Jornalismo Carlos Costa
Mais de vinte árvores arrancadas pela raiz, retorcidas ou tombadas pela fúria dos fortes ventos, permanecem inertes no Passeio do Mindu, como um protesto não mudo, surdo ou cego contra o descaso do setor de limpeza pública da Prefeitura Municipal, que não recolheu e as sepultou até hoje em local adequado, sem choros, missa ou velas. Enquanto caminhava com minha esposa Yara pelo local, em meio aos passos e o silêncio sepulcral dos pássaros, que não cantam mais, dava para ouvir o soluço das árvores desprezadas, tombadas para o meio do igarapé, arrancadas pela raiz e uma, de forma teimosa, toda verde, se recusando a morrer!
Mais de vinte árvores arrancadas pela raiz, retorcidas ou tombadas pela fúria dos fortes ventos, permanecem inertes no Passeio do Mindu, como um protesto não mudo, surdo ou cego contra o descaso do setor de limpeza pública da Prefeitura Municipal, que não recolheu e as sepultou até hoje em local adequado, sem choros, missa ou velas. Enquanto caminhava com minha esposa Yara pelo local, em meio aos passos e o silêncio sepulcral dos pássaros, que não cantam mais, dava para ouvir o soluço das árvores desprezadas, tombadas para o meio do igarapé, arrancadas pela raiz e uma, de forma teimosa, toda verde, se recusando a morrer!
Todas as árvores que agora continuam
chorando também contra o homem que destrói a natureza, foram arrancadas pela
raiz, tombadas ou retorcidas pelo vendaval que ocorreu em Manaus, no último dia
30, causando a interrupção do fornecimento de luz por até três dias em algumas
áreas da cidade, devido a queda de árvores em cima dos fios de energia, além de
outros prejuízos, como o destelhamento e tombamento de casas, perdas de
alimentos, prejuízos financeiros, coisas impensáveis para a capital até poucos
anos passados.
Com certeza, foi à vingança da natureza
agindo na forma que consegue e pode para se defender das agressões dos homens,
pela destruição da floresta amazônica. Sinais de vingança já tinham sido dados
ao Amazonas, com as fortes cheias que alagaram parte das ruas de Manaus,
seguida da forte seca nos Rios Negro e Solimões, com o surgimento de bancos de
areias e “ilhas” em meio aos dois grandes rios, que parecem mar, principalmente
o Solimões, que chega a ter mais de cinco quilômetros de distância de margem a
margem, em alguns locais.
Também tombada, permanece a grade da quadra
de esportes construída no Mindu pelas empresas que projetam edifícios em uma
rua estreita, destinada aos pedestres, mas que foi invadida por construtoras,
inclusive com a demarcação de vagas de garagens dos prédios em local público,
em total desrespeito a Lei, por não ser área privada, possível de qualquer uso!
Felizmente, o pé de manga rosa plantado no
local pela jornalista Terezinha Soares, prêmio Esse de Jornalismo com seu
fantástico protesto com o título “Primeiro se vai à floresta; depois, os
homens”,publicada em A NOTÍCIA no início da década de 80 permaneceu intacta,
com várias mangas no pé, talvez protegida pelas mãos de Deus, contra a fúria da
natureza!
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