Manifestação em Belém apoia a
paralisação da UHE BELO MONTE
Hoje, 17.08.2012, manifestantes vinculados ao Comitê Xingu Vivo e
a várias outras organizações e movimentos sociais fizeram um ato em frente ao
prédio do Ministério Público Federal, em Belém, demonstrando pleno apoio a
decisão da 5ª turma do TRF-1, que decidiu pela nulidade do decreto 788/2005 e a
paralisação das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Esta decisão teve
como principal motivo a não realização das oitivas indígenas.
Com balões, faixas, músicas e palavras de ordem os ativistas
lembraram a sociedade que esta usina não tem viabilidade ambiental, social,
cultural, politica e nem mesmo econômica, pois, caso fosse construída, custaria
R$30 bilhões aos cofres do governo; remanejaria mais de 40 mil pessoas; secaria
um trecho de 100 km da Volta Grande do Rio Xingu, acabando com toda a
biodiversidade local; geraria energia apenas para as grandes indústrias, e nem
um kW para as populações da região; atingiria as aldeias indígenas Paquiçamba,
Arara da Volta Grande, Juruna do Quilômetro 17 e Trincheira Bacajá, afetando
direta ou indiretamente mais de 15 mil indígenas; impactaria 11 municípios,
totalizando uma população de mais de 360 mil pessoas; produziria toneladas de
gás metano, gás 25 vezes mais impactante que o gás carbônico em relação ao
aquecimento global; atrairia mais de 100 mil pessoas para a região, porém os
dados do governo mostram que menos da metade conseguiria emprego, aumentando a
violência e o caos social.
A manifestação foi saudada pelo procurador da república Felício
Pontes Júnior que, dirigindo aos participantes afirmou que esta decisão abre
portas para que as outras ações do Ministério Público Federal sejam julgadas
com mais celeridade. Os manifestantes fizeram questão de lembrar que Belo Monte
não é um fato consumado, e que decisões como a tomada pela 5ª turma do TRF-1
reforçam esta certeza.
Finalmente, os ativistas conclamaram todos os povos do Xingu, do
Brasil e do mundo a se unirem, fortalecendo a luta contra Belo Monte e todas as
outras hidrelétricas previstas para serem construídas na Amazônia, defendendo
assim os rios, a floresta e a vida.
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