quarta-feira, 31 de março de 2010

O PROFETA INDOMÁVEL


Por: Alex Mendes
Escrevo com toda a pureza não tenho a veleidade de um filosofo com Sócrates fora, mais quero ter a hora de ser um escriba como Platão foi. Hoje venho a público deixar registrado, nos anais da história, a importância do senador Evandro Carreira, não só para a Amazônia, mais para o brasil e o mundo.
Evandro Carreira foi um dos senadores mais influentes de seu tempo. Contagiou o parlamento brasileiro e o mundo com fulgor de seu verbo, e sua paixão pela Amazônia. Apesar do tempo o que surpreende nele é o seu entusiasmo pelas idéias em que acredita. Orador nato e intelectual indomável utilizou a tribuna do senado federal para denunciar as ameaças que pairavam sobre a região. Sobretudo para convencer os próprios amazonenses da necessidade de se dedicar atenção especial às potencialidades regionais.

Com sua visão profética, o senador Evandro verberou como criminosa a troca da mata primaria por campo de cultivo e prelecionou que o desenvolvimento interiorano passaria obrigatoriamente, pelo aproveitamento das várzeas e pela criação de peixes em fazendas aquáticas.

Foi ouvido no exterior, de onde recebia convite para proferir suas palestras e seminários. Mas no brasil e principalmente na Amazônia não foi ouvido, pregou no deserto como afirmou o senador Jefferson Peres em matéria publicada no jornal a crítica de 26 de maio de 2006.

Da tribuna do senado federal, o senador, Evandro, afirmou, “senhores, a Amazônia já está ocupada. Entendam isso pelo amor de deus! A Amazônia está ocupada pelo amais sublime, pelo mais intrigado, pelo mais sofisticado complexo biológico do universo; cada árvore, cada ser, tem seu lugar devido”. Com esta visão ele pode ser considerado, hoje um dos maiores Amazônonologos vivos do planeta.

Hoje o senador dos autos do seus 80 anos dedicados a estudar o fenômeno natural e muitas vezes irracional da Amazônia, pode descansar porque o tempo provou o acerto de muitas de suas teses; os rios como caminhos naturais da Amazônia, com criações de peixe em viveiros naturais, a valorização das várzeas como espaço privilegiado para produção agrícola.

A história deu razão ao senador. Embora seus adversários tenham tentado silenciá-lo suas afirmações continuam vivas e seu verbo ainda encontra aconchego na consciência dos que amam verdadeiramente este imenso e imponente ecossistema chamado Amazônia.

BANCO MUNDIAL: "NOSSO SONHO: UM MUNDO SEM POBREZA"

Banco Mundial: “Nosso Sonho: Um Mundo Sem Pobreza"


[retirado do site do grupo anti-militarista Tortuga, de Alicante, Espanha]


O Banco Mundial tem o slogan no seu edifício central de Washington: “Nosso Sonho: Um Mundo Sem Pobreza”.


Entre 1970 e 2001, a dívida externa dos países do Sul foi multiplicada por 35.


O Banco Mundial é um dos organismos encarregues de gerir o pagamento dos juros dessa dívida multilateral.


Os economistas do Banco Mundial sabem que [... graças a eles...] este “sonho” nunca chegará a cumprir-se.


Segundo as regras do capitalismo, é preciso maximizar os lucros no tempo mais curto possível.


A desigualdade não é uma consequência possível deste sistema, é antes uma condição indispensável para que funcione.


http://www.letra.org/spip/article.php?id_article=3381

CÂMARA MUNICIPAL HOMENAGEIA DOM SEBASTIÃO BANDEIRA

Câmara Municipal homenageia Dom Sebastião Bandeira

Manaus, 30 de março de 2010.

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) realizou, na manhã desta terça-feira (30), Tribuna Popular em homenagem ao bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus, Dom Sebastião Bandeira. Tendo como propositor o vereador José Ricardo Wendling (PT), a homenagem justificou-se pelo importante trabalho missionário realizado na cidade ao longo de cinco anos, deixando agora a capital para continuar seu serviço cristão no Estado do Maranhão.

Leia a noticia no endereço:

terça-feira, 30 de março de 2010

TERCIO MIRANDA E A LUCTA SOCIAL 96 ANOS DEPOIS

Homenagear um lutador social que dedicou sua vida proclamando a aurora da liberdade aos operários, é acima de tudo, renovar esse compromisso. Nós lutadores social contemporâneos, assumimos o compromisso de continuar sua luta camarada Tercio Miranda. Queremos avançar em seus sonhos e concretizar suas utopias. Esse é o nosso propósito que declaramos nesse ato.

Assim, registramos em forma de ata, a nossa homenagem. Reafirmando essa luta!

As 16h00min do dia 29 de março de 2010, na centenária Casa do Trabalhador do Amazonas, a Rua Marcílio dias nº. 256, centro da cidade de Manaus. Reuniram-se os senhores, Élson de Melo, Gerson Medeiros, Marcos Queiroz, Evandro Carreira, Alex Mendes, Jetro Xavier, Fernando Lobato, Abel Alves, Alexandre Otto, Inácio Oliveira, Julhio César, Isaac Santos, João Barros Carlos, Paulo Sarmento, Rauni Lopes e as senhoras Ana Grijó e Vanessa Bechimol. Com objetivo de Homenagear Tercio Miranda, fundador do jornal Operário A Lucta Social, como parte da homenagem foi lançado a edição especial do jornal, alusivo aos 96 anos de sua fundação. A cerimônia foi coordenada por Élson de Melo que, abrindo os trabalhos apresentou a edição impressa do jornal e o Blog que está ativo na rede mundial de computadores desde novembro de 2009. Após esclarecer todos os propósitos dessa nova fase do A Lucta Social, Élson de Melo fraqueou a palavra aos presentes, dela fizeram uso o Senador Evandro Carreira, Deputado Abel Alves, Presidente do PSOL Manaus Professor Marcos Queiroz, Presidente do PSOL Amazonas Professor Gerson Medeiros, Poeta Alexandre Otto, Professor Fernando Lobato, Coordenador da CST no Amazonas Rauni Lopes e a Pedagoga Ana Grijó – Coordenadora do Núcleo de Educação Popular da UFAM/NEP. Todos os oradores ressaltaram a importância de Tercio Miranda e o A Lucta Social para o movimento operário amazonense. Para constar lavrei o presente instrumento que serve de compromisso dos presentes para o avanço da luta histórica dos trabalhadores, servindo ainda de registro para a posteridade.

Manaus, 29 de março de 2010.

Élson de Melo – Sindicalista
E-mail: elsonpmelo@gmail.com

segunda-feira, 29 de março de 2010

JUIZ CONDENA SERAFIM, OMAR E AMAZONINO

O juiz titular da 1ª Vara do Trabalho de Manaus, Djalma Monteiro de Almeida condenou Amazonino Mendes, Francisco Praciano, Omar Aziz, João Ricardo Bessa, Luiz Navarro e Serafim Correa, candidatos majoritários nas eleições de 2008, a cumprirem com as obrigações trabalhistas em relação aos "cabos eleitorais". De acordo com a decisão, esses trabalhadores têm direitos assegurados pela Constituição e devem receber os salários que não foram pagos, vale transporte, folgas não gozadas, entre outros direitos.

Os trabalhadores que se sentiram lesados e que são abrangidos pela sentença, que também envolve os partidos e coligações, podem entrar com uma ação de execução na 1ª. Vara do Trabalho de Manaus, localizado no Fórum Trabalhista de Manaus (avenida Djalma Batista), individual ou coletivamente, para ter seus direitos assegurados.

O juiz Djalma Monteiro de Almeida ressalta, porém, que essa é uma decisão monocrática, cabendo vários recursos, inclusive de embargo declaratório junto ao próprio juízo da 1ª Vara, embora isso não seja impedimento para que o trabalhador que atuou nas eleições passadas possa entrar com a ação de execução imediatamente. Se houver embargo declaratório por parte dos condenados (partidos políticos e candidatos majoritários), haverá um novo julgamento e, mantida a decisão, cabe recurso ao Tribunal Regional do Trabalho, ao Tribunal Superior do Trabalho e até mesmo para o Supremo Tribunal Federal, por se tratar de matéria constitucional.

Na ação, que foi proposta pelo Ministério Público do Trabalho, ficaram comprovados casos de situações extremamente constrangedoras, como o do Sr. Diorlando Damasceno, que trabalhou como "coluna viva" e fez propaganda com uma placa de 50 quilos, assim como a de outros cabos eleitorais que obedeceram a uma jornada extenuante, sob forte sol e sujeitos a atropelamentos nas esquinas de ruas e avenidas.

Para o julgador, trata-se de uma grande massa de trabalhadores que ainda são excluídos. Eles ajudam a eleger os governantes e não têm a noção do valor desse trabalho.

domingo, 28 de março de 2010

Em Manaus, James Cameron pede que Lula 'reconsidere' Belo Monte


Diretor reafirma que não fará continuação de 'Avatar' na Amazônia. Sequência deve mostrar, além da floresta, também a vida no oceano.

POR: Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em Manaus – o jornalista viajou a convite da Seminars.

O cineasta James Cameron, diretor de “Avatar”, pediu no sábado (27) que o governo brasileiro volte a refletir sobre a construção da usina de Belo Monte, no Pará. “Imploro que o presidente Lula reconsidere esta obra”, disse, depois de apontar que a megausina, que deve ser licitada em breve, causará o desvio das águas do Rio Xingu e pode afetar 25 mil moradores locais. A jornalistas ele explicou que amigos ambientalistas lhe falaram do projeto, e que pretende ir até a região para conhecer melhor os problemas que o empreendimento pode causar. O cineasta se disse entusiasta de formas alternativas de energia, como a eólica e a solar, embora considere a hidrelétrica também adequada para regiões de menor impacto, como o deserto. Cameron participa do Fórum Internacional de Sustentabilidade, encontro de empresários para discutir temas relacionados ao meio ambiente, em Manaus.

Durante sua fala, ele admitiu que não é ambientalista ou economista para dar recomendações e, em outro momento, ressaltou saber que os brasileiros não simpatizam com a idea de que americanos, que são os maiores poluidores do planeta, lhes digam o que fazer para preservar a natureza. Embora canadense, Cameron reside há décadas nos EUA.

Ele afirmou também que o Brasil “deve ser celebrado por causa de seu uso de biocombustíveis”. O cineasta reforçou acreditar que a humanidade está levando a humanidade ao seu limite. “O que acontece quando a capacidade de suportar deste planeta for excedida?”, perguntou. Cameron criticou, em especial, a forma como se lida com a energia. “Não podemos trazer a alface da nossa salada de três mil milhas de distância”, afirmou.

OPERÁRIAS DE LUTA

Comentário: Danielle Magalhães
A mulher sem dúvidas avançou muito referente a espaço, mas há muito ainda para ser feito, gostei muito de ler neste blog o relato de mulheres que lutaram por justiça social, a grande prova ainda do descaso que existe referente à mulher, é o exemplo destas estarem no anonimato. No decorrer da história é notório o homem sempre pensando e a mulher executando, eu me pergunto: Onde estão as filósofas? Onde estão as sociólogas?As poetisas?

Mulher não pode continuar sendo sinônimo de trabalho braçal, mulher pensa e é capaz de transformar, levanto também aqui caro Élson Melo, uma bandeira às EDUCADORAS, mulheres estas muitas vezes não citadas, mas que deram a educação básica para estes homens que chefiam e que fizeram as teorias. Ai dos chefes de Empresa se não fosse uma mulher, a mulher vô, mulher mãe, mulher professora, mulher esposa. Quero parabenizar todas as operárias, ressaltando que o fato de vivermos em um mundo capitalista, não pode nos escravizar e submeter a trabalho e abusos em função da burguesia. Continuemos lutando e acreditando nos nossos direitos, pois temos, mesmo sendo um processo lento, se nos unirmos, pois a força está na união, com certeza chegaremos ao alvo.

TRANSPORTE COLETIVO É UMA GESTÃO INEFICIENTE

O momento por qual passa o transporte coletivo de manaus, e de extrema preucupaçao, entra prefeito e sai prefeito e nao se vislumbra nenhuma melhoria no sistema que serve o usuario manauense, alis muito mal. Entretanto, o sistema de gerenciamento do transporte coletivo tem uma sucessao de equivoscos sem precedentes.
1- Todos lembram que o choque gerencial no transporte coletivo de manaus nos ultimos dez anos, começou com o prefeito que virou ministro ALFREDO NASCIMENTO, o qual governou manaus oito anos e nos trouxe o SISTEMA EXPRESSO de transporte de massa, mau gerenciado foi a derrocada sendo desativado por seu sucessor SERAFIM CORREA, e o pior de tudo que com a tal desativaçao tambem sucumbiu milhoes do contribuinte aplicado na na obra.
2- Em seguida o prefeito SERAFIM CORREA eleito em 2004, trouxe nos uma licitaçao a qual criou-se um monstro chamado transmanaus, engessando assim o poder publico de intervir em alguma empresa, e o exemplo do que falo e a EMPRESA SAO JOSE, extinta vitoria regia, que opera com verdadeiras sucatas e quase sempre se ver onibus parado com problema nas ruas de manaus, estressando ainda mais o usuario que paga caro por um pessimo serviço, prestado pelas empresas do sistema de transporte. Para tanto,o prefeito em questao tomou para si a responsabilidade de colocar 500 onibus novos na cidade de manaus, conseguiu colocar 389 salvo engano, essa iniciativa melhorou muito a vida dos usuarios, que ultilizavam as linhas da empresa VIA VERDE EXTINTA CIDADE DE MANAUS, que esta totalmente transformada apos a chegada dos onibus novos.
3- Por ultimo o prefeito AMAZONINO MENDES, eleito em 2008 ainda nao disse o que foi fazer na prefeitura de manaus, ao menos no que desrespeito ao transporte publico, nao tem nenhum projeto de melhoria em andamento, a atual direçao so pensa em arrecadar e tornar o IMTT auto sustentavel, o que e o equivoco pois temos um orçamento em execuçao, e com direito a aditivos ao referido orçamento. Contudo, como se fosse pouco, a atual gestao faz uma licitaçao no valor de 90.000.000 de reais, o que e simplesmente e o dobro do orçamento posto pelo legislador ao IMTT, isso sem contar que seus colaboradores estao a mais de cinco anos sem aumento de salario, e o gestor da instituiçao, insiste em contratar 180 agentes de transito sem concurso, a revelia da lei, uma atrocidade gerencial sem tamanho, e o pior de tudo, e que o protagonista de tudo isso e um ex magistrado, justamente quem deveria primar pelo principio da legalidade, o que infelizmente nesse caso nao esta acontecendo.
Almir Damasce é administrador e Fiscal do IMTU

O Jornal Lucta Social está de Volta

Os lutadores sociais estão convidados para o lançamento do Jornal Lucta Social, segunda-feira, às 16h na Casa do Trabalhador do Amazonas. O Jornal completa no dia 29 de março deste mês, 96 anos de existência. Os editores da quarta edição vão homenagear o fundador do folhetim o tipógrafo Tércio Miranda.

O jornal impresso vai focar na sua primeira edição a construção do terminal portuário na altura do Encontro das Águas (confluência do Rio Negro, de água escura, com o Rio Solimões, de água barrenta) na entrada da cidade. De um lado, uma grande empresa de logística defende a obra. De outro, ambientalistas, intelectuais e moradores da Colônia Antonio Aleixo reivindicam o porto em outro lugar.

Élson de Melo que é o coordenador do Blog: luctasocial.blogspot.com e do jornal impresso, resgatar em sua coluna denominada de Puxirum Social, a história das operarias de luta das grandes greves que aconteceram na década de 80 no distrito industrial de Manaus e homenageia Antonia Priante.

Quem aparece nessa primeira edição do jornal é o ex-candidato a prefeito pelo Partido Comunista do Brasil, Luiz Navarro, que conta história do seu PCB aqui no Amazonas. O Jornal também foca que o projeto Zona Fraca de Manaus está ameaçado nesta eleição pelo campo conservador representado por: Dilma, José Serra e Ciro Gomes.

O monopólio do transporte coletivo, também foi alvo de criticas do Lucta Social. Nesta edição o jornal vai até o último município do Pará que tem nome de pássaro mais não voa. Juruti vive seu apogeu da extração do minero, até um tempo atrás era uma simples cidades do Pará que vivia basicamente do Fundo de Participação do Município e que no mês de julho se vestia de índio para dançar nas tribos Mundurucus e Muirapinhima. Com o início da extração da bauxita, passou de uma simples cidade para uma das maiores produtoras e exportadoras de bauxita do Brasil. Com isso o País passou de segundo para o maior exportador de bauxita do mundo.

Os editores afirmam que o lucta social, vai ter a mesma disposição e seguirá o mesmo editorial de 96 anos atrás, o trabalhador em primeiro lugar.

O Coordenador do Jornal Élson de Melo que já é um velho conhecido do Distrito Industrial que se denomina de operário lascado, disse que o Lucta social, não vai ficar só no Blog e no jornal impresso, ele promete lançar um livro no final do ano para relembrar fatos e curiosidade que só quem viveu as grandes greves que aconteceram na década de 80 poderia relatar. Ele ainda disse que o livro vai ser um divisor de água sobre as história dos operários de Manaus.
Compareça na Casa do Trabalhador e confira o novo Lucta Social.

A direção

O monopólio no sistema de transporte coletivo de Manaus

A retirada da frota do executivo penalizou os usuários do transporte coletivo de Manaus da seguinte forma:

O último estudo realizado pela Universidade de Brasília (UNB), concluiu que o número de passageiros em Manaus é o equivalente a quinze pessoas por metro quadrado. Isso representa o caos no sistema de transporte. O ideal seria quatro passageiros por metro quadrado, de acordo com as Normas Técnicas da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP).

O estudo foi realizado na gestão do Prefeito Serafim Corrêa (PSB), que custou aos cofres públicos mais de quatro milhões de reais, segundo informação de notícias veiculadas nos jornais locais.

Além da UNB, foi contratado também o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM). Os estudos apontaram para a necessidade do aumento da frota, no entanto, o ex-prefeito Serafim, os gestores do IMTU, o granjeiro Miamoto, Eduardo Castelo, o oposicionista Vereador Marcelo Ramos e o mais novo empregado do empresário Acir Gurgaz, o Sr. Frazão, decidiram pela renovação da frota e não pelo aumento da mesma. Prometeram quinhentos ônibus novos que nunca chegaram a Manaus.

A decisão do prefeito Serafim em contrariar os estudos realizados pelos institutos estão custando muito caro à população. A verdade é que Manaus precisa aumentar sua frota, coisa que nem Serafim fez, muito menos Amazonino fará.

Somado a isso, a retirada de cento e setenta ônibus executivos do sistema, eleva o volume de passageiros, que era de quinze, para mais de vinte e cinco passageiros por metro quadrado. Além desse problema, ainda há a questão da demora dos ônibus, as filas intermináveis nos terminais, as péssimas condições de higiene dos coletivos que afligem a população manauara.

O monopólio no sistema de transporte coletivo de Manaus, articulado por Marcelo Ramos e Serafim Corrêa, formando a maior “transa” que a população já viu_ TRANSMANAUS_ impôs aos usuários, uma frota velha, caindo os pedaços. Como se não bastasse essa barbárie, eles retiraram as cadeiras dos ônibus para que os passageiros sejam transportados iguais a gado nos boieiros (barco que transporta boi na região).

Indiferente a isso, Amazonino Mendes e Siqueirinha seguem o mesmo roteiro de Serafim e Marcelos (Marcelo Ramos e Marcelo Serafim), já está quase na metade do mandato e a tal intervenção no sistema prometida na campanha, parece que nunca vem!

Agora os usuários vão conviver com o aumento do caos até a Copa do Mundo de 2014. Pelo que tudo indica, esse grupo vai continuar no governo. Não há dúvidas em afirmar que não haverá melhoras no sistema de transporte, mesmo com a construção do monotrilho.

A LUTA QUE CONTINUA NO TERCEIRO MILÊNIO

Doenças profissionais, jornada de trabalho estafante, violência urbana, transporte coletivo desconfortável, baixo salário, ritmo acelerado nas linhas de produção, esforço repetitivo, limitação de tempo para fazer necessidades fisiológicas, assédio moral, sexual, lei do silêncio no ambiente de trabalho. São formas que o capital faz questão de preservar como forma de manter, sob seu controle, o proletariado.

No passado o capital preferia nas linhas de produção as pessoas sem o mínimo de escolaridade. Com a evolução tecnológica, novos produtos foram desenvolvidos visando o aumento do número de consumidores, isso impôs ao setor industrial modernizar seu parque fabril, promovendo a exigência de uma força de trabalho mais qualificada.

Na estrutura interna das empresas foi criado e aperfeiçoado os departamentos ou diretorias de recursos humanos, esse setor passa a ser um dos mais importantes para dinamizar a produção. Os velhos capatazes saem de cena e seu posto agora é assumido por um chefe habilidoso com perfil de líder, são homens e mulheres que vestem, com muita dedicação, a camisa da empresa.

Como forma de adestrar e selecionar esses profissionais, os capitalistas, através de seu Estado Burguês, usam com muita precisão seus instrumentos ideológicos, criando e desenvolvendo no âmbito da academia, cursos específicos para gestores do capital humano.

São cursos com uma grade curricular voltada para entender o comportamento humano em toda sua complexidade. Ensinam esses profissionais a entrarem na mente humana para descobrir com precisão suas aptidões, comportamento, aspirações e esperanças. Desse modo, quando o operário adentra no ambiente de seleção de uma determinada empresa, o entrevistador mesmo antes de ficarem frente a frente, já analisou seu currículo, observou seu comportamento desde o momento que chegou à portaria do prédio e na sala de espera, isso permite a esses profissionais concluírem mesmo antes do diálogo com o candidato, se ele está apto ou não para ocupar uma vaga de emprego.

Por que as empresas agem dessa maneira? É claro que tudo isso tem um objetivo muito lógico. As empresas precisam de pessoas comprometidas com um processo de produção que a cada dia tem suas metas ajustada sempre para mais produtos fabricados. Por outro lado, essa venda de dificuldade para ascender ao quadro de trabalhadores da empresa, induz o operário a um conformismo com o tipo de serviços que a ele for designado.

Adicionado a tudo isso, está o exército de reserva imposto pelo desemprego. Ao operário só resta submeter-se a essa humilhante situação. Certamente não haverá tempo para perceber sua realidade dentro e fora da empresa, suas demandas familiares são tantas que vai, decididamente, impor a submeter-se a fazer horas extraordinárias, porém, sua estima vai estar em alta. Os profissionais de recursos humanos se encarregarão desse feito, vão ocupar o tempo que lhe resta com palestras e cursos voltados para auto-ajuda.
Esse operário tem em seu currículo a conclusão do ensino médio, cursou ou está cursando o ensino superior, possivelmente vai se recusar de ser chamado de operário. Escravizado em sua plenitude, agora está contente por ser um profissional qualificado. Trágico! Mas é esse comportamento que o capital deseja dele.

As contradições da vida real estão na sua cara. A escola do filho é de péssima qualidade, o tráfico de droga assedia seus familiares, o ônibus do bairro é velho e demorado, a violência é gritante, lá não existe esporte, lazer, recreação e cultura, o supermercado consome todo o seu salário. No final de semana seu descanso é a cerveja ou a cachaça, torcendo pelo time do coração, na esperança de ser campeão. Eis o novo operário!

A escola. Ah, a nossa escola! Os ditos parâmetros curriculares estão voltados para atender os interesses dos capitalistas, todos os conteúdos tratam apenas de subjetividades, esconde dos jovens a realidade objetiva, formam pessoas dependentes dos pistolões, sem uma identidade política e cultural sólida. Condicionam as pessoas a pensarem sobre um mercado de trabalho competitivo individualizado e imediatista. O vale-tudo para se dar bem, a perfídia e a desídia, são valores que cultivam em detrimento da ética e solidariedade. A escola, como um aparelho ideológico do capital, vem formando verdadeiros homens e mulheres vulneráveis na mente e coração.

É para refletir sobre tudo isso que o nosso periódico A Lucta Social volta a circular no meio operário. A visão dos seus editores é a construção de uma sociedade solidária, justa, social e economicamente livre das amarras do capital, onde homens e mulheres sejam pessoas conscientes de seus propósitos, enquanto gestores do seu próprio destino. Nosso referencial ideológico é a sociedade socialista.

Assim, nosso objetivo é esclarecer ao proletariado as contradições do capitalismo, mostrar como esse modelo de produção continua a escravizar e humilhar homens e mulheres do nosso tempo. Assim, conclamamos os nossos leitores a orientem sua vida social e política dentro de uma ética coletiva, onde a democracia e a liberdade sejam, de fato, fatores de construção do novo, da esperança, da justiça e da felicidade plena.

Instituto Amazônico da Cidadania

O Instituto Amazônico da Cidadania (IACI) foi fundado em outubro de 2008 para fiscalizar as funções públicas é uma organização social sem fins econômicos e lucrativos que se fundamenta nos princípios da ética, na defesa dos direitos constitucionais do cidadão e no acompanhamento e desempenho das funções públicas no seu irrestrito controle social. A sua principal missão é desenvolver na sociedade uma forma de organização política e social na qual o cidadão, desde o mais simples, até o mais esclarecido tenha em mente que o poder emana do povo para o povo.

O Instituto tem como proposta o envolvimento de todas as comunidades, incluindo desde o cidadão mais simples ao mais esclarecido. Segundo seu presidente Hamilton de Oliveira Leão, “o envolvimento torna-se essencial pela necessidade de instigar nos cidadãos o desejo permanente de defesa de seus direitos a partir do conhecimento das leis que regem o País”. Ele disse ainda que, “a inclusão das comunidades, principalmente as mais carentes é o ponto primordial para o desenvolvimento do processo de educação cidadã, pois normalmente essas comunidades, incluindo os municípios do interior do Estado do Amazonas, são as que mais sofrem com o ataque aos seus direitos constitucionais e a violação de seus direitos humanos.

Os maiores problemas constatados pelo Instituto são os de natureza social, com as comunidades sofrendo com a interferência do poder público e de empresas privadas. “Há uma prática recorrente dos governos em quererem implantar determinadas obras ou serviços sem consultar a coletividade. Esta prática fere o princípio do Estado Democrático do Direito e coloca em fragilidade a opinião da sociedade e descarta por completo qualquer iniciativa de participação'”, Analisa Hamilton.
O IACI se diferencia de outros institutos por tratar de um assunto que, no Brasi,l com especificidade, é tido como menor, onde o indivíduo é tratado como cidadão de quinta classe sendo vilipendiado em seus menores e maiores direitos. De acordo com seu presidente, “isso nos gerou uma revolta instantânea na qual se envolveram nossos colaboradores igualmente indignados. Logo, somos diferentes porque somos voltados inteiramente para a comunidade coletiva de menor poder, tanto aquisitivo quanto de força, para requerer seus direitos”.
O grande desafio do IACI é difundir a idéias e colocá-las de forma clara, objetiva, e incutir na cabeça das pessoas a idéia da liberdade com responsabilidade. Outra dificuldade é fomentar as discussões entre as comunidades, fazê-las compreender que as decisões políticas influem diretamente em suas vidas. Com isso, o Instituto visa ser o fomentador desses assuntos com mais ênfase.

Em busca da liberdade

“O homem nasce livre, mas por toda parte está preso a ferros”. Esta frase, do filósofo Jean Jacques Rousseau, continua tão atual quanto na época do Iluminismo francês. Mas hoje estamos envoltos por uma falsa e ilusória crença de que vivemos num mundo democrático e livre. Somos livres para comprar tudo aquilo que o mercado nos oferece e que o nosso bolso é capaz de pagar, ainda que seja em 60 ou 80 meses. Somos livres para vivermos uma vida fútil, individualizada e alheia aos assuntos de natureza pública ou política, tal como somos livres para eliminar, semanalmente, um dos emparedados do Big Brother Brasil.

Permanecemos presos a ferros, porém, em nível mundial, por um sistema político-econômico que nos obriga a viver uma vida de intensa correria para ganhar o pão de cada dia e para pagar, pelo menos, o valor mínimo do boleto do cartão de crédito cujo saldo devedor não para de subir. Dizem que a escravidão por dívidas era uma forma de exploração do trabalhador que existia na Grécia Antiga pré-democrática e que existiu também durante o ciclo da borracha na Amazônia, mas pergunto: será que se trata de uma realidade presa ao passado ou uma realidade que se transformou e foi adaptada ao mundo atual? Será possível que os “ferros” que nos aprisionam hoje têm uma consistência diferente daqueles que agrilhoavam os escravos africanos que chegavam ao Brasil nos navios negreiros? Desconfio que sim.

Num artigo escrito nos anos 30, ou seja, bem antes do advento do computador e do processo de automação que caracteriza o sistema produtivo atual, o filósofo Bertrand Russel afirmava que nenhum trabalhador, tendo como objetivo a produção dos bens exigidos por toda a humanidade da época, precisaria trabalhar mais do que quatro horas diárias. É certo que, de lá para cá, foram ampliadas as necessidades humanas por produtos e serviços, mas é inegável também que a capacidade de produção foi muitas vezes ampliada, o que nos permite afirmar que a manutenção das atuais jornadas de trabalho, no Brasil e no mundo, estão muito acima das reais necessidades sociais e denunciam, claramente, a sua real finalidade: a manutenção das altas taxas de lucros exigidas pelos grandes investidores de capital.

Em um mundo onde o acúmulo de dinheiro é colocado como objetivo superior às demandas mais essenciais dos seres humanos, não é de se estranhar a eclosão da violência sob as mais diferentes formas. O dinheiro deixou de ser um meio para garantir a vida, para ser um fim em si mesmo. O lucro, e não o ser humano, ocupa o centro do mundo. Como conseqüência, vemos que o desemprego e a fome, como exemplos, não são problemas gerados por questões sociais, mas por questões de ordem político-econômica. É vital que a classe trabalhadora da atualidade desperte a sua atenção para a realidade dos grilhões que continuam a acorrentá-la. Eles são hoje, talvez, mais sutis e menos perceptíveis, mas não são, com toda certeza, menos reais, concretos e, sobretudo, eficientes.

Viver tem um objetivo claro e inquestionável, que é ser feliz. E ser feliz nos exige também o dever de reproduzir, para os outros, a nossa própria alegria e felicidade. Eis, portanto, um sentido politicamente correto para a palavra “trabalho”, ou seja, gerar para si, e para todos aqueles que conosco compartilham a condição de humanos, as condições necessárias para o bem-estar de todos. O capital deve estar a serviço do interesse do homem e não o homem na condição de escravo do capital. Este é, sobretudo, o sentido do ressurgimento do “Lucta Social”, agora sob nova direção. Vida longa a esse valoroso jornal, que entra numa nova fase, mas que não abre mão do seu nome na ortografia de 1914, visto que, na grafia, a palavra “luta” deixou de ter o “c”, porém não perdeu o sentido com o qual a entendemos, ou seja, “em busca da liberdade”.

Russell, Bertrand. Em defesa do Socialismo, In: Elogio ao Ócio, Sextante, Rio de Janeiro, 2002, p. 109.
Fernando Lobato é Historiador

FAZEI ISSO EM MEMÓRIA DELAS

FAZEI ISSO EM MEMÓRIA DELAS
José Ribamar Bessa Freire
28/03/2010 - Diário do Amazonas

São mulheres de diferentes cidades do Brasil. Algumas amamentavam. Outras, grávidas, pariram na prisão ou, com a violência sofrida, abortaram. Não mereciam o inferno pelo qual passaram, ainda que fossem bandidas e pistoleiras. Não eram. Eram estudantes, professoras, jornalistas, médicas, assistentes sociais, bancárias, donas de casa. Quase todas militantes, inconformadas com a ditadura militar que em 1964 derrubou o presidente eleito. Foram presas, torturadas, violentadas. Muitas morreram ou desapareceram lutando para que hoje nós vivêssemos numa democracia.

As histórias de 45 dessas mulheres mortas ou desaparecidas estão contadas no livro “Luta, Substantivo Feminino”, lançado quinta-feira passada na PUC de São Paulo, na presença de mais de 500 pessoas. O livro contém ainda o testemunho de 27 sobreviventes e muitas fotos. Se um poste ouvir os depoimentos dilacerantes delas, o poste vai chorar diante da covardia dos seus algozes. Dá vergonha viver num mundo que não foi capaz de impedir crimes hediondos contra mulheres indefesas, cometidos por agentes do Estado pagos com o dinheiro do contribuinte.

Rose Nogueira - jornalista, presa em 1969, em São Paulo, onde vive hoje. “Sobe depressa, Miss Brasil’, dizia o torturador enquanto me empurrava e beliscava minhas nádegas escada acima no Dops. Eu sangrava e não tinha absorvente. Eram os ‘40 dias’ do parto. Riram mais ainda quando ele veio para cima de mim e abriu meu vestido. Segurei os seios, o leite escorreu. Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele (delegado Fleury) ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com um olhar de louco. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’”.

Izabel Fávero – professora, presa em 1970, em Nova Aurora (PR). Hoje, vive no Recife, onde é docente universitária: “Eu, meu companheiro e os pais dele fomos torturados a noite toda ali, um na frente do outro. Era muito choque elétrico. Fomos literalmente saqueados. Levaram tudo o que tínhamos: as economias do meu sogro, a roupa de cama e até o meu enxoval. No dia seguinte, eu e meu companheiro fomos torturados pelo capitão Júlio Cerdá Mendes e pelo tenente Mário Expedito Ostrovski. Foi pau de arara, choques elétricos, jogo de empurrar e ameaças de estupro. Eu estava grávida de dois meses, e eles estavam sabendo. No quinto dia, depois de muito choque, pau de arara, ameaça de estupro e insultos, eu abortei. Quando melhorei, voltaram a me torturar”.

Hecilda Fontelles Veiga - estudante de Ciências Sociais, presa em 1971, em Brasília. Hoje, vive em Belém, onde é professora da Universidade Federal do Pará. “Quando fui presa, minha barriga de cinco meses de gravidez já estava bem visível. Fui levada à delegacia da Polícia Federal, onde, diante da minha recusa em dar informações a respeito de meu marido, Paulo Fontelles, comecei a ouvir, sob socos e pontapés: ‘Filho dessa raça não deve nascer’. (...) me colocaram na cadeira do dragão, bateram em meu rosto, pescoço, pernas, e fui submetida à ‘tortura cientifica’. Da cadeira em que sentávamos saíam uns fios, que subiam pelas pernas e eram amarrados nos seios. As sensações que aquilo provocava eram indescritíveis: calor, frio, asfixia. Aí, levaram-me ao hospital da Guarnição de Brasília, onde fiquei até o nascimento do Paulo. Nesse dia, para apressar as coisas, o médico, irritadíssimo, induziu o parto e fez o corte sem anestesia”.

Iara Spadini - assistente social presa em 1971, em São Paulo. Hoje, vive na mesma cidade, onde é professora aposentada da PUC. “Era muita gente em volta de mim. Um deles me deu pontapés e disse: ‘Você, com essa cara de filha de Maria, é uma filha da puta’. E me dava chutes. Depois, me levaram para a sala de tortura. Aí, começaram a me dar choques direto da tomada no tornozelo. Eram choques seguidos no mesmo lugar”.

Inês Etienne Romeu – bancária, presa em São Paulo, em 1971. Hoje, vive em Belo Horizonte. “Fui conduzida para uma casa em Petrópolis. O dr. Roberto, um dos mais brutais torturadores, arrastou-me pelo chão, segurando-me pelos cabelos. Depois, tentou me estrangular e só me largou quando perdi os sentidos. Esbofetearam-me e deram-me pancadas na cabeça. Fui espancada várias vezes e levava choques elétricos na cabeça, nos pés, nas mãos e nos seios. O ‘Márcio’ invadia minha cela para ‘examinar’ meu ânus e verificar se o ‘Camarão’ havia praticado sodomia comigo. Esse mesmo ‘Márcio’ obrigou-me a segurar seu pênis, enquanto se contorcia obscenamente. Durante esse período fui estuprada duas vezes pelo‘Camarão’ e era obrigada a limpar a cozinha completamente nua, ouvindo gracejos e obscenidades, os mais grosseiros”.

Ignez Maria Raminger - estudante de Medicina Veterinária presa em 1970, em Porto Alegre, onde trabalha atualmente como técnica da Secretaria de Saúde. “Fui levada para o Dops, onde me submeteram a torturas como cadeira do dragão e pau de arara. Davam choques em várias partes do corpo, inclusive nos genitais. De violência sexual, só não houve cópula, mas metiam os dedos na minha vagina, enfiavam cassetete no ânus. Isso, além das obscenidades que falavam. Havia muita humilhação. E eu fui muito torturada, juntamente com o Gustavo [Buarque Schiller], porque descobriram que era meu companheiro”.

Dilea Frate - estudante de Jornalismo presa em 1975, em São Paulo. Hoje, vive no Rio de Janeiro, onde é jornalista e escritora. “Dois homens entraram em casa e me sequestraram, juntamente com meu marido, o jornalista Paulo Markun. No DOI-Codi de São Paulo, levei choques nas mãos, nos pés e nas orelhas, alguns tapas e socos. Num determinado momento, eles extrapolaram e, rindo, puseram fogo nos meus cabelos, que passavam da cintura”.

Cecília Coimbra - estudante de Psicologia presa em 1970, no Rio. Hoje, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e professora de Psicologia da Universidade Federal Fluminense: “Os guardas que me levavam, frequentemente encapuzada, percebiam minha fragilidade e constantemente praticavam vários abusos sexuais contra mim. Os choques elétricos no meu corpo nu e molhado eram cada vez mais intensos. Me senti desintegrar: a bexiga e os esfíncteres sem nenhum controle. ‘Isso não pode estar acontecendo: é um pesadelo... Eu não estou aqui...’, pensei. Vi meus três irmãos no DOI-Codi/RJ. Sem nenhuma militância política, foram sequestrados em suas casas, presos e torturados”.

Maria Amélia de Almeida Teles - professora de educação artística presa em 1972, em São Paulo. Hoje é diretora da União de Mulheres de São Paulo. “Fomos levados diretamente para a Oban. Eu vi que quem comandava a operação do alto da escada era o coronel Ustra. Subi dois degraus e disse: ‘Isso que vocês estão fazendo é um absurdo’. Ele disse: ‘Foda-se, sua terrorista’, e bateu no meu rosto. Eu rolei no pátio. Aí, fui agarrada e arrastada para dentro. Me amarraram na cadeira do dragão, nua, e me deram choque no ânus, na vagina, no umbigo, no seio, na boca, no ouvido. Fiquei nessa cadeira, nua, e os caras se esfregavam em mim, se masturbavam em cima de mim. Mas com certeza a pior tortura foi ver meus filhos entrando na sala quando eu estava na cadeira do dragão. Eu estava nua, toda urinada por conta dos choques”.

São muitos os depoimentos, que nos deixam envergonhados, indignados, estarrecidos, duvidando da natureza humana, especialmente porque sabemos que não foi uma aberração, um desvio de conduta de alguns indivíduos criminosos, mas uma política de Estado, que estimulou a tortura, a ponto de garantir a não punição a seus autores, com a concordância e a conivência de muita gente boa “em nome da conciliação nacional”.

No lançamento do livro na PUC, a enfermeira Áurea Moretti, torturada em 1969, pediu a palavra para dizer que a anistia foi inócua, porque ela cumpriu pena de mais de quatro anos de cadeia, mas seus torturadores nem sequer foram processados pelos crimes que cometeram: “Uma vez eu vi um deles na rua, estava de óculos escuros e olhava o mundo por cima. Eu estava com minha filha e tremi”.

Os fantasmas que ainda assombram nossa história recente precisam ser exorcizados, como uma garantia de que nunca mais possam ser ressuscitados – escreve a ministra Nilcea Freire, ex-reitora da UERJ, na apresentação do livro, que para ela significa o “reconhecimento do papel feminino fundamental nas lutas de resistência à ditadura”.

Este é o terceiro livro da série ‘Direito à Memória e à Verdade’, editado pela Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O primeiro tratou de 40 afrodescendentes que morreram na luta contra o regime militar. O segundo contou a “História dos meninos e meninas marcados pela ditadura”. Eles podem ser baixados no site da SEDH.

O golpe militar de 1964 que envelhece, mas não morre, completa 46 anos nos próximos dias. Essa é uma ocasião oportuna para lançar o livro em todas as capitais brasileiras. No Amazonas, as duas reitoras – Marilene Correa da UEA e Márcia Perales da UFAM - podiam muito bem organizar o evento em Manaus e convidar a sua colega Nilcea Freire para abri-lo. Afinal, preservar a memória é um dos deveres da universidade. As novas gerações precisam saber o que aconteceu.

A lembrança de crimes tão monstruosos contra a maternidade, contra a mulher, contra a dignidade feminina, contra a vida, é dolorosa também para quem escreve e para quem lê. É como o sacrifício da missa para quem nele crê. A gente tem de lembrar diariamente para não ser condenado a repeti-lo: fazei isso em memória delas.

terça-feira, 23 de março de 2010

Cuba, sim, a despeito do massacre da mídia


Cuba certamente não é um paraíso. Não é, nem poderia ser, por definição, materialização de uma utopia - a dos "nostálgicos de 68". Mas daí ao que vem sendo concluido por importantes cabeças pensantes, na seqüência da recente vista de Lula a Havana, vai uma distância considerável.

"Ditadura sanguinária" que "reprime toda espécie de oposição"; que "tortura presos políticos"; tudo isso eu levaria em conta se, como preliminar, juntamente com as denúncias, chegassem fotos e textos sobre manifestações massivas de opositores ao regime. Com o correspondente contraponto de "caveirões" circulando ostensivamente pelas ruas, em cobertura a policiais robocopizados agredindo a multidão corajosa, ansiosa por liberdade e pelo fim do comunismo na Ilha.

E, diabos, não vejo nada disso... Se fotos existem de repressão e tortura absolutamente sem controle em Cuba, mesmo com pouca divulgação e informação sobre os detalhes do que ali aparece, elas vêm da agressiva e ilegal base norte-americana de Guantánamo. É ali que estão os presos políticos submetidos às maiores barbáries, comprovadas por depoimento e denúncias de suspeitos, cuja inocência se comprovou exatamente pelo que resistiram na tentativa de lhes arrancar confissões.

Ah, mas os opositores internos não têm condições de organizar manifestações em função do poderoso aparelho de repressão do Partido Comunista Cubano.

Essa baboseira só pode ser dita por quem se deixa conduzir pelo mais vulgar senso comum, sem um mínimo de curiosidade sobre a tradição do povo cubano de alcançar seus objetivos libertários em guerras civis memoráveis, com destaque para as da Independência. Sem a mínima curiosidade sobre sua tradição em não se curvar, mesmo nos momentos de maior força de suas ditaduras.

Manifestações massivas, de centenas de milhares de participantes, ocorrem em Cuba, e com freqüência, por conta de outros motivos, Ou melhor, outro motivo, no singular: o arrogante e repulsivo comportamento dos governos norte-americanos em relação ao regime cubano. Que financiam e promovem atos de terror contra avioes civis, para além de tentativas de assassinatos de dirigentes, ou sabotagem de polos industriais e agrícolas.

O que, objetivamente, se constata sobre Cuba é que existem de fato opositores. Mas, todos, com capacidade de se comunicar com o resto do mundo, sem ninguém lhes criando estorvo para contatar correspondentes estrangeiros que constantemente os procuram. Aliás, a imprensa brasileira é pródiga nesse mistér. Qualquer foca de cabeça "higienizada" por eficientes lavagens cerebrais, em suas investidas sobre a Ilha, tem muito mais preocupação e êxito em buscar e conversar sem nenhum problemas com esses opositores, do que em buscar entrevistas com autoridades governamentais, ou com membros e responsáveis pelos Comitês de defesa nacionais -- instituições de bairros que as tentativas fracassadas dos Estados Unidos de promover invasões e sabotagens obrigaram o Partido Comunista a organizar em todo o País.

Não vou afirmar, repito, que não se cometam exageros nessa defesa institucional. Até porque ninguém controla a totalidade dos "guardas da esquina". Mas entrar no cantochão dessa discurseira repetitiva, sem base no concreto, que transforma qualquer preso comum em mártir a partir de se afirmar "preso de opinião", com a palavra aceita sem qualquer investigação mínima dos fatos concretos, é que é inaceitável.Só pode vir por absoluta má-fé no combate ideológico contra uma experiência que, apesar de todos os problemas materiais que enfrenta, continua a contar com o apoio da imensa maioria da população local. E nos obriga a recordar a passividade e a omissão que marcaram esses meios de comunicação, hoje apóstolos da liberdade, diante das ditaduras que assolaram o continente durante décadas da segunda metade do século XX.

O apoio ao regime em Cuba certamente não é fácil de ser aceito para as potências ocidentais, conservadoras ou "socialdemocratas" vendidas e dominadas pelo famigerado "mercado". Esses exemplos de civilidade que se calam diante de barbaridades que verdadeiras ditaduras praticam quase quotidianamente contra seus cidadãos, porque essas são suas subservientes aliadas - Egito, Jordânia e Arabia Saudita, apenas para citar as dos países árabes que traem seus irmãos palestinos. Ou, mais precisamente, diante das barbaridades que, dentro de suas próprias fronteiras, são contra imigrantes quase sempre tratados como lixo da sociedade classista.

Não é fácil ser aceito por esses governos, ditos democratas, hipócritas diante das atrocidades que são cometidas pelo regime sionista que mancha as tradições nobres do judaismo na condução do governo expansionista de Israel, em sua ocupação terrorista da Palestina.

Estrebuchem, porque essa onda vai passar. Os governantes dessas democracias do grande capital vão passar. Essa onda reacionária que tenta criminalizar as experiências transformadoras da América Latina vai passar.
Cuba vai continuar.

Fonte: Milton Temer é jornalista e diretor-técnico da Fundação Lauro Campos

domingo, 21 de março de 2010

TRANSPORTE COLETIVO: MANAUS TEM O PIOR SISTEMA DO PAÍS

O sistema de transporte coletivo de Fortaleza é 10. O nosso aqui é uma droga, o pior do país. Confira a diferença.

Em Fortaleza vivem 2,6 milhões de habitantes. Manaus tem uma população de 1,8. O que deu certo em Fortaleza e aqui fracassou? Resposta: o sistema de transporte coletivo. Em Fortaleza a passagem de ônibus custa 1,80 centavos. Aqui 2,10, embora, até a semana passada, as pessoas tinham que desembolsar 2,25 centavos. O sistema de Fortaleza é parecido com o nosso, pois funciona com terminais e, como aqui, existe integração. Tudo bem. Por que a passagem em Fortaleza é mais barata, os ônibus não faltam e não atrasam, enquanto aqui, as pessoas se desesperam nas paradas, às vezes aguardando, por horas, pelo ônibus que vai transportá-las para o trabalho e, no fim do dia, de volta para casa? Tem algo errado aqui. Prefeito chega e prefeito sai, mas o sistema continua ruim, péssimo. Nenhum deles enfrentou os donos de ônibus, que chamo de tubarões exploradores do povo, para impor que respeitem os manauenses. Todos se acovardam frente a esses sugadores do suor do povo de Manaus. O expresso, implantado pelo Alfredo, enterrou mais de 150 milhões de reais e o projeto já nasceu falido. Hoje não passa de um amontoado de carros velhos, verdadeiras sucatas, com as suas paradas caindo aos pedaços. Uma vergonha. A licitação que deu origem a esse frankstein, que é o consórcio Transmanaus, foi uma enganação. As empresas, para mascarar o processo mudaram de nome, desamassaram e pintaram um monte de ônibus velhos e apresentaram ao povo como novos. Uma patifaria. O resultado dessas duas experiências está aí, em forma de tragédia: ônibus quebrados, alguns até pegando fogo, verdadeiras sucatas, um amontoado de ferrugem transitando pelas ruas da cidade. Um vexame. Pior: um deboche, uma cusparada na cara do povo que paga caro para ser transportado pelo pior sistema de transporte coletivo do País.
Fonte: Vereador Mário FrotaPresidente da Comissão de Direitos Humanos da CMM

MANIFESTAÇÃO POPULAR PELO TOMBAMENTO DO ENCONTRO DAS ÁGUAS

O show das águas realizado nesta manhã de domingo em Manaus foi um sucesso, permitindo ao Movimento S.O.S Encontro das Águas agradecer a todos (as) que direta ou indiretamente contribuíram para esta belíssima manifestação da cultura de paz socioambiental celebrada pelo dia internacional das águas, no ano da biodiversidade. Nessa lida ambiental nomeamos, dialeticamente, o bicho preguiça - mamífero da família dos bradipodídeos - como mascote do movimento porque, quase constantemente, temos o dever de salvá-la retirando-a das estradas, do asfalto quente, para reintegrá-la na floresta. A luta pela vida tem sido a nossa determinação.

Nós Brasileiros do Amazonas reconhecemos que o Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, formadores do rio Amazonas, é uma das maravilhas naturais do Brasil, e que deve ser preservado para que os povos no presente e no futuro de todo o mundo desfrutem das riquezas naturais e culturais desse fenômeno que é o símbolo maior da natureza e dos povos Amazônidas.
Hoje pela manhã (21) as manifestação ganharam as ruas da Zona Leste de Manaus em direção ao Mirante do Encontro das Águas. Tudo foi documentado e, disponibilizamos imediatamente, algumas imagens para que aqueles que não poderam estar presentes possam inserir na rede social criando um campo de força favorável ao Tombamento do nosso Encontro das Águas. Partidos políticos, religiosos, lideranças sociais, movimento artístico cultural, profissionais liberais, professores, estudantes, pesquisadores e formuladores de políticas públicas. O show das águas foi um sucesso, permitindo ao Movimento S.O.S Encontro das Águas agradecer a todos (as) que direta ou indiretamente contribuíram para esta belíssima manifestação da cultura de paz socioambiental.
Vejam as fotos e participem manifestando-se a favor do Tombamento de todo complexo do Encontro das Águas. Para isso, devemos exigir do Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico Nacional (IPHAN) uma audiência público no Ministério Público para submeter a população de Manaus a proposta demarcatória que encerra o Encontro das Águas. Da mesma forma, o Deputado Praciano (PT/AM) deverá formalizar requerimento na Câmara Federal para uma Audiência Pública na Comissão da Amazônia, que por sinal é presidida pelo Deputado Marcelo Serafim (PSB/AM), com esses debates a proposta do Tombamento ganha praça nacional, sufocando o comportamento bestial dos empreededores da Log-In Logística Intermodal, que querem encurralar o Movimento S.O.S Encontro das Águas nas veredas da Colônia Antônio Aleixo.

Brasil, um país de todos… de todos que têm dinheiro!

Estou farta de ver essa desigualdade social, essa discrepância na distribuição de renda. Enquanto poucos têm muito, muitos não têm nada. Enquanto alguns ostentam o latifúndio, outros não sabem o que é ter um lugar para chamar de SEU.

Estou cansada de ver esse pensamento pecuniário sufocando os sonhos de pessoas carentes. Pessoas que morrem internamente a cada dia, por não terem condições de mudarem sua própria situação. Adultos, jovens e crianças... todos sem um futuro sólido, sem perspectivas, entregues a todo tipo de mazela social. Que Brasil é esse que quer crescer sobre uma base de hipocrisia, sorrindo para os lados e afirmando que, “nunca na história desse país” tudo esteve tão perfeito? O pior cego é aquele que se recusa e ver, e o que é pior, se recusa a resolver!

Como esse Governo que aí está quer melhorar o índice de desenvolvimento educacional se não melhora a EDUCAÇÃO? Ou por acaso, fazer boa educação é apenas lotar as salas de estudantes? Querem qualidade ou quantidade? Educação é um direito de todos, previsto na Constituição. Não dá para mudar o rumo de uma nação se não acontecer a valorização da educação, dando oportunidades para que pessoas carentes terminem seus estudos e possam adentrar em uma universidade pública. Um Governo que toma medidas paliativas não está verdadeiramente interessado em construir um país digno de seus cidadãos. Cotas, bolsas e outras ações são meramente paliativas, pois não atacam o problema central: desigualdade educacional!

Nesse país, dominado pela bandalheira, fica por cima aquele que dinheiro. Com o dinheiro é possível comprar a boa habitação, a excelente educação, a vaga na universidade pública, o mais caro plano de saúde. Compra-se tudo, porque tudo está à venda! Mas e o pobre? Que pode ele comprar? Ele não pode sentir que é um cidadão, uma vez que o Estado lhe nega os direitos mais básicos, uma vez que a Constituição não lhe atende plenamente, a não ser que este mesmo cidadão roube um prato de comida para aliviar sua fome, aí sim, a Constituição vem com todas as forças gritando: prende o ladrão! Prende o ladrão!... Devo dizer que os verdadeiros ladrões estão por esse Brasil, usando terno e gravata, explorando a coisa pública, desrespeitando o Erário, passando a mão em algo que não lhes pertence. Chega de passividade, de pensar que dinheiro público não tem dono. Tem dono sim, e esse dono é o POVO, que quer ver o retorno dos impostos que ele paga todo santo dia. Dinheiro há, o que falta é vontade política para mitigar essas diferenças. E as diferenças devem ser resolvidas desde a base: educação, emprego e renda. O resto é balela política, conversa pra boi dormir!

Vanessa Benchimol_ Bióloga e acadêmica de Jornalismo da UFAM

grande circo manaó

Manaus vira um grande picadeiro, em época de eleição. E o trampolim favorito utilizado pelos palhaços de terno e gravata é sempre o mesmo: transporte coletivo (que, aliás, anda coletivo até demais!). Fala-se daqui, discuti-se dali, enrola mais um pouco, finge rabiscar papéis importantes, mas solução que é bom, nada!
Onde está o Nino, cobra criada do falecido Gilberto Mestrinho, que disse que iria desfazer o consórcio Trasnmanaus e retirar os empresários da cidade? Silêncio. Todo mundo já esqueceu, diz o Nino, tocar no assunto justo agora? Ah, não! E o galo Carijó, que não é bobo nem nada já tratou de enterrar a sete palmos, a tal CPI dos transportes, alegando que tal investigação não agradaria aos futuros candidatos à eleição 2010. Não sei não, galo Carijó, o argumento não convenceu muito a população, não sei por quê. Enquanto isso, o show continua, sem intervalos, sem pausa para o almoço. E como eles se empenham no ofício. Vamos lá, o show não pode parar!


Vanessa Benchimol é Bióloga e acadêmica de Jornalismo da UFAM

Camelôs um problema que exige soluções


Numa volta ao passado a prefeitura de Manaus começa a retirar camelôs de forma truculenta e arrogante, descumprindo um discurso do prefeito Amazonino Mendes que disse em claro e bom tom, que não iria retirar ambulantes antes de ter um local adequado para eles, só depois que este lugar estivesse com a estrutura pronta para recebê-los. A retirada começou pelos camelôs que ficavam em frente ao Amazonas Shopping depois passaram a retirar os da Av: Dejalma Batista, já anunciaram a retirada dos ambulantes do Bulevar Amazonas e os da rua Joaquin Nabuco, tão comendo pelas beiradas para chegarem no centro.
Fonte: João Rodrigues - Administrador e Professor

Resgate Caboclo Histórico e Ecossocialista

O vírus incandescente da lesera baré, continua atormentando como o impacto meteórico da era jurássica, a consciência cabocla e planetária de articulistas e epistemólogos da terra, falo de Ribamar Bessa, figura singular do nosso jornalismo global.

Viajo com você, Bessa, quanto a crítica aos descasos históricos de personagens da tempera de Tércio Miranda, pioneiro da liberdade e das Luctas Sociais, jornal fundado em 1914, cuja manchete de luta, expõe uma foto de trabalhadores cidadãos vestindo paletó, flagrados numa corrida da policia e com o citado jornal à mão.

Tércio foi isso e mais isso, uma onça proletária rugindo teimosia contra os donos do poder.

10 anos mais tarde, a intentona tenentista, comandada pela maior figura da nossa história, o tenete Ribeiro Júnior, depõe o desembargador corrupto, governador do Estado do amazonas e assumindo o poder, paga os salários dos funcionários públicos e restaura o direito democrático, confiscando os bens daqueles que roubavam o Estado do Amazonas. Hoje, infelizmente as instituições do terceiro mundo, continuando ausentes, não restauram coisa alguma. Ausentes. Bilhões são roubados dos cofres públicos. Crime notório. Mordaça geral. Esquecimento também.

Mas o Élson Melo, mestre Bessa, lembrou das Luctas Sociais, reeditando e ressuscitando o jornal. Esse rapaz, líder sindicalista, continua pobre mas rico de iniciativas libertárias. Acho que aprendeu com Antonio Gramsci, que o socialismo teria que evoluir para o marxismo criador, e que o conceito teórico, tem que refletir direto na práxis de uma realidade concreta e universal: a vida. Uma sociedade melhor, justa, equânime e fraterna.

O sonho não acabou, Ribamar Bessa. Você e o Élson, são dois desses poucos avatares ecossocialista, que ainda resistem a voragem desumana do capitalismo. Nesse conceito, certa vez na Bíblia, perguntaram pra Jesus, sobre os ricos acumuladores de poder e ouro, e o mestre respondeu: “ é mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha......”.

Sendo assim, enrijecendo o braço em forma de banana, digo para a canalha dos sem memória e dos poderosos: “Taqui pra Ti”.



Alexandre Otto,
é escritor e Membro do Clube da Madrugada.

sábado, 20 de março de 2010

OBRIGADO E PARABÉNS RIBAMAR BESSA


UFA! Confesso que estou mais que lisongeado. Estou muito emocionado. Dizem que essas coisas não devemos apenas agradecer. O mais justo é parabenizar, então este Operário lascado agradece e parabeniza esse grande Amazonense José Ribamar Bessa por tudo que tem feito em prol da história dos Operários caboclos. Um forte abraço.

Elson de Melo - Sindicalista
Prezado Elson

Muito obrigado pelo convite. A distância e o trabalho me impedem de comparecer pessoalmente, mas com certeza meus pensamentos voarão para a Casa do Trabalhador no dia 29.


Estou encaminhando:

1. O taquiprati que publico amanhã, domingo, no Diario do Amazonas: Um blog chamado Lucta Social



2. Cadê a Lucta Social de 21 de maio de 2006




3. A Lucta Social 70 anos depois



Grande abraço!

UM BLOG CHAMADO LUCTA SOCIAL

José Ribamar Bessa Freire
21/03/2010 - Diário do Amazonas

Quem foi Tércio Miranda? Levanta a mão ai quem sabe! Não é nome de rua, de praça, de monumento, de hospital, não é ensinado nas escolas, e nem aparece na mídia. Caiu no esquecimento? Na lembrança oficial sim, mas não na memória subterrânea de alguns lutadores, onde sempre permanece, mesmo nesses tempos bicudos. “A luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento” escreveu Milan Kundera.


Tércio Miranda, já falecido, foi um tipógrafo anarquista, que viveu em Manaus no período da borracha. Quem quiser conhecê-lo melhor e lutar contra o poder e o esquecimento, compareça no próximo dia 29, às 16 hs, na Casa do Trabalhador, Rua Marcílio Dias, onde ele vai receber uma homenagem póstuma durante o lançamento da edição especial comemorativa dos 96 anos de ‘A Lucta Social’, jornal que criou em 1914.


Naquela época, a velha ortografia colocava um “c” no meio da luta e escrevia com “ph” palavras que hoje são grafadas com “f”, como pharmácia. Dessa forma, quem falava frases com a boca cheia de farofa feita de farinha espalhava “ph” pra tudo que é lado. Uma brincadeira infantil consistia em pedir ao colega que repetisse “a mamãe é rica porque pode”, esticando os dois lados da boca com o polegar e o indicador.


Foi assim, esticando os dois lados da boca, que ‘A Lucta Social’ abriu o bocão contra os ‘phoderosos’ que ‘phodiam’ tudo: reduzir salários, demitir, aumentar a jornada de trabalho, não pagar horas extras, num momento dramático em que as plantações de borracha no Ceilão e na Malásia faziam a economia do Amazonas mergulhar numa crise profunda. Os arigós e os cabocos abandonavam os seringais e vagavam pelas ruas de Manaus, pedindo esmolas. Solidário, ao lado deles, estava Tércio Miranda.

Cadê a lucta?
Encontrei alguns exemplares desse jornal lá em Amsterdã, na Holanda, no Instituto de História Social (IISG), onde estive em maio de 1972, em companhia do historiador Victor Leonardi, ambos realizando pesquisas para o curso de pós-graduação que seguíamos na França. Quando voltei do exílio, trazia escondido uma cópia xerox de um exemplar com o carimbo: Internationaal Instituut voor Sociales Geschiedenis (IISG) – Amsterdam, que foi usada, em 1979, para editar o jornal do PT local.

Parece surrealista: um amazonense precisa ir à Holanda para conhecer um jornal operário de Manaus. É que na década de 1960, o IISG, preocupado com a queima de arquivos pelas ditaduras militares, percorreu países da América Latina, comprando documentação histórica de organizações, partidos, sindicatos e particulares. Formou, assim, rico acervo que está guardado num antigo armazém de cacau na zona portuária de Amsterdã, contando a história das lutas, das greves, das condições de trabalho.


Lá está o valente ‘A Lucta Social’, que traz sob o título a frase: “orgam operário livre”. Ele serviu de referência ao jornal mensal do PT no Amazonas que editamos em 1979. Com linguagem panfletária, sem prejuízo da informação, denunciamos a demissão de trabalhadores no Distrito Industrial, que haviam reclamado da comida podre servida no almoço. Não vou repetir o que aparece em artigos que estão no site Taquiprati: “Cadê a Lucta Social” (21/05/ 2006) e “A Lucta Social: 70 anos depois” (20/07/1984).


O dado novo digno de registro é que o jornal foi recriado pela quarta vez, agora em versão eletrônica (Luctasocial.blogspot.com) por Élson de Melo, “um operário lascado” – como ele se apresenta - da primeira geração do Distrito Industrial, “talvez o único operário remanescente da Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, eleito pela Chapa Puxirum, em 1983, que não virou empresário, nem está lotado em cargo público na máquina estatal do governo Lula, Eduardo ou Amazonino”.


Convivi com Elson na época da oposição sindical. Militamos juntos no PT. Tércio Miranda diria, seguramente, que o jornal por ele fundado está agora em boas mãos. A versão eletrônica explica que Elson “aceitou o desafio de retomar a ideia gloriosa de Tércio Miranda (primeira fase), Nicoláo Imentel (segunda fase) e Ribamar Bessa (terceira fase), todos editores do jornal A Lucta Social”.


Quem somos
Li o blog, que atualiza questões vitais para a população amazonense. Discute o meio ambiente, recolhe a polêmica sobre a barragem de Belo Monte e reproduz as informações proporcionadas pelo movimento SOS Encontro das Águas. Informa sobre a Semana do Ecossocialismo, teoriza sobre a economia solidária, não deixa de fora nem temas como a poesia de Ferreira Gullar, a falta d’água em Manaus, o sistema de transporte coletivo conhecido como “estresso”, a situação dos camelôs e até as futricas e brigas internas dentro do PSOL, em reunião num porão da Rua Luiz Antony.


“Não é apenas o desafio de veicular uma nova fase do jornal que nos inquieta. O que nos leva a reeditar A Lucta Social é a falta de perspectiva na qual o Movimento Operário da Zona Franca de Manaus está mergulhado desde os grandes Movimentos Grevistas de 1985, 1986 e 1990. Principalmente quando constatamos que as atuais direções dos principais Sindicatos estão recheadas de burocratas e vendilhões dos direitos e esperanças dos trabalhadores” – escreve Elson no editorial.


Ele explica que “a nova fase do jornal A Lucta Social tem por princípio articular o movimento operário a partir do seu local de trabalho, visa orientar grupos de trabalhadores dentro de um programa de formação política e sindical voltado para o projeto estratégico do proletariado – o Socialismo – isso é, dar forma ao sonho dos criadores do jornal. Nosso objetivo é formar grupos de lutadores comprometidos com a história de transformação social”.


Os amargurados e desiludidos, que não veem mais possibilidade de mudar o mundo, acham que a luta, com “c” ou sem “c”, é coisa do passado, e que o socialismo é algo anacrônico. No entanto, a iniciativa de reeditar A Lucta Social é louvável em todos os sentidos, porque abre uma brecha de esperança e nos ajuda a saber quem, afinal, somos.


Fernand Braudel, historiador francês que não cessou de lutar, realizou pesquisas sobre o mar Mediterrâneo. Ele viveu mais de três anos no Brasil, no final da década de 1930, participando da organização da USP. Disse, com muita sabedoria: “A condição de ser é ter sido”. Cadê A Lucta Social? Está aqui, para nos dizer quem fomos e saber o que somos. A lucta continua.


P.S. – Impossibilitado de aceitar o convite para o evento na Casa do Trabalhador por residir em outra cidade, me sentirei representado com a presença de dois historiadores da Universidade Federal do Amazonas, Maria Luiza Ugarte Pinheiro e Luiz Balkar Sá Peixoto Pinheiro, organizadores do livro Imprensa Operária no Amazonas.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Futríca & Pitaco

BATIDA EM RETIRADA
Militantes históricos do Movimento Sindical, Estudantil e Popular filiados do PSOL/Am. Ameaçam desfiliação em bloco se a Direção Nacional do Partido opitar em acatar o recurso dos dissidentes que no final do Ano passado Fraudaram a Ata do Congresso Estadual anulado pela mesma Direção Nacional e forjaram junto ao TRE/Am. uma Direção sem serem eleitos nas instancias legais do Partido. Se isso Acontecer, o PSOL no Amazonas ficará totalmente descaracterizado de Partido da Esquerda Socialista. passa a ser qualquer coisa, menos esquerda e socialista! Declararam os presentes na reunião de ontem no porão da Luiz Antony.
TIM ENGANOU OUTRA VÊZ
A grita é geral! usuarios da operadore TIM, estão reclamando que a empresa além de mudar de daz para onze, de quinze para deseseis reais o perço da recarga. tudo isso para fugir dos planos e promoções que ela lançou. está subtraindo as recargas em tempo record. uma recarga de onze reais só dá para falar um moinuto. com a palavra a agencia reguladora do serviço de telefonia e o PROCOM.
MTE EXORBITA AO CONCEDER REGISTRO A CONFEDERAÇÃO DA CUT E FORÇA
O Ministro do Trabalho CARLOS Lup, rasgou sem revogar a portaria que garante a interrupição de conceção do registro Sindical provisório a Sindicatos, Federações e Confederações, quando o processo sofrer impugnação durante tramitação no ambito adminstrativo do Ministério do Trabalho e Emprego. Recentimente, o Ministro do Trabalho arranjou o artificio do arquivamento da impugnação para conceder registro a uma Confederação da Construção Civil, fundada pela CUT e a Força Sindical. Olhando pelo lado positivo, agora é possivel acabar com o monopólio dos grandes Sindicatos que abrigam muitas categorias como: Metalurgicos pro exemplo. Oposições de plantão a ora é agora. o MTE ao arrepio da lei , liberou geral!

quarta-feira, 17 de março de 2010

LULA INIMIGO DA NATUREZA E DA AMAZÔNIA

O governo Lula que está leiloando o território amazônico, agora comete mais esse crime contra natureza e a humanidade. Em fim de mandato, o Presidente destila toda sua ira contra a nossa Região. Eis a forma de agradecer o forte apoio que a população do Norte lhe dispenssou nesses oito anos de mandato.
Repercutimos essa matéria que o SERPAJ-Brasil postou no seu blog, por entendermos que este chamado que os autores nos fazem é de interesse de toda humanidade. É o clamor de todos os seres vivos que habitam a Região. Aproveito a oportunidade para sugerir uma grande marcha até o Xingu. SOS-BELO MONTE!
Elson de Melo - Sindicalista
Barragem de Belo Monte: RESISTIR É PRECISO!

No próximo dia três de abril o governo Lula fará o leilão para escolher a empresa que construirá a usina hidroelétrica de Belo Monte no Rio Xingu, no Estado do Pará.
Apesar dos esforços de Dom Erwin Käutler, bispo de Altamira a principal cidade da região, e também de lideranças indígenas como o Cacique Raoni e de entidades locais como o Movimento Xingu Vivo para Sempre e Painel de Especialista e muitas outras, o governo vem conseguindo esconder da população brasileira essa grande tragédia. A mídia ainda não tem colaborado, quando noticia, o faz de maneira apressada e imprecisa, dando a impressão de cumplicidade.
O que está em marcha no Xingu é a mais espetacular tragédia ambiental que a Amazônia já viveu e que certamente nos prejudicará a todos, será a terceira maior hidroelétrica do mundo ficando atrás da Três Gargantas na China e da Itaipu Binacional Brasil/Paraguai.
A Barragemde Belo Monte é o principal projeto do PAC, o famigerado Programa de Aceleração do Crescimento do governo Lula e vai custar ao contribuinte brasileiro a monumental cifra de 30 bilhões de dólares, além do extraordinário impacto ambiental, humano e cultural que vai provocar, em prejuízo de todo o planeta e humanidade. O governo justifica essa obra dizendo que é absolutamente indispensável para o crescimento da economia e o desenvolvimento do país.
Na região a ser inundada vivem dezenas de milhares de pessoas, das quais, mais de 20 mil terão que ser removidas, incluídas aí 15 diferentes etnias indígenas que estão sendo obrigados a deixar
para trás seus lugares sagrados e os sítios onde milenarmente viveram seus ancestrais.
gerar energia elétrica serão inundados 52 mil hectares de floresta virgem, formando uma lâmina d’água de mais de 516 k² além de desviar o rio de seu leito natural, deixando completamente secou ou transformando-o num filete d’água por mais de cem quilômetros. O desvio do rio será operado através de dois canais de 500 metros de largura por 35 km de comprimento, a terra escavada e removida assim como o concreto usado para forrar esses canais superam em muito o que foi feito no Canal do Panamá que liga o oceano Atlântico ao Pacífico.
A capacidade instalada da usina de Belo Monte com os seus 11.182 MW, só vai operar com à plena potência durante escassos três meses do ano. Em função do regime de chuvas da região, nos demais meses, a água disponível será suficiente apenas para uma geração firme de energia na casa dos 4.670 MW, ou seja, pouco mais de 40%, o que torna esta energia muito cara, fato que por si só já seria suficiente para inviabilizar o investimento.
Para aumentar e regularizar a vazão do Rio Xingu naquela área e viabilizar Belo Monte, será necessária a efetivação de um complexo sistema que consiste na construção das outras quatro represas, que formarão reservatórios com áreas tão grandes que a própria Eletronorte tem receio de divulgar. O fato é que, ao contrário do que diz a Eletronorte e o governo, o Brasil não precisa de Belo Monte.
A estratégia do governo para rebater as críticas ao projeto de Belo Monte é deixá-lo sempre em aberto, assim qualquer número pode ser contestado ou revisto e modificado. O custo da obra inicialmente previsto foi de 1,7 bilhão de dólares, atualmente vai a leilão por de 19 bilhões. A área a ser coberta pelas águas inicialmente era superior a 1.200 Km² atualmente o governo diz que serão somente 440km². Para este artigo, ficamos com os números dos especialistas que tem tratado da questão.
O medonho impacto ambiental será sentido desde o início da obra com a movimentação de máquinas e remoção de terras e vegetação, culminará com o represamento das águas que destruirá a vasta biodiversidade da região, que certamente ainda contem inúmeros espécimes de vida que sequer foram catalogados sendo que muitas podem ser endêmicas e se perderão para sempre.
A destruição da natureza continuará depois de inaugurada a fatídica usina, pois para sua construção ocupará mais de 80 mil trabalhadores que atrairão toda uma estrutura de apoio, criando vilas e povoados que inevitavelmente desmatará grandes áreas no entorno da represa.
A lista dos inconvenientes é enorme todos de gravíssimos conseqüências, não só para a região próxima de Altamira, mas para todo o planeta.
A opção deste governo pelos mega projetos como a transposição do Rio São Francisco e agora essa monstruosa barragem é absolutamente contrária a tudo que o PT e o próprio presidente Lula sempre pregaram. O que é que pode explicar essa mudança tão radicalmente oposta a toda sua biografia e discurso?
ponto estarrecedor deste projeto foi o processo de diálogo com a comunidade atingida, que é uma obrigação legal, e só teve início por imposição da justiça, e ainda assim aconteceu de “mentirinha”. Tudo já estava definido, o que se viu foi uma tremenda manipulação e feroz brutalidade.
organizações sociais (Movimento Xingu Vivo Para Sempre), religiosas (Prelazia do Xingu, CIMI, CNBB) e científicas (Painel de Especialistas), e muitas outras, no Brasil e também do exterior como o Green Peace têm denunciado esse megalômano projeto como inviável, prejudicial e desnecessário.
Intelectuais de todas as áreas tem se posicionado contra e mostrado os seus inconvenientes, cada um em seu campo de atuação. O professor da USP, Dr. Célio Bermann escreveu vigoroso artigo para mostrar de modo técnico que o Brasil não precisava e não precisa dessa usina, Os teólogos Leonardo Boff e Frei Betto e muitos outros tem demonstrado com absoluta clareza a inconsistência moral e ética, enfim, só mesmo Lula e seu governo, além das empresas que lucrarão com a obra, é que são a favor.
Na última quarta feira, 10 de março, um grupo de 140 entidades ambientalistas do Brasil e do exterior entre elas a Amazon Watch e o Greenpeace enviaram uma carta ao presidente Lula cobrando seus compromissos e exigindo-lhe que honre sua palavra de: "Belo Monte não seria forçado goela abaixo de ninguém" e também se posicionado claramente contra mais esse crime ambiental.
A Barragem de Belo Monte está servindo para mostrar para o mundo, uma faceta do presidente Lula que internamente conhecemos bem, que é a de falar uma coisa e fazer exatamente o contrário e ainda assim continuar dizendo que faz o que prega.
O presidente Lula e sua máquina de propaganda espalha pelo mundo que ele é ecologista, e vem executando um vigoroso programa de distribuição de renda no Brasil.
, desde o primeiro dia de seu governo os banqueiros vem tendo lucros recordes ano a ano. Em 2009 a fortuna dos bilionários do Brasil cresceu 120 por cento. Na semana passada, 6 de março, a revista “Forbes”, sim, aquela que publica a lista dos bilionários do mundo, publicou que 18 deles são brasileiros, e trouxe a informação que um deles o Sr. Eike Batista cresceu em um ano sua fortuna no Brasil, de 7 bilhões para 27 bilhões de dólares. Tudo em tempos de crescimento negativo da nossa economia.
Isto é ou não o mais extraordinário e macabramente espetacular processo de concentração de renda?
pessoas e comunidades atingidas diretamente por esse absurdo continuam dispostas a lutar até a exaustão para defender seu modo de vida, sua cultura, a floresta, e o planeta de todos nós, com a própria vida se necessárias.
duvidemos, o presidente Lula e seu governo não hesitará em passar por cima de quem quer que seja, como aliás tem sido sua marca.
enfrentar essa luta, a solidariedade internacional é fundamental, busquemo-la.
Resistir é preciso!
Por: Rosalvo Salgueiro
Postado por SERPAJ-Brasil às 17:25 0 comentários
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terça-feira, 16 de março de 2010

ECOMIA SOLIDÁRIA EM DEBATE

Nos dias 18 e 19 deste mês a Secretaria do Trabalho da Prefeitura de Manaus, realizará o 1º Seminário sobre Economia Solidária, segundo um dos Coordenadores do evento Adonay Sabá., vai constar na programação palestras, oficinas, exposição de produtos oriundo de projetos em andamento nas áreas de reciclagem, artesanato e outras atividades. O local de realização do Seminário será o prédio da Universidade Estadual do Amazonas na Avenida Djalma Batista. A participação é livre.

PSOL SOBRE NOVA DIREÇÃO

Noticias vinda do porão da Luiz Antony, sede do PSOL, dá contas que o novo Presidente do Diretório Estadual do Partido será o Ex-presidente da Associação dos Servidores da UFAM – ASUA, Luis Sena. Não restam dúvidas que se isso vier a se concretizar, confirma os boatos que o PSOL vem com a corda toda para as Eleições 2010. é esperar pra ver.

SERRARIA MADEBIQ ENCERRA SUAS ATIVIDADES

A serraria Madebriq encerrou suas atividades fabris. Depois de seus proprietários serem preso e autuado pelos Órgãos Ambientais em mais de um milhão de reais a empresa não suportou e fechou as portas de sua indústria na Colônia Antonio Aleixo. Sobrou para os trabalhadores que se quiserem receber suas verbas rescisórias, vão ter que aguardar a empresa vender sua área onde fica a fabrica. Segundo seu Diretor os empresários vão se desfazer da área com muita pena, mas não tem outro jeito. A área está avaliada em quinze milhões de reais e serve para investidores nos ramos de madeira, hotelaria, e construção naval.

TIM ENGANOU

A operadora de celular Tim está sendo chamada pelos usuários dos seus serviços por esse codinome, primeiro pelo sistema esta sempre em pane, segundo por seu modem ter a velocidade de uma tartaruga e terceiro, pelo fato de ter elevado suas tarifas do plano pré-pago. Eu explico, na sexta feira passada adicionei onze reais de recarga no meu Tim enganou fiz duas ligações com duração inferior a um minuto e os créditos se foram!...
Fonte: elsondemelo.blogspot.com

Cadê o Lucta Social?

Se fizermos essa pergunta aos Operários da Zona Franca de Manaus, possivelmente não encontraremos respostas positivas. Seguramente a maioria não conhece o valoroso folhetim operário de 1914, alguns lembrarão da edição da década de 80 quando o jornal era órgão de divulgação do PT. Porém se recorrermos aos intelectuais da academia que pesquisam a relação capital e trabalho, todos vão declamar em versos e prosas que esse foi o melhor informativo de classe que circulou na cidade de Manaus. O Professor José Ribamar Bessa Freire da sua coluna Taque Pra Ti, inquieto com a falta de noticias do quase centenário jornal, ousou fazer tal pergunta!

Como Operário remanescente da primeira geração de obreiros do Distrito Industrial de Manaus, este Operário lascado Élson de Melo, também inquieto e de tanto ouvir do Professor Tom Zé, sugestão para o Movimento Operário construir um instrumento de comunicação capaz de melhorar a relação Movimento, verso Operários. Aceitou o desafio de retomar a idéia gloriosa de Tercio Miranda, primeira fase, Nicoláo Imentel, segunda fase e Ribamar Bessa, terceira fase, todos editores do Jornal A Lucta Social.

Não é apenas o desafio de veicular uma nova fase do jornal que nos inquieta. O que nos leva a reeditar o Jornal A Lucta Social é a falta de perspectiva que o Movimento Operário da Zona Franca de Manaus está mergulhado desde os grandes Movimentos Grevista de 1985, 1986 e 1990 do século passado. Principalmente quando constatamos que as atuais Direções dos principais Sindicatos de Operários do Amazonas, estão recheadas de burocratas e vendilhões dos direitos e esperanças dos trabalhadores.

Inquirido por uma intelectual da Academia sobre quais os motivos de mexermos com o jornal, cheguei a pensar que estava cometendo um crime de apropriação de uma história que nada tem há ver com a minha. Cheguei a questionar a legitimidade deste Operário lascado, logo eu, talvez o único Operário remanescente da Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos eleito pela Chapa Puxirum em 1983, que não virou empresário ou está lotado em cargo público na maquina estatal do governo Lula, Dudu e Mazoca. Depois de muita reflexão e de quase desistir do projeto, cheguei à conclusão que pela minha história, tenho sim, legitimidade e dever em dar prosseguimento a esse ideal. Então vamos em frente.

A estrutura Sindical brasileira que tem sua origem no fascismo impede a organização dos trabalhadores em suas entidades de Classe. Da mesma forma, os Partidos Políticos da Esquerda Socialista, preferem articularem seus departamentos Operários na perspectiva dessa mesma estrutura, ou seja, acham positiva a criação de Centrais Sindicais, ao invés de Centrais de Trabalhadores, privilegiando as Direções das Entidades Sindicais – vislumbram apenas o instituído, não buscam instituir novos modelos de organização do proletariado.

O avanço da organização do proletariado só foi possível quando os seus atores ousaram inovar no instituinte, quando vislumbraram a organização do proletariado dentro de uma nova perspectiva social e política. Dentro dessa constatação, destaco os comitês operários de Antonio Gramsci, a organização por local de trabalho – Comissão de Fabrica que permitiram as operações tartaruga no ABC paulista, a Paralisação didática dos Professores Amazonense no século passado e a articulação do movimento com a comunidade representada nos fundos de greve comum nos movimentos paredistas durante e pós a ditadura militar. São aspectos positivos na construção da consciência de classe e revolucionaria do operariado.

A nova fase do jornal A Lucta Social tem por principio articular o movimento Operário a partir do seu local de trabalho, visa orientar grupos de trabalhadores dentro de um programa de formação política e sindical voltado para o projeto estratégico do proletariado – o Socialismo – isso é, dar forma ao sonho dos criadores do jornal.

Nosso objetivo é formar grupos de lutadores sociais comprometidos com a história de transformação social. Lutadores capazes de fomentar no seio da classe trabalhadora uma nova consciência que permita aprofundar as contradições do capitalismo e construir a solidariedade universal, onde homens e mulheres caminhem juntos em direção a felicidade. A sociedade Socialista é o nosso ponto de encontro.

Dentro desse objetivo, está à consecução do Coletivo Operário Livre, trata-se de um movimento autônomo que será a ancora do jornal, dele podem participar qualquer pessoa que se identifique com a nossa luta, para tanto, basta entrar em contato conosco e fazer seu cadastro par participar da vida orgânica do grupo, ou como mantenedora do jornal. Em breve estaremos disponibilizando o formulário no luctasocial.blogspot.com.

Antes de concluir quero destacar a importância dos intelectuais que dedicaram seu esforço acadêmico pesquisando e produzindo teses de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado. De modo especial ao Professor José Ribamar Bessa Freire, que recuperou os exemplares do jornal, a Maria Luiza Ugate Pinheiro e Luis Balkar Sá Peixoto Pinheiro, organizadores do livro Imprensa Operaria no Amazonas, na pessoa dos quis, cumprimento os demais pesquisadores.

Segundo o saudoso Professor Florestan Fernandes “toda classe tem seus intelectuais”, causa-me orgulho poder contar com os intelectuais da nossa classe. Assim quero convidá-los a mandarem suas contribuições para que seja editado nas paginas do nosso jornal. Vocês fazem parte dessa história. A luta para transformar essa realidade que oprime o proletariado é de todos nós.

Trabalhadores Amazonenses. Eis o nosso Jornal A Lucta Social!

Socialismo.
Nós Queremos!
Nós Venceremos!

Élson de Melo - Sindicalista

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