Radioagência NP
A novela “Amor e Revolução”, que estreou na última terça-feira 5 no SBT, é alvo de abaixo-assinado promovido por militares que são contra sua exibição. O programa tem o período da ditadura militar no Brasil (1964-1985) em sua trama central e mostra cenas de tortura e perseguição aos militantes políticos da época.
A manifestação contrária à novela foi organizada através de um portal dos militares na internet (www.militar.com.br). No texto do abaixo-assinado aparece a acusação de que o Governo Federal participa de um acordo com o dono do SBT, Sílvio Santos, para exibir a novela. Em troca, o empresário teria a quitação das dívidas do “Banco Panamericano”, que é de sua posse.
Segundo a integrante da diretoria do Grupo Tortura Nunca Mais, Elizabeth Silveira Silva, ações como esta demonstram a tentativa de impedir a busca pela verdade desse período.
“Na realidade eles não querem que tenha divulgação de nada. Assim como eles não abrem os arquivos, exatamente para que essa história não seja contada, eles ficam tentando que essa história verdadeira não venha a público. Mesmo que seja uma novela, que não é um documento, mas apenas um folhetim que aborda essa questão”.
O abaixo-assinado foi proposto por um membro da diretoria da Associação Beneficente dos Militares Inativos da Aeronáutica (ABMIGAer). Ele se destina a procuradores da República do Distrito Federal, solicitando deferimento em caráter urgentíssimo.
O autor da novela, Tiago Santiago, deu declarações sobre a iniciativa, que em sua opinião é “despropositada”. Ele também disse que se recusa a mudar a história do programa em favor de “criminosos, torturadores e assassinos”.
*Matéria publicada originalmente na Rádioagência NP
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NOTA
O direito que esses militares buscam neste momento, podemos dizer que é legitimo dos que não querem a exposição das perseguições, torturas e até morte, praticado por eles contra os patriotas que defendiam a democracia.
O Estado brasileiro ainda deve uma explicação a sociedade, sobre o que ocorreu nos calabouços da Ditadura Militar, principalmente pelo fato de se tratar de crimes contra a humanidade que jamais prescreverá da nossa memórias.
Embora não concordando com os objetivos desses militares, defendemos o direito de eles manifestarem suas posições, direito esse que eles negaram aos homens e mulheres que sofreram os maiores crimes contra suas vidas.
Somos pela abertura dos arquivos desse período nefasto por que passou nosso país, defendemos que o Estado brasileiro, apresente a sociedade os cadáver dos homens e mulheres que ainda continuam desaparecidos.
Democracia, sim.
Tortura, nunca mais.
Ditadura, Jamais.
Censura, nem pensar!
Os Editores
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