domingo, 27 de novembro de 2011

Combustíveis Fósseis por Energia Nuclear: uma mudança duvidosa…

Energia Nuclear
Por E esse tal Meio Ambiente?

Estava lendo hoje uma matéria na revista Making It: Industry for Development, da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) sobre a questão do uso da energia nuclear em substituição aos combustíveis fósseis. Na matéria, dois ambientalistas expressam seus argumentos – contrários – nesse debate. É muito interessante observar como ambos parecem ter o mesmo objetivo – preservação do meio ambiente e da vida humana, redução das emissões, economia mais verde – mas traçam caminhos bem diferentes.

Chris Goodall, empresário e ativista, afirma que sem o uso da energia nuclear, reduzir as emissões de carbono a velocidade que necessitamos é praticamente impossível. Ele defende também que essa é a única tecnologia capaz de prover quantidade suficiente de energia para a próxima década.

Por outro lado, Dr. José Etcheverry, professor da Universidade de York, Canadá, lembra do papel que as energia renováveis devem ter no futuro próximo, em substituição ao combustível fóssil. Ele cita o caso da Alemanha, que possui 17% de sua matriz energética com renováveis. Claro, a energia nuclear ainda desempenha um papel importante, mas, como lembra o professor, ela é perigosa, tóxica e nem sempre tão estável como parece e, por isso, precisam ser desativas.

Todos lembramos da tragédia no Japão no início do ano, e de como as explosões na Usina de Fukushima abalaram a confiança no uso da energia nuclear. Diversos países passaram a discutir o uso desse tipo de energia, e alguns, inclusive, comprometeram-se a diminuir ou não usá-las, como o caso da Alemanha, que pretende fechar todas suas usinas até 2022.

Há algumas semanas, a Usina de Fukushima voltou a assustar. Houve um vazamento de gás radioativo, que não foi considerado crítico à saúde, mas que traz à tona a questão da segurança.

Para mim, é uma grande cilada lutar-se pela diminuição do uso de combustíveis fósseis e começarmos a usar energia nuclear. Não podemos abrir mão da segurança, para diminuir emissões de carbono. Sim, renováveis podem ainda não ser suficientes. Mas há diversas outras formas de obtenção de energia. As universidades e centros de pesquisas estão cheios de ideias e projetos-piloto que precisam ser financiados para ganhar competitividade e, conseguente, mercado.

Temos de dizer não à instabilidade das usinas nucleares. Não queremos o ruim por um pior. Precisamos pressionar governos e iniciativa privada para investirem em formas menos agressivas ao meio ambiente. Só então poderemos migrar de um sistema energético falho para um que nos leve a um desenvolvimento econômico com maior consideração pelos recursos naturais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO POLÍTICA DA CLASSE TRABALHADORA

  Sem educação política, a classe trabalhadora fica vulnerável aos discursos marginais que tenta impor no imaginário das pessoas que, a solu...