Apesar de ter sangue nobre, o jovem Robin de Locksley escolheu ficar do lado dos mais injustiçados, e não dos ricos e poderosos. Mais do que isso, o jovem passou a viver como fora da lei, tirando destes para que aqueles pudessem sobreviver. Roubar dos ricos, e dar aos mais pobres. Esse era o lema de um dos heróis mais famosos nas fábulas inglesas, Robin Hood.
Verdade ou mito, a filosofia do jovem, que teria vivido no reinado de Ricardo Coração de Leão, no século XII, ainda inspira muita gente. E é baseado nele que foi criada a campanha international “Robin Hood Tax“, um imposto sobre transação financeira (Financial Transaction Tax – FTT) de menos de 0,5% a ser cobrado sobre transações de entidades bancárias e outras grandes instituições financeiras que seria destinado à criação de um fundo para o combate à pobreza e ajuda aos países em desenvolvimento na adoção de medidas para diminuir o impacto das mudanças do clima. Especialistas estimam que esse valor poderia chegar a 350 bilhões de dólares por ano somente nos Estados Unidos.
“Não acha que já pagamos impostos demais?”, vocês poderiam perguntar. A ideia principal da Robin Hood Tax é justamente que os bancos, responsáveis pela últimas crises nos países do norte, aproveitem da mesma para fazer algo de bom. Ou seja, o cidadão comum, como você ou eu, não seria taxado, o valor final não passaria para o consumidor, como somos acostumados aqui no país. Exemplo: assim como no Brasil chegamos a pagar 40 reais de impostos a cada 100 reais gastos, com a taxa os bancos e fundos de investimentos pagariam menos de 50 centavos a cada 100 reais por transação. Não é pouco? Por isso é justo!
A campanha tem apoio de diversas organizações da sociedade civil em mais de 50 países, como Greenpeace, Oxfam, 350.org, UNICEF, entre outras. Milhares de economistas, ativistas ambientais, intelectuais, pensadores, acadêmicos, artistas, políticos, empresários e personalidades de diversas áreas apoiam e divulgam essa campanha. Jeffrey Sachs, Desmond Tutu, Ban Ki-Moon, Kofi Annan, Bill Gates, Al Gore, o brasileiro Marcio Pochmann (IPEA), para citar alguns.
A própria ONU apoia a iniciativa e propôs algo similar. Nesse caso, as transações taxadas seriam feitas apenas sobre as moedas mais fortes: dólar, euro, libra e iene. A organização estima que uma mudança como essa poderia gerar até 40 bilhões de dólares por ano para a cooperação internacional. Mais importante ainda, o Parlamento Europeu já votou a favor da utilização de tal taxa sobre as transações. A questão segue em discussão.
Inclusive, está acontecendo agora um workshop do UNFCCC, em Bonn, sobre ofinanciamento a longo prazo das mudanças no clima. Ativistas seguem mobilizando. Retweet a mensagem abaixo. Utilize as hashtags #RobinHoodTax e #LTFchat. Use o twitter @UN_climatetalks.
A Robin Hood Tax é justa. Os bancos têm recursos para pagá-la. Sistemas estão prontos para coletá-la. Ela não irá afetar o cidadão comum, sua conta bancária ou suas economias. Ela é justa. É oportuna. É possível. Não uma taxa sobre as pessoas, mas uma taxa para as pessoas.
Interessante análise!
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