domingo, 11 de setembro de 2011

O ‘Dia D’ Amazônia

E esse tal Meio Ambiente - Nessa semana em que ‘comemoramos’ o Dia da Amazônia, resolvemos fazer uma série de posts sobre esse patrimônio da humanidade. Ao longo do meu texto, estarei linkando, de acordo com o tema, os outros posts desta série. Não deixem de fazer a leitura de todos os textos.


Imaginem… Grandes rios, imensos volumes de água, rica fauna e flora, biodiversidade ímpar. E o que mais podemos falar sobre essa beleza natural que é a Amazônia??? Bom, tem mais uma coisa… Ela está AMEAÇADA!

Deixemos de lado a ideia ultrapassada de que a Amazônia é o pulmão do mundo e vamos pensar que a Amazônia não é somente a maior Floresta Tropical do planeta, é mais que isso, tanto que já há relatos de que a Amazônia é um universo de vida tão vasto e influente que a própria vida na Terra está intimamente interligada a ela.

Estudiosos, governantes e sociedade civil do mundo inteiro já começaram a enxergar a sua importância, e com isso houve um notável avanço tecnológico em relação ao monitoramento do desmatamento na região. Com esses dados, é possível agir e punir os crimes ambientais com maior eficiência. E que pode ser constatada na queda do desmatamento da floresta nos últimos cinco anos.

Entretanto, isso não basta. A pecuária tem sido um dos principais fatores de destruição da nossa Amazônia Legal, sendo a atividade, umas das que mais contribuem para o efeito estufa, superando indústrias. Na região, quatro hidrelétricas estão em construção, entre elas, Belo Monte; e mais cinco estão no papel. O impacto disso pode ser devastador. Um novo Código Florestal à beira de ser aprovado por pessoas despreparadas para decidir uma questão tão importante como essa, é inacreditável. Não bastando, vemos na TV, constantes atos de violência por questões agrárias e que quase sempre acabam em mortes.

É, os problemas ofuscam as belezas que a região pode proporcionar, suas incríveis paisagens e a vasta possibilidade de pesquisa e descobertas que só a Amazônia pode oferecer. Só poderá existir o desenvolvimento sustentável quando o homem, realmente, enxergar e entender que não é preciso que mais nenhuma árvore seja derrubada para incrementar a sua economia.

Enquanto isso, podemos traçar quatro cenários possíveis para o futuro da Amazônia, segundo estudos do Professor Manfred Nitsch*.

° Pior cenário possível. Destruição acelerada da floresta e permanência das condições miseráveis de vida para a maior parte da população.
° Cenário da situação atual. Persistência da condição de periferia, dependência e destruição gradual da floresta, com algumas áreas protegidas.
° Cenário alternativo. Um arquipélago territorial, com economia monetária e crescimento autônomo dentro e ao redor das cidades, e conservação rigorosa de grandes extensões de terra na hinterlândia.
° Cenário de contraste. Moratória no desflorestamento, conservação em grande escala, remuneração internacional pelos serviços ambientais da floresta e enclaves urbanos como pólos de desenvolvimento.
    É evidente que essas projeções não são unânimes. Muitos estudiosos divergem dessa ideia e constroem suas próprias projeções, assim como cada um de nós, prevemos um futuro para a Amazônia. Mas e essa tal internacionalização da Amazônia? Seria uma boa opção para o futuro dessa floresta? É… assunto complexo esse, hein!?

    No último dia 28 de Agosto, o diário econômico britânico Financial Times publicou um artigo dizendo que o futuro da Amazônia seria um teste político para a presidente Dilma, que prometeu vetar a anistia ao desmatamento, enfrentando o poderoso lobby agrícola do país, colocando em risco a sua chance de obter o mesmo desempenho e popularidade de seu antecessor. Vamos esperar.

    Uma coisa é certa, o ‘Dia D’ da Amazônia se aproxima. É fundamental que poder público e sociedade encarem de frente essa questão, mesmo quem (acha que) está longe fisicamente da região, todos somos afetados pelo desmatamento. E todos nós, podemos fazer uma pequena parte que pode ser a salvação da floresta, como exigir a certificação de legalidade ao comprar madeira, diminuir o consumo de carne, economizar energia e água, entre outras várias ações.

    Assim, concluo que o futuro da Amazônia está em nossas mãos, em nossas atitudes. Devemos nos lembrar que antes da existência de Adão e Eva, ou da evolução dos primatas, a floresta já existia e continuaria existindo sem a presença de seres humanos.

    A floresta pode sobreviver sem o homem, mas o homem não sobrevive sem a floresta.

    ________________________________________________
    *Manfred Nitsch é professor de Economia e Política Econômica Latino-Americanas no Departamento de Economia e Administração de Empresas e do Instituto Latino-Americano da Universidade Livre de Berlim. É membro desde 2001 do Grupo Assessor Internacional do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil.

    Um comentário:

    1. É incrível como vivemos a vida e tantas coisas estão acontecendo a nossa volta, e não damos valor, a Amazônia é nossa riqueza,e nossas atitudes refletem mesmo em tudo, num simples ato de poluir as ruas, os rios, como cortar uma árvore e degradar. Fico aqui pensando a nossa capacidade de destruirmos a nós mesmos, pois a natureza é nossa sobrevivencia e como vamos viver se destruirmos nosso próprio subsídio?

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