ao Governo pelo PSB contra Amazonino Mendes e, o PT continua como alternativa de esquerda. Na verdade a maldição da rodela – eternizada por Evandro Carreira, começa em 1958, quando Gilberto Mestrinho é eleito Governador com apoio total do seu pai político Plínio Coelho Governador da época, que o tivera nomeado Prefeito de Manaus em 1956.
Com a demonização do grupo de Gilberto e Amazonino, a oposição no Amazonas vem alternando apoio a candidatos que momentaneamente fingem romper com as principais lideranças do projeto vinte anos da dinastia da rodela, essa polarização impossibilitou a formação de lideranças autentica de oposição, impede a formatação de um projeto alternativo para o Amazonas e leva a população escolher sempre entre o inferno e o purgatório. Nunca ninguém convidou a população para conhecer o paraíso!
O PT que simbolizava a resistência da esquerda, não foi capaz de se firmar como uma alternativa real de poder local. Em 1982, vislumbrou através de Marcio Souza o mestre da ecologia amazônica Evandro Carreira lançando-o candidato a Governador do Estado, na época ele era Senador pelo MDB e candidato nato à reeleição para o Senado pela fusão em fevereiro de 1982 do MDB com o PP, que resultou no atual PMDB. Por fazer historicamente oposição política a Gilberto Mestrinho, Evandro Carreira preferiu o desfio de concorrer ao governo pelo recém-criado PT que, meses antes da eleição o substituiu pelo Professor Osvaldo Coelho, tendo o mesmo, concorrido à reeleição para o Senado. Esse relato não tem a pretensão de fazer juízo de valor sobre o episódio, porem, é um parâmetro para refletirmos sobre os caminhos que o PT tomou posteriormente, caminhos que o inviabilizaram de se constituir como catalisador de um projeto de poder no Amazonas.
Foi em 1990 que o PT começou sua trajetória de alianças com remanescentes do grupo de Gilberto Mestrinho. Mas, foi nos últimos anos que PT não resistiu aos flertes desse grupo e é hoje parte integrante da “maldição da rodela”. Na ultima eleição esse Partido em Manaus, se dividiu entre três candidaturas no 1º turno: Praciano, Serafim e Omar. Atualmente no Amazonas não existe oposição, nem no parlamento e muito menos na sociedade civil organizada. Todos os potenciais lideranças estão engessados, ou por não acreditarem no seu potencial, mas, principalmente por não acreditarem no poder de reação das massas e na sua organização. É hora de refletirmos sobre os caminhos que a esquerda socialista pretende percorrer nos próximos pleitos eleitorais.
Da mesma forma, a capital do Estado, Manaus, que teve o seu primeiro prefeito eleito após o golpe militar somente em mil novecentos e oitenta e cinco, segue o mesmo roteiro. A população vem escolhendo sempre dentre as pessoas pertencentes ao grupo que chegou ao poder em mil novecentos e oitenta e dois, a única exceção é Serafim Corrêa que é originalmente da antiga Arena – PDS, mas, foi incluído na disputa eleitoral pelo atual Senador Artur Neto que em 1986, se “desligou” do grupo de Gilberto Mestrinho, para retornará em 1990 ao covil da rodela.
Durante os últimos vinte e seis anos o Amazonas elegeu para governador apenas três pessoas. Gilberto em 1982 e 1990, Amazonino em 1986, 1994 e 1998, Eduardo Braga em 2002 e 2006. Em Manaus a sucessão também não foge muita a profecia. Nos últimos vinte e três anos a população fez a seguinte escolha: Manoel Henrique Ribeiro em 1985, Artur Neto em 1988, Amazonino Mendes em 1992 e 2008, Alfredo Nascimento em 1996 e 2000 e Serafim em 2004.
A hegemonia desse grupo se dá principalmente pela forma como eles conseguem envolver a sociedade em uma polarização entre eles. Fazem parecer que existe em determinados períodos uma ruptura irreconciliável de membros do grupo, fingem um antagonismo insuperável que permite sua rearticulação sempre que existe uma possibilidade real de perderem a supremacia sobre o controle da maquina estatal amazonense. Essa constatação é visível quando verificamos que apenas três pessoas se revezam no governo do Estado, no período de 28 (vinte e oito) anos.
Por outro lado, desenvolvem uma política de cooptação de potenciais lideranças e partidos que venham a comprometer essa hegemonia, foi assim com Fabio Lucena, Josué Filho, Artur Neto, Mario Frota, Beth Aziz, Nonato Oliveira, Jéferson Peres e mais recente Eron, Vanessa, Sinésio, PC do B, PT e o próprio Serafim com o seu PSB. Na esteira dos cooptados não faltam, lideranças sindicais e de movimentos populares. As únicas potenciais lideranças que não atenderam publicamente a essa cooptação, foram inviabilizados pelo isolamento político, fechando todos os espaços nos partidos políticos tradicionais e na mídia para que eles não prosperem é o caso de: Evandro Carreira e Aloysio Nogueira.
Com a dedicação de sua vitória para Prefeito no ultimo dia 26 de outubro a Gilberto Mestrinho, Amazonino Mendes completa um ciclo comandado pelo velho caudilho e, assume a sucessão definitiva no comando do grupo. Até o presente momento a profecia da maldição da rodela de Gilberto Mestrinho vem se concretizando, a marca populista, demagoga e autoritária está presente em todos os Partidos do Amazonas, a única exceção é o PSOL, PSTU e PCB.
A OPOSIÇÃO NO AMAZONAS
No período de 1982 até os dias de hoje a oposição no Amazonas, não consegue se firmar como uma alternativa de poder local. Enquanto os Estados vizinhos como Acre, Rondônia, Pará e Amapá, a oposição consegue derrotar suas oligarquias. Aqui no Amazonas o Maximo que tem chegado é eleger uma quantidade irrisória de parlamentares para a Câmara Municipal, Assembléia Legislativa e Câmara Federal. Esse é o reflexo das estratégias equivocadas dos partidos ditos de esquerda.
Em 1982 o inimigo a ser derrotado era a ditadura militar, os Partidos Comunistas PCB – hoje PPS –, PC do B, estavam na clandestinidade, optaram por Gilberto Mestrinho como o candidato capaz de derrotar Josué Filho candidato da ditadura, ficando como alternativa de esquerda o PT, em 1985 mantiveram a estratégia de apoiar Manoel Ribeiro para derrotar Amini Lindoso candidata à Prefeita da ditadura, permanecendo o PT como alternativa de esquerda, na eleição de 1986 com o surgimento de novos partidos no Amazonas Artur “rompe” com o grupo e se lança candidato ao Governo pelo PSB contra Amazonino Mendes e, o PT continua como alternativa de esquerda. Na verdade a maldição da rodela – eternizada por Evandro Carreira, começa em 1958, quando Gilberto Mestrinho é eleito Governador com apoio total do seu pai político Plínio Coelho Governador da época, que o tivera nomeado Prefeito de Manaus em 1956.
Com a demonização do grupo de Gilberto e Amazonino, a oposição no Amazonas vem alternando apoio a candidatos que momentaneamente fingem romper com as principais lideranças do projeto vinte anos da dinastia da rodela, essa polarização impossibilitou a formação de lideranças autentica de oposição, impede a formatação de um projeto alternativo para o Amazonas e leva a população escolher sempre entre o inferno e o purgatório. Nunca ninguém convidou a população para conhecer o paraíso!
O PT que simbolizava a resistência da esquerda, não foi capaz de se firmar como uma alternativa real de poder local. Em 1982, vislumbrou através de Marcio Souza o mestre da ecologia amazônica Evandro Carreira lançando-o candidato a Governador do Estado, na época ele era Senador pelo MDB e candidato nato à reeleição para o Senado pela fusão em fevereiro de 1982 do MDB com o PP, que resultou no atual PMDB. Por fazer historicamente oposição política a Gilberto Mestrinho, Evandro Carreira preferiu o desfio de concorrer ao governo pelo recém-criado PT que, meses antes da eleição o substituiu pelo Professor Osvaldo Coelho, tendo o mesmo, concorrido à reeleição para o Senado. Esse relato não tem a pretensão de fazer juízo de valor sobre o episódio, porem, é um parâmetro para refletirmos sobre os caminhos que o PT tomou posteriormente, caminhos que o inviabilizaram de se constituir como catalisador de um projeto de poder no Amazonas.
Foi em 1990 que o PT começou sua trajetória de alianças com remanescentes do grupo de Gilberto Mestrinho. Mas, foi nos últimos anos que PT não resistiu aos flertes desse grupo e é hoje parte integrante da “maldição da rodela”. Na ultima eleição esse Partido em Manaus, se dividiu entre três candidaturas no 1º turno: Praciano, Serafim e Omar. Atualmente no Amazonas não existe oposição, nem no parlamento e muito menos na sociedade civil organizada. Todos os potenciais lideranças estão engessados, ou por não acreditarem no seu potencial, mas, principalmente por não acreditarem no poder de reação das massas e na sua organização. É hora de refletirmos sobre os caminhos que a esquerda socialista pretende percorrer nos próximos pleitos eleitorais.
Elson de Melo
Presidente do PSOL/MANAUS
Presidente do PSOL/MANAUS
Esse excelente analise e olha que faço parte do grupo da maldicao da rodela. Parabens
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