Embriagado nos ensinamentos do poeta Simão Pessoa
A “canalha da várzea”, movimento crítico literário do Amazonas,
inserida no cardume do projeto Jaraqui, há muito convive com está espécie de
bandidos que se locupletam da coisa pública para beneficiar primeiros os seus e
depois muito depois o povo. Para justificar este comportamento e o modo larápio
de ser parte do princípio de que todo político é corrupto e se ele nunca
roubou, ainda vai roubar o cofre público, e aqueles que parecem honestos é
porque nunca tiveram oportunidade de meter a mão, bem no estilo do Plínio
Coelho: “Quem comeu, comeu quem não comeu não come mais”.
Esta cantiga se transforma em mantra dos eleitores canalhas para
justificar sua conduta corrupta. Ora, como bem disse o Lula, o comandante das
forças dominantes deste País, se todos os partidos fazem caixa dois porque o PT
não haveria de fazer. Pior ainda, o PT de Lula vem sendo apenado no Supremo
Tribunal Federal por crime político de lavagem de dinheiro, peculato e outras
práticas que profanaram a República Brasileira. Mas, como todo canalha procura
banalizar o crime vê esta conduta normal porque se não fosse assim ele jamais
ganharia as eleições e possivelmente o Brasil estaria na mão de outros bandidos
muito pior porque ele rouba, mas é um dos nossos.
Em síntese, a canalhice do eleitor se justifica na confirmação que
ele faz nas urnas dos nomes daqueles que fazem parte da quadrilha de
salteadores do Estado, seja do PT, PMDB, PC do B e seus comparsas, que falam em
parceria, em time e em ação conjunta integrada. Tudo isso ressoa nos ouvidos
dos canalhas, dos cínicos e imorais, daquelas cabeleiras escovadas com
chapinha, a oportunidade de assaltar o povo, apostando na impunidade e no
poderio econômico capaz de manipular resultado nos tribunais, intimidar agentes
públicos responsáveis e beneficiar a mídia com verbas públicas capaz de
silenciar as redações da imprensa.
A ética do canalha é determinada pelo seguinte princípio: “o fim justifica os meios”, enfim dane-se o mundo, isto é, eu, o meu grupo, a quadrilha, o time que jogo e voto, seja um vencedor e de rebarba esse eleitor canalha de carne e osso sente-se no “direito” de optar pela quadrilha que se apresenta na mídia, fazendo-se de surdo, cego e mudo como se as denúncias apuradas no Mensalão nada tivesse haver com o modo dos candidatos e dos partidos que operam por aqui.
(*) É professor,
antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.
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