Estou farta de ver essa desigualdade social, essa discrepância na distribuição de renda. Enquanto poucos têm muito, muitos não têm nada. Enquanto alguns ostentam o latifúndio, outros não sabem o que é ter um lugar para chamar de SEU.
Estou cansada de ver esse pensamento pecuniário sufocando os sonhos de pessoas carentes. Pessoas que morrem internamente a cada dia, por não terem condições de mudarem sua própria situação. Adultos, jovens e crianças... todos sem um futuro sólido, sem perspectivas, entregues a todo tipo de mazela social. Que Brasil é esse que quer crescer sobre uma base de hipocrisia, sorrindo para os lados e afirmando que, “nunca na história desse país” tudo esteve tão perfeito? O pior cego é aquele que se recusa e ver, e o que é pior, se recusa a resolver!
Como esse Governo que aí está quer melhorar o índice de desenvolvimento educacional se não melhora a EDUCAÇÃO? Ou por acaso, fazer boa educação é apenas lotar as salas de estudantes? Querem qualidade ou quantidade? Educação é um direito de todos, previsto na Constituição. Não dá para mudar o rumo de uma nação se não acontecer a valorização da educação, dando oportunidades para que pessoas carentes terminem seus estudos e possam adentrar em uma universidade pública. Um Governo que toma medidas paliativas não está verdadeiramente interessado em construir um país digno de seus cidadãos. Cotas, bolsas e outras ações são meramente paliativas, pois não atacam o problema central: desigualdade educacional!
Nesse país, dominado pela bandalheira, fica por cima aquele que dinheiro. Com o dinheiro é possível comprar a boa habitação, a excelente educação, a vaga na universidade pública, o mais caro plano de saúde. Compra-se tudo, porque tudo está à venda! Mas e o pobre? Que pode ele comprar? Ele não pode sentir que é um cidadão, uma vez que o Estado lhe nega os direitos mais básicos, uma vez que a Constituição não lhe atende plenamente, a não ser que este mesmo cidadão roube um prato de comida para aliviar sua fome, aí sim, a Constituição vem com todas as forças gritando: prende o ladrão! Prende o ladrão!... Devo dizer que os verdadeiros ladrões estão por esse Brasil, usando terno e gravata, explorando a coisa pública, desrespeitando o Erário, passando a mão em algo que não lhes pertence. Chega de passividade, de pensar que dinheiro público não tem dono. Tem dono sim, e esse dono é o POVO, que quer ver o retorno dos impostos que ele paga todo santo dia. Dinheiro há, o que falta é vontade política para mitigar essas diferenças. E as diferenças devem ser resolvidas desde a base: educação, emprego e renda. O resto é balela política, conversa pra boi dormir!
Vanessa Benchimol_ Bióloga e acadêmica de Jornalismo da UFAM
Vanessa Benchimol_ Bióloga e acadêmica de Jornalismo da UFAM
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