Ademir Ramos (*)
Sábado (30), na convenção do partido, o
prefeito Amazonino Mendes (PDT), deu prova de sua palavra, não oficializando
sua candidatura para as eleições 2012, deixando perplexos seus adversários, que
passaram a formular variadas perguntas, na perspectiva de compreender as
estratégias do mandatário da cidade de Manaus.
“Vencer, não é sempre avançar!”. Esta
máxima socrática foi o mote que fez o prefeito de Manaus repensar suas
estratégias relativas às próximas eleições, principalmente, a partir do momento
em que assinou a ficha do PDT do Amazonas, com aval da direção nacional. Na
oportunidade, Amazonino Mendes se comprometia em estruturar o PDT em todo o
Estado, criando núcleos de bases, como instrumento de mobilização, em
consonância a direção municipal e estadual do partido.
Segundo as declarações de Amazonino
Mendes, a estruturação do PDT, além de ser uma condição necessária
para o cumprimento de um projeto político partidário revolucionário, é também
um instrumento de formação de quadros, bem ao estilo dos partidos de esquerda
que Amazonino militou no passado. Para a realização desses objetivos
programáticos Amazonino Mendes identifica-se como doutrinador/formador de novas
lideranças, querendo ser reconhecido pelos seus pares como protagonista de um
partido que promova políticas públicas fundamentadas na prática da
transparência, participação e respeito ao contraditório.
Estas motivações podem ser consideradas
ou não quandoavaliamos a trajetória governista de Amazonino Mendes.O prefeito
de Manaus, nesse cenário, tem sido reconhecido pelo seu modo de governar,
imprimindo uma forma privatista no controle da coisa pública, gerando tensão
nas relações entre o público e o privado, com redução do poder de Estado e
muito mais ainda, a exclusão das representações da sociedade organizada.
A opção do prefeito de Manaus, em não
concorrer à reeleição pode parecer suicida. Mas, dialeticamente está
relacionada com a decisão do senador Eduardo Braga (PMDB), que também resolveu
não concorrer ao pleito, continuando com sua missão em Brasília a frente da
liderança do governo da presidente Dilma Rousseff. Com estes protagonistas fora
da disputa das eleições 2012, os candidatos que se apresentam podem ser
escada tanto para Amazonino Mendes, como para Eduardo Braga, que visam
disputar as eleições 2014 para o governo do Estado.
Consumado o processo das convenções e
os registros das candidaturas na próxima semana. É hora de conferir o
quadro em todo o Estado do Amazonas, examinando as coligações e em que
constelação política circula para garantir o mando de campo em direção às
eleições 2012. Nesse jogo, a participação do governador Omar Aziz (PSD), não
mais como coadjuvante, é muito importante se quiser continuar em destaque na
política. Para isso, é necessário se fazer reconhecer como autoridade
governamental e direção partidária dotado de competência e habilidade no trata
das disputas das relações de poder.
Amazonino Mendes deixou claro aos seus
correligionários, que não vai concorrer as próxima eleições, no entanto,
declara que não está morto. Se faz de morto... recorrendo a arte da
dissimulação com propósito de conquistar e garantir o controle do poder de Estado. Não
disputando as eleições 2012 recarrega suas baterias para 2014. E assim, todo o
movimento do PDT sob a direção de Amazonino Mendes coligado com outros partidos
move-se em direção as eleições para o governo do Estado, aonde deverão se
enfrentar Amazonino e Eduardo Braga.
Para prefeitura de Manaus, Amazonino
Mendes (PDT), dissimulado ou não, fará tudo para neutralizar a candidatura
avalizada por Eduardo Braga (PMDB), liderando sua tropa de choque para apoiar e
votar no candidato que cumprir com os fins e acordos celebrados. Para esta
empreitada, o nome que unifica as forças entre Amazonino Mendes (PDT) e Omar
Aziz (PSD), afrontado pelo ex-governador Eduardo Braga (PMDB), é d Artur
Neto (PSDB) coligado com Hissa Abrahão (PPS).
Se assim for, o prefeito Amazonino
Mendes, competente e habilidoso na trama da política, fará um novo
reordenando dos atores no cenário político estadual esvaziando a liderança do
senador Eduardo Braga no aparelho de Estado, recomendando ao governador Omar
Aziz a troca imediata do seu secretariado, aparelhando força para as eleições
2014. Estas e outras medidas podem ser determinadas se os Agentes
compreenderem a noção do todo e juntos convencerem o eleitorado da grandeza de
suas propostas, só as urnas dirão.
(*) É professor, antropólogo e
coordenador do NCPAM/UFAM.
É um estrategista. faz e desfaz e depois tem que quebrar a cabeça para entender o que fez ou deixou de fazer.
ResponderExcluiré uma forma de mostrar força, porem um pouco ultrapassada, mas ainda funciona
Bruno Oliveira