Durante o período de exploração da riqueza do látex pelos ingleses
no século XIX, a cidade se transformou para “inglês ver”. A miséria, pobreza e
os pedintes foram banidos da área central e “alojados” em bairros que estavam
surgindo e pessoas integrantes dessas condições passaram a ocupar os mais
distantes da cidade locais da cidade. Daí surgiu no Amazonas à expressão “para
inglês ver”, por força de um decreto da Intendência Municipal. Manaus era uma
bela cidade, mostrada sem problemas, mas as pessoas consideradas em baixa
condição de integração social, só estavam banidos; tinha mudado de lugar.
Diante disso, a palavra “pobreza” merece vários sentidos. O da
carência de alimentação, vestuário, alojamento e saúde, ou seja, carência de
bens e serviços essenciais; também como falta de recursos econômicos ou a
carência social como exclusão, incapaz de participar na sociedade, incluindo
educação e informação. Esse era o caso presente no Amazonas “para inglês ver”!
Historicamente, inclusive agora no Governo do PT, a carência
social com exclusão que vem sendo combatida com uma série de bolsas de
transferência de renda, vai continuar sendo enfrentada e banida também porque
os pobres sempre continuarão sendo vistos pelos sucessivos governos como um
estorvo social, um problema capaz de forçar o banimento do convívio com outras
pessoas. Essa cultura da exclusão com tentativas de “inclusão” social tem sido
a regra e não a exceção, como poderia ser vista no Brasil.
Mas essa prática é ainda anterior a tudo isso e remonta do período
da Revolução Industrial, na Inglaterra quando, compradas pelos empresários
industriais, os trabalhadores foram
expropriados de suas terras e levados à mendigar pelas ruas de Londres, fazendo
surgir as chamadas “Leis Sociais”, de acolhimento e ajuda. (O CAMINHO NÃO
PERCORRIDO – A TRAJETÓRIA DOS ASSISTENTES SOCIAIS MASCULINOS EM MANAUS - in carloscostajornalismo.blogspot.com).
No Brasil, com o início do processo de industrialização no Governo
Vargas, as chamadas questões sociais de insatisfação dos trabalhadores com os
baixos salários, antes da Consolidação das Leis Trabalhistas, eram resolvidas
em delegacias de polícias. As revoltas, greves e outras manifestações de
insatisfação contra a pobreza e a miséria, produzidas pela expropriação das terras
em favor das indústrias, transformando os antigos proprietários de terras em
mão-de-obra barata, também eram assuntos de polícia e não consideradas questões
sociais.
Com isso, os bairros começaram a surgir sempre mais distantes dos
centros urbanos, para onde eram direcionados os pobres expropriados de seus
trabalhos manuais. Também foram construídos hospitais para doentes mentais para
afastá-los do convívio das pessoas “normais”. Todos, longe dos centros urbanos
para que os pobres não fossem vistos pelos que frequentavam as cidades.
Enfim, a miséria sempre foi excludente para os diversos Governos e
também a está sendo agora no Governo do PT, gerando violência, envolvimento com
drogas, segregação social, criação de cotas, dividindo a sociedade em pedaços e
tentando impor regras sociais para a inclusão desses excluídos históricos. Como o será de todos os Governos que vierem
depois. Isso é histórico e não mudará nunca, embora tentem!
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