domingo, 21 de março de 2010

Brasil, um país de todos… de todos que têm dinheiro!

Estou farta de ver essa desigualdade social, essa discrepância na distribuição de renda. Enquanto poucos têm muito, muitos não têm nada. Enquanto alguns ostentam o latifúndio, outros não sabem o que é ter um lugar para chamar de SEU.

Estou cansada de ver esse pensamento pecuniário sufocando os sonhos de pessoas carentes. Pessoas que morrem internamente a cada dia, por não terem condições de mudarem sua própria situação. Adultos, jovens e crianças... todos sem um futuro sólido, sem perspectivas, entregues a todo tipo de mazela social. Que Brasil é esse que quer crescer sobre uma base de hipocrisia, sorrindo para os lados e afirmando que, “nunca na história desse país” tudo esteve tão perfeito? O pior cego é aquele que se recusa e ver, e o que é pior, se recusa a resolver!

Como esse Governo que aí está quer melhorar o índice de desenvolvimento educacional se não melhora a EDUCAÇÃO? Ou por acaso, fazer boa educação é apenas lotar as salas de estudantes? Querem qualidade ou quantidade? Educação é um direito de todos, previsto na Constituição. Não dá para mudar o rumo de uma nação se não acontecer a valorização da educação, dando oportunidades para que pessoas carentes terminem seus estudos e possam adentrar em uma universidade pública. Um Governo que toma medidas paliativas não está verdadeiramente interessado em construir um país digno de seus cidadãos. Cotas, bolsas e outras ações são meramente paliativas, pois não atacam o problema central: desigualdade educacional!

Nesse país, dominado pela bandalheira, fica por cima aquele que dinheiro. Com o dinheiro é possível comprar a boa habitação, a excelente educação, a vaga na universidade pública, o mais caro plano de saúde. Compra-se tudo, porque tudo está à venda! Mas e o pobre? Que pode ele comprar? Ele não pode sentir que é um cidadão, uma vez que o Estado lhe nega os direitos mais básicos, uma vez que a Constituição não lhe atende plenamente, a não ser que este mesmo cidadão roube um prato de comida para aliviar sua fome, aí sim, a Constituição vem com todas as forças gritando: prende o ladrão! Prende o ladrão!... Devo dizer que os verdadeiros ladrões estão por esse Brasil, usando terno e gravata, explorando a coisa pública, desrespeitando o Erário, passando a mão em algo que não lhes pertence. Chega de passividade, de pensar que dinheiro público não tem dono. Tem dono sim, e esse dono é o POVO, que quer ver o retorno dos impostos que ele paga todo santo dia. Dinheiro há, o que falta é vontade política para mitigar essas diferenças. E as diferenças devem ser resolvidas desde a base: educação, emprego e renda. O resto é balela política, conversa pra boi dormir!

Vanessa Benchimol_ Bióloga e acadêmica de Jornalismo da UFAM

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