(DEUS ME MANTÉM VIVO
II)
Jornalismo Carlos Costa
Depois que o programa Fantástico
exibiu o caso do médico neurocirurgião americano Alexander Eben, (que em 10 de
novembro de 2006 foi levado às pressas para o hospital e seus colegas disseram
à família que ele teria poucas chances de se recuperar entrando em coma em
seguida), criei coragem para revelar minha experiência pós-morte, também. O
professor da Escola de Medicina de Havard, que estudou o cérebro durante 25
anos e tinha explicação neurológica para tudo e, sempre, justificando que a
morte significava o fim da vida, se convenceu que a morte é, na verdade, apenas
o começo e passou a acreditar em vida após a morte, porque teve visões de um
paraíso e voltou convencido de que existe vida do outro lado, depois da vida,
eu também estou convencido da mesma existência de vida após a morte.
Com a coragem que Deus me deu e
Alexander Eben confirmou, narrarei a seguir, o que nunca publiquei antes, em
nenhum local, em detalhes, explicando a razão de eu ter escrito e pedido a
publicação de minha crônica DEUS ME MANTÉM VIVO, porque temia que ninguém
acreditasse em minhas palavras.
Fui internado de emergência com
diagnóstico de “líquido em minha cabeça”, em maio de 2006 e fui submetido às
pressas a duas cirurgias seguidas - uma
para remover o líquido – que era um empiema cerebral - e, a segunda, para fazer correções de líquido
que continuava sentindo dentro de minha cabeça, como fosse a água de um mar
batendo nas pedras, sempre que virava para qualquer lado. Troquei de médico.
Uma nova equipe médica, comandada pelo neurocirurgião Dr. Dante Luis Garcia
Rivera, decidiu me internar para uma
nova cirurgia de emergência, no dia 4/10/2006, desta vez acompanhado pelos
neurocirurgiões Drs. Michael e
Carreira. Eu já se estava infectado por
duas bactérias hospitalares e, em vez de líquido branco, incolor e sem cheiro,
como na primeira vez, o que saiu foi um líquido purulento, mal cheiroso, gerando um diagnóstico equivocado de câncer
em metástase. Minha esposa, ao receber o resultado do exame realizado em
Botucatu-SP, tido como laboratório referência mundial em diagnóstico de casos
de câncer comandado pelo Dr. Carlos Backer. A nova equipe médica que tentou sem
sucesso remover as bactérias sem sucesso durante sete horas, porque elas haviam
construído uma espécie de casulo ocupando parte de meu cérebro, e sangrava
muito e desistiram. Entrei em coma profundo por sete dias, depois dessa
cirurgia, perdi a memória, a voz e nada conseguia falar ou reconhecer qualquer
pessoa. Só que durante todo esse tempo, com tubos ocupando os espaços apertados
de minha garganta, lutando pela vida, ouvia vozes, barulhos, na verdade eu era
apenas um ator do núcleo de novelas da Rede Globo, contratado para representar,
com realidade, uma das vítimas do acidente do avião 727-800 SFP, que a Gol
Transportes Aéreos, com destino a Manaus, colidiu com o avião Legassy 600
PR-GTD, ocorrido em 29 de setembro de 2006. Depois de sete dias, despertei e vi
um aparelho de TV ligado 24 horas na
UTI, que ainda repercutia notícias sobre o acidente, mas sem qualquer outro
tipo de referência que me orientasse e passei a ver e ler nas paredes brancas
da UTI, para qualquer lado que olhasse as letras “SJS” que as interpretei como
sendo o significado da palavra “Só Jesus Salva”. Minha esposa Yara, nada conseguia ver ou ler.
Eu estava ocupando uma das UTIs do Hospital Santa Júlia, em Manaus, um dos
melhores. Depois de sair do coma, ainda permaneci por uns 30 dias como um zumbi
sem memória, não reconhecendo ninguém que me visitasse, só olhando fixo para um
teto branco e com dificuldades na fala, gaguejando muito. Perguntei à minha
esposa: “que dia é hoje”? Depois, lhe questionei: “quantos dias fiquei em
coma?”. Não acreditando que haviam se
passado sete dias, perguntei novamente “que dia é hoje” com muita dificuldade e
dores na garganta porque permaneci com tubos e sendo alimentado por sondas e
fiquei convencido do que me relataram.
Como “ator de novelas da Globo”,
me via e me sentia sendo transportado de um lugar para o outro, depois, de
avião até o local do acidente no Estado do Pará, já todo maquiado e pronto para
representar o papel de um dos acidentados que teriam supostamente sobrevivido
ao acidente. Mas como? Não houve qualquer sobrevivente! Também ouvia barulho de macas de outros
atores que teriam sido contratados como eu, se movendo de um local para o outro
pelos apertados corredores de onde nos encontrávamos no set de filmagens. Isso tudo teria sido um
delírio, sonho, pesadelo ou apenas uma indireta associação ao meu desejo de ter
sido ator de teatro na adolescência, interrompido em meu primeiro trabalho no
ensaio do texto do dramaturgo Ariano Suassuna, - “ O Alto da Compadecida”?
Na peça, eu interpretaria o personagem “João
Grilo”, como integrante da “trupe” de teatro de Álvaro Braga, juntamente com os
atores Washington Alves, Carlos Garcia, Carlos Aguiar, Ednelza Saado, Mário
Jorge Corrêa, comandados pelo dramaturgo amazonense Álvaro Braga. Muitos outros
atores que dividiriam o palco comigo, também se dividiam entre o trabalho para
ganhar dinheiro e o sonho de serem atores amadores. Alguns conseguiram e
prosseguiram na carreira; outros, como eu, ficaram no sonho, apenas. Talvez
tenha sido até melhor porque me tornei um cronista, depois de tentar ser poeta,
impedido que fui pela ditadura do
Governo Militar que deu o golpe no Brasil e implantou no país a partir
de 1964, que censurava quase todas
minhas poesias do livro de estréia (DES)Construção, em 1978, com 18 anos
apenas.
Em 2008, quando novamente me
internei e fui submetido a décima primeira intervenção cirúrgica, desde 2006,
me senti nervoso, agitado, preocupado e comecei a me despedir dos amigos,
porque pensei que fosse morrer na sala de cirurgia que ocorreria no dia
seguinte. Pedi ao meu cunhado, pastor evangélico R. Rafael de Queiroz Neto, que
fosse ao hospital para rezar em minha
cabeça. Ele rezou e eu tive uma noite tranquila e até sonhei, mas não lembro
mais sobre qual o motivo de meu sonho, sei que era tranquilo, bom, como se Deus
estivesse segurando em minha mão. No dia seguinte, ainda nervoso e agitado, fui
levado à sala cirúrgica por volta das 19 horas e, enquanto ouvia vozes do
médico e do anestesista conversando, fui anestesiado. Horas depois, ouvi
barulho de maca nos corredores e vozes de novo. Em seguida, passei a ver uma
luz branca muito forte em meu rosto. A forte luz estava me seguindo e me
cegando não sendo possível ver os rostos das pessoas vestidas de branco como se
fossem médicos – ou anjos de luz, quem sabe? – Conversavam entre eles enquanto
me aplicavam choques no coração, com
desfibrilador e a cada choque eu pulava na maca, mas a luz branca seguia meu
olhar para qualquer lado que tentasse virar. Depois, durante minha recuperação
na UTI perguntei aos médicos sobre minha visão e se eu tinha recebido choques.
Todos negaram. Em uma visita diária de meu médico neurologista, Dr. Dante Luis
Garcia Rivera, perguntei novamente e me respondeu que tinha sido a melhor
cirurgia que ele já tinha feito em meu cérebro e atribuiu ao nervosismo que
senti ao entrar na sala cirúrgica, minha visão. É eu estava muito nervoso
mesmo!
Durante a visita que recebi de
meu cunhado, o pastor protestante ao hospital, os dois se encontraram. Quando apresentei meu cunhado Rafael de
Queiroz Neto ao Dr. Dante os dois conversaram
longamente. O Dr. Dante contou casos pessoais seus sobre o que havia lhe
contado e outros casos neurológicos de pessoas que, como eu, também permaneciam
em coma por dias e tiveram visões de luzes brancas e pessoas de branco os
socorrendo-as, como eu também tive. Eu ouvia tudo e, depois da conversa do
médico e meu cunhado, usei meu “vermelinho” da marca Toshiba e, dentro do
hospital, escrevi a crônica “DEUS ME MANTÉM VIVO”, publicada primeiramente no
Blog da Floresta, criado e dirigido pelo companheiro jornalista já falecido
recentemente, Orlando Farias, e depois
republicada e lida em muitos outros blogs pelo Brasil.
É...Dr. Alexander, eu também
passei a acreditar em vida plena após a morte,
porque tive a mesma prazerosa e agradável sensação de que DEUS ME MANTÉM
VIVO!
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