Por: Ronaldo Tiradentes
Há cerca de 20 dias, Alfredo Nascimento procurou o prefeito Amazonino Mendes para comunicar que teria uma conversa com Serafim Corrêa. Amazonino tentou convencer Alfredo a postergar o encontro. “ainda é cedo para essa conversa. Deixe as coisas evoluírem” – aconselhou Amazonino.
Decidido, Alfredo foi adiante e acelerou o encontro. No dia seguinte, temendo que Amazonino fosse ficar chateado, correu com o prefeito e contou “detalhes” da conversa havida com o ex-prefeito e o 1º. filho, Marcelo Serafim. “Não assumi nenhum compromisso com eles só pedi o apoio para a Dilma” – relatou Alfredo.
Alfredo contou outras abobrinhas e escondeu o ponto principal da conversa. Não disse que convidou Serafim para ser o vice, muito menos que ele aceitou. Revelar que prometeu dar o sangue para eleger Serafim prefeito em 2012, enfrentando Amazonino numa reeleição, Alfredo manteve em segredo.
Dias depois, Alfredo fez o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ligar para Amazonino e tirar a temperatura dele, fazer uma sondagem sobre as impressões do Negão, acerca do encontro de Alfredo e Serafim.
Ainda inocente e sem saber que estava sendo traído, Amazonino disse que a ida de Serafim para o bloco pró-Dilma poderia ajudar a candidata palaciana.
Como mentira tem pernas curtas, poucas horas depois, Amazonino soube por terceiros dos detalhes da verdadeira conversa e da arapuca armada por Serafim e Alfredo . Ficou “p da vida”. Ligou para Padilha e disse que diante do quadro, estava inviabilizada a presença dele no palanque de Alfredo. “Não tenho como subir no palanque para ajudar o homem que eu combato todos os dias, que deixou minha cidade arrasada. Preciso manter a coerência”. – disse o Negão para o articulador político do Planalto.
Padilha pediu um encontro pessoal com o Prefeito de Manaus. Convite aceito.
Antes de viajar para Brasília, Amazonino conversou com Omar Aziz e, juntos, trataram da reedição da ação conjunta, explodindo todas as pontes que poderiam permitir um reencontro com Alfredo Nascimento.
Após o lançamento da ação conjunta na sede do Governo, Amazonino viajou para o encontro com o poderoso ministro Padilha, em Brasília, na quarta. Decidido, Amazonino reiterou todas as dificuldades que teria para subir no palanque de Alfredo ao lado de Serafim. Padilha ainda tentou convencer Amazonino, dizendo que a aliança Alfredo e Serafim não passava pela Prefeitura em 2012. Amazonino disse que não estava preocupado com eleição, lembrando que abriu mão de disputar o governo com todas as pesquisas indicando o nome dele em 1º. lugar.
Por fim, Amazonino prestou um grande serviço ao Palácio do Planalto. Alertou que do jeito que a coisa estava andando em Manaus, com essa história de palanque único e com Omar sendo enxotado do palanque da presidenciável Dilma Roussef, o tucano José Serra poderia ganhar um aliado, o governador do Amazonas.
No mesmo dia, as pesquisas indicavam que Dilma estava 10 pontos atrás de Serra. Padilha chegou a conclusão que escorraçar um governador pela porta dos fundos não era conveniente. Ligou para Omar e convidou-o para um encontro que deverá acontecer na próxima quarta. Certamente, vai preferir ter dois palanques no Amazonas do que ter um poderodo palanque contra, ao lado do PSDB e DEM.
Um detalhe. No sábado passado, o empresário Gustavo Pereira, filho de do ex-ministro Alfredo, se casou com a noiva Débora, num badaladíssimo evento social registrado em todas colunas sociais da cidade. O convidado mais importante era o prefeito de Manaus. Chateado com a atitude de Alfredo, Amazonino faltou ao evento.
Enquanto Gustavo Pereira e a noiva trocavam alianças jurando amar um ao outro “até que a morte nos separe”, Amazonino participava de outro evento, bem mais importante para a vida da cidade: Fazia o casamento dele com Omar Aziz, numa animada conversa que resultou na anunciada ação conjunta que promete acabar com os buracos em Manaus, em 90 dias.
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