Hoje é dia de festa nesta casa:
Festa dos círios e das lamparinas.
Um corpo magro sobre a mesa, e aporta,
De esteira aberta para os companheiros
Beatas, terços, cafezinhos, estórias,
O choro inútil da mulher sozinha.
A promessa do céu dos escolhidos,
E uma herança de palha e de abandono.
Brasileiro, do norte, agricultor.
Semeou, semeou a vida inteira,
Fez o campo florir por tantas vezes,
Alimentou mil pássaros vadios,
Foi sempre bom, mas nunca teve sorte,
E se vestiu de trapos para Morte.
Festa dos círios e das lamparinas.
Um corpo magro sobre a mesa, e aporta,
De esteira aberta para os companheiros
Beatas, terços, cafezinhos, estórias,
O choro inútil da mulher sozinha.
A promessa do céu dos escolhidos,
E uma herança de palha e de abandono.
Brasileiro, do norte, agricultor.
Semeou, semeou a vida inteira,
Fez o campo florir por tantas vezes,
Alimentou mil pássaros vadios,
Foi sempre bom, mas nunca teve sorte,
E se vestiu de trapos para Morte.
O autor desde poesia é o escritor Alcides Werk, que nasceu em Aquidauana, Mato Grosso, em 20 de dezembro de 1934. Em 1957 veio para o Amazonas. É autodidata. Pertence ao Clube da Madrugada e à União Brasileira de Escritores do Amazonas (UBE). É poeta e ensaísta. Formado na linha dos poetas de consciência social definida, cujos poemas não exaltam senão o homem – no seu caso o homem amazônico. De quem se tornou um apaixonado interprete.
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