Meu artigo hoje vem descosido, com saudade do passado. Deveria ligar para alguns amigos bolchevistas que sonham com socialismo de Karl Marx. Tenho saudade do meu velho professor de história que contava fascinado a história de Trotsky e da revolução de outubro, a primeira revolução proletária vitoriosa do globo terrestre nasceu livre. Não poderia ser de outra forma. Sem levar a liberdade a sua ultima conseqüência, uma revolução é sempre derrotada. Igualmente a cristo, Trotsky teve na palavra o seu maior poder. Comandante do exército vermelho, poderia ter executado um golpe de estado que eliminasse Stalin e conduzisse ele ao poder ditatorial no nascente estado operário. Mas não o fez porque considerava que apenas a mobilização dos trabalhadores Russos poderia derrubar Stalin. Trotsky não queria o poder pelo poder, mas sim o poder para o avanço da revolução e liberdade da humanidade.
Lembrei do passado e vi o rasputin da república lulista ser cassado ser cassado por 257 votos contados.
No dia que Dirceu foi cassado, uma nostalgia melancólica tomou-me, porque encontrei, uma matéria de jornal na biblioteca de minha casa onde o Dirceu revolucionário dizia para os soldados no avião, quando foi conduzido para exílio em Cuba, “eu vou, mais eu volto”. Palavra cumprida. Dirceu foi e voltou, chegou ao poder, virou Ministro da Casa Civil, o homem mais poderoso do governo Lula.
À noite quando voltei da faculdade, tive um alívio: Dirceu estava cassado e só. Dirceu bem que tentou convencer os deputados a votarem contra sua cassação, mas nem a sua biografia de bolchevista revolucionário lhe salvou das bengaladas. No fim de toda essa novela Mexicana aquele sábio velhinho nos ensinou uma lição de literatura internacional quando chamou Dirceu de Fristão _ o inimigo corrupto dos delírios de Dom Quixote _ o todo poderoso Dirceu voltou para casa. Seu único trunfo é sua biografia que ele mesmo destruiu. Deleito-me sobre o livro certezas e ilusões do Partido Comunista. Lembrei-me de Oswaldo Andrade _este sim era comunista de verdade _e de seu discurso, um dos melhores que já ouvi. “Aqui, na mesma guerra pela democracia estamos hoje unindo e unindo o pensamento do Brasil... E também a fé na democracia, a fé no futuro, a fé nos teimosos destinos do Brasil”. Tive uma brutal saudade da eloqüência dos meus discursos. Lembrei da invasão da Câmara dos vereadores em 2002, uma das poucas vezes que vi o movimento estudantil unido em defesa da coletividade. Era um capital humano de pessoas, Estalinistas e trotskistas todos unidos.
Nunca acreditei em Lula, apesar do meu pai ser amigo pessoal do presidente e ser fundador do Partido dos Trabalhadores – PT no Estado do Amazonas. E nunca achei o Dirceu ladrão. Apesar de meus amigos bolchevistas não acreditarem nisso.
Tenho saudade de mim, por causa do Dirceu revolucionário. Não do Dirceu Stalinista e coveiro da revolução e do socialismo. Tenho saudade de mim na época do movimento estudantil. Eu com rosto cheio de esperança, achando que poderia mudar a história. Tenho saudade da Escola Estadual Djalma Batista, época em que eu era compositor, e que a poesia misturava-se com a revolução, e tornavam-se discursos inflamados contra o Neoliberalismo Norte Americano e o sistema Capitalista Canibalesco. Tenho saudade do tempo em que a fé era um sentimento de esquerda e, eu sonhava em morrer pela revolução. Sinto saudade dos meus amigos revolucionários que viram à direita.
Para mim a morte era pequena, o Marxismo superava a morte. Hoje, discordo de Ernesto Renan e Max Muller, quando atribuem o homem um instinto de crer, acho que o instinto responsável pelo fenômeno místico é o instinto da sobrevivência, o desejo de permanecer vivo.
A verdade foi que tremi quando Dirceu foi cassado, pois comecei a entender que a geração de Dirceu e companhia era fraca demais para mudar a realidade social deste País.
Alex Mendes
Vice-Presidente Estadual do PSOL - AM
Lembrei do passado e vi o rasputin da república lulista ser cassado ser cassado por 257 votos contados.
No dia que Dirceu foi cassado, uma nostalgia melancólica tomou-me, porque encontrei, uma matéria de jornal na biblioteca de minha casa onde o Dirceu revolucionário dizia para os soldados no avião, quando foi conduzido para exílio em Cuba, “eu vou, mais eu volto”. Palavra cumprida. Dirceu foi e voltou, chegou ao poder, virou Ministro da Casa Civil, o homem mais poderoso do governo Lula.
À noite quando voltei da faculdade, tive um alívio: Dirceu estava cassado e só. Dirceu bem que tentou convencer os deputados a votarem contra sua cassação, mas nem a sua biografia de bolchevista revolucionário lhe salvou das bengaladas. No fim de toda essa novela Mexicana aquele sábio velhinho nos ensinou uma lição de literatura internacional quando chamou Dirceu de Fristão _ o inimigo corrupto dos delírios de Dom Quixote _ o todo poderoso Dirceu voltou para casa. Seu único trunfo é sua biografia que ele mesmo destruiu. Deleito-me sobre o livro certezas e ilusões do Partido Comunista. Lembrei-me de Oswaldo Andrade _este sim era comunista de verdade _e de seu discurso, um dos melhores que já ouvi. “Aqui, na mesma guerra pela democracia estamos hoje unindo e unindo o pensamento do Brasil... E também a fé na democracia, a fé no futuro, a fé nos teimosos destinos do Brasil”. Tive uma brutal saudade da eloqüência dos meus discursos. Lembrei da invasão da Câmara dos vereadores em 2002, uma das poucas vezes que vi o movimento estudantil unido em defesa da coletividade. Era um capital humano de pessoas, Estalinistas e trotskistas todos unidos.
Nunca acreditei em Lula, apesar do meu pai ser amigo pessoal do presidente e ser fundador do Partido dos Trabalhadores – PT no Estado do Amazonas. E nunca achei o Dirceu ladrão. Apesar de meus amigos bolchevistas não acreditarem nisso.
Tenho saudade de mim, por causa do Dirceu revolucionário. Não do Dirceu Stalinista e coveiro da revolução e do socialismo. Tenho saudade de mim na época do movimento estudantil. Eu com rosto cheio de esperança, achando que poderia mudar a história. Tenho saudade da Escola Estadual Djalma Batista, época em que eu era compositor, e que a poesia misturava-se com a revolução, e tornavam-se discursos inflamados contra o Neoliberalismo Norte Americano e o sistema Capitalista Canibalesco. Tenho saudade do tempo em que a fé era um sentimento de esquerda e, eu sonhava em morrer pela revolução. Sinto saudade dos meus amigos revolucionários que viram à direita.
Para mim a morte era pequena, o Marxismo superava a morte. Hoje, discordo de Ernesto Renan e Max Muller, quando atribuem o homem um instinto de crer, acho que o instinto responsável pelo fenômeno místico é o instinto da sobrevivência, o desejo de permanecer vivo.
A verdade foi que tremi quando Dirceu foi cassado, pois comecei a entender que a geração de Dirceu e companhia era fraca demais para mudar a realidade social deste País.
Alex Mendes
Vice-Presidente Estadual do PSOL - AM
Alex,o seu artigo vem conduzido de forma poética sobre sua experiência na politica eu acho ético se falar de algo tão realista em nossos dias, existem sonhos que todos temos em relação ao futuro que nos reserva, diferenças entre "SER ou NÃO SER" e "ACEITAR ou NÃO ACEITAR"...são algumas idéias que devemos ter em tudo isso que relatou, gostaria muito de saber sua opinião sobre os pontos positivos e negativos do governo do presidente Lula hoje, fica aberto esse desafio!
ResponderExcluirParabéns pelo seu artigo.
Fabricia é sempre um prazer me comunicar com você. Sua capacidade intelectual de aborda temas relevantes sobre a politica local e nacional sempre me encantou!
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