Por Jornalismo Carlos Costa
A implantação de um Plano de Cargos e Salários igual para todo o
país, estruturado na formação acadêmica e não “no cargo que ocupa” ou “por quem
tenha sido indicado” (QI), resolverá a greve dos professores e de todas as
demais categorias dos órgãos federais brasileiros que decidiram paralisar, com
justa razão. Mas os “penduricalhos”, apresentados de várias formas e disfarces,
“engordam” os salários e são a ilusão amarga na hora da aposentadoria porque
nem sempre os valores que recebiam são incorporados às aposentadorias. O os
grevistas só reivindicam um aumento no valor real dos salários, em qualquer
início de carreira!
Para que o PCS se torne possível, sem onerar os cofres públicos,
bastará reduzir os “penduricalhos” e incorporá-los uma parte desses adicionais
aos salários dos servidores grevistas, mas respeitando o critério piramidal das
graduações que tiverem e os garantidos por Lei.
Há muitas desigualdades entre salários nos diversos Ministérios do
Governo Dilma, sobretudo no Ministério da Educação, quando um PHD, doutor,
mestre, especialista, bacharel recebe menos do que um membro de outros
Ministérios, como o da Justiça, por exemplo, que não sofrem essa mesma exigência!
Não é justo que um pós–doutor, doutor, mestre ou especialista em
qualquer área de conhecimento ou bacharel ou apenas com o ensino médio, mesmo
que completo, tenham entre si tantas diferenças salariais como ocorre hoje nos
serviço públicos federal, estadual ou
municipal, sem exigência de qualificações mais elevadas, mas com salários altíssimos! Isso ocorre,
principalmente, com os funcionários das duas casas políticas mais elevadas da
República – Câmara e Senado! Mas ocorre também, dentro dos vários Ministérios.
Isso precisa ser corrigido!
É inaceitável que funcionários públicos - pós-doutorado,
doutorado, mestrado, especialista, bacharelado - que estudaram, abdicaram de
horas com seus familiares, receberem menos do que outros profissionais que estudaram
menos, mas ganham generosamente valores bem superiores, alguns até o triplo do
que é pago a um professor. Para alguns
cargos de nível médio apenas, o salário chega ser bem maior do que para um
pós-doutor, doutor ou bacharel. Isso é inconcebível, dentro de uma mesma
estrutura de um Governo!
Sem uma verdadeira democracia salarial e não “penduricalhos” que
engordam os salários, o Brasil nunca chegará a ser um país que pratique uma
verdadeira democracia; muito menos abandonando os professores! Com o Governo
Federal embolsando 77% em impostos diretos entre folha salarial e indiretamente
com impostos em cascatas que ainda pagam em compras que realizam em
supermercados, shoppings e quaisquer outras realizadas.
Os impostos de 77%, de forma direta na folha salarial e
indiretamente em contas de água, luz, gasolina, roupas e outras coisas,
resultam em quê? Em péssimos serviços médicos, hospitais precários, segurança
deficiente, habitação quase inexistente e outras necessidades e servem muito
bem a para de corrupção política, desvios de verbas, super faturamentos em
licitações e outras artimanhas que deixam a desejar todos os serviços
básicos oferecidos à população em geral.
Dos 77% que o governo arrecada o que volta em termos de serviços? Quase nada!
Dos 23% que restarão ao trabalhador, terá que viver com a falsa ilusão que os
“penduricalhos” colocados em seu contracheque sejam incorporados em sua
aposentadoria ao fim de seu tempo de serviço.
Mas com os “penduricalhos” ao salário base iniciais da carreira
que nunca é reajustado, dá a falsa impressão que o servidor ganha muito bem e,
em alguns casos, “engordam” o salário base em até três vezes mais. Uma triste
ilusão na hora da aposentadoria.
E não é apenas com a instituição de um Plano de Cargos e Salários
que se resolverá a questão da corrupção pública, porque isso depende de caráter
individual de cada pessoa, mas, pelo menos, deixaria o Brasil andar para
frente, ser uma democracia forte e respeitada. E, a partir disso, poderá criar
leis mais duras contra a corrupção no serviço público.
A presidente Dilma Rousseff, ao assumir a presidência, prometeu
que priorizaria todas as Carreiras de Estado, mas não é o que está acontecendo
na prática. Pelo menos se observa somente um Brasil parado e os políticos
brincando de se dar aumento ou reajustando suas verbas de gabinete!
Caro Companheiro de Luta, de fato esse é um grande problema do Brasil inteiro, falta a quase todos os profissionais um PCCR (Plano de Cargos Carreira e Remuneração) ou PCCS (Plano de Cargos Carreira e Salário). Aqui no município de Marabá-PA, os servidores da educação com muita luta conseguiu aprovar o seu PCCR, que serve de modelo aos demais municípios do estado. Mas mesmo assim, ainda há uma disparidade muito grande entre um professor graduado concursado pela rede estadual e um professor graduado concursado na rede municipal.
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