Imagem: Amazonas em Tempo |
Ademir Ramos (*)
Surfando na onda das eleições como líder nas pesquisas, Artur Neto
transforma-se em vidraça e passa a levar “ovada” do PCdoB, que desesperadamente
tenta empinar a candidata comunista correndo contra o vento, afrontando, dessa
feita, a vontade da maioria que se manifesta favorável as eleições de Artur
para a Prefeitura de Manaus. O recorte conjuntural tem dado conta de que as
práticas rasteiras não resultam em voto quando se tem pela frente um eleitorado
convencido de sua opção como garantia da cidadania.
Ódio e vingança são valores que não coadunam com a política
civilizatória. Esta prática é reflexo de um tempo mórbido marcado pelo
coronelismo de patente comprada aliançado com os políticos provincianos, que
tratavam o povo no cabresto como refém de seus açoites tal como os animais em
seus currais.
No entanto, está comprovado que a história não se repete porque
não se banha duas vezes no mesmo rio. Entretanto, quando uma determinada
liderança perde o eixo, não tendo perspectiva do amanhã, recorre ao passado, às
mesmas práticas para tentar fazer valer a sua vontade e ludibriar o povo mais
uma vez.
O ensinamento que se pode tirar de tudo isso, é que os candidatos
compram os pacotes dos marqueteiros, que por sua vez, se comportam fora da
história ignorando a cultura do povo local. Com esse gesto buscam dominar
simbolicamente o povo fazendo de tudo para mantê-lo sob o chicote e o grito do
governante tresloucado.
Na verdade, a propaganda não deve se divorciar do perfil e da
história do candidato. Para isso é necessário que a prática política represente
a sua vontade e que se afirme como verdadeira no imaginário político do
eleitor. Ao contrário, tudo não passa de verniz, de sombra, faz de conta, não
merecendo do povo credibilidade e respeito.
A opção do eleitor de Manaus será conferida nas urnas, embora as
pesquisas favoreçam ao candidato Artur, nada, absolutamente nada, substitui a
vontade solene do povo a ser proclamada no resultado final. Das eleições
devemos abstrair ensinamentos que sirvam de diretrizes para conduta do cidadão
candidato e para o próprio eleitor.
O fato é que o tempo é implacável e quem não souber ler e
decodificá-lo, com absoluta certeza, não alcançará o porto seguro e muito menos
fará a travessia, ficando entre os afogados abraçados entre si, acometidos
pelos males da arrogância, autoritarismo, prepotência e, em última instancia a
febre do populismo configurada na prática do messianismo a prometer mundos e
fundos aos excluídos.
Política também é paixão que se tradução em confiança, relação e
credibilidade. É o corpo a corpo, onde o eleitor e o candidato inseridos numa
representação conceitual promovem o amor, a justiça, a fraternidade e,
sobretudo, a felicidade pública criando condições para que todos (as) sintam-se
parte do processo de governança.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.
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