Exige-se autonomia, determinação, projeto, conhecimento das políticas
públicas e domínio das experiências vivenciadas no campo de trabalho amparado
pelas práticas pedagógicas resultantes no avanço dos indicadores de
aprendizagem no ensino básico.
Ademir Ramos (*)
No
sábado (25), o projeto Jaraqui, em regime de colaboração, com o governador do
Amazonas, Omar Aziz (PSD), começou uma ampla campanha de rua para escolher o
Secretario de Estado de Educação do Amazonas, visto que, passaram-se mais de 30
dias, e o governo do Estado não nomeou o novo secretário no lugar do professor
Gedeão Amorim, deixando a pasta no remanso das especulações políticas entre o
governador e o senador Eduardo Braga (PMDB), que se sentindo traído por Omar
Aziz, resolveu desbancar a candidata do governador para Prefeito de Manaus,
mobilizando forças em favor da senadora Vanessa (PCdoB).
A
SEDUC concentra o maior orçamento do Estado, 1,3 milhão, isto sem contar com o
volumoso repasse do FUNDEB que cai regiamente na conta da pasta. Mesmo assim, o
governador declarou que não tem encontrado ninguém para assumir porque o
salário é pouco, equivalente a 12 mil reais líquidos.
A
afirmativa é verdadeira se comparado com a empresa privada. No entanto, é o
valor que o governo do Amazonas paga para os demais Secretários de Estado e,
pelo que sabemos, nenhum dos presentes tem pedido para sair, inclusive os da
antiga gestão do ex-governador Eduardo Braga, de onde provinha o professor
Gedeão Amorim. Outro argumento do governador para retardar a nomeação do novo
secretário da SEDUC é a competência técnica do indicado.
E
pelo movimento das águas, o governador Omar Aziz não tem encontrado ninguém com
competência. Leia-se, um profissional capaz de gestar uma maquina viciada, que
opera diretamente nos 62 municípios do Estado, com capilaridade política
extensa sob o mandonismo do governador, visando garantir as eleições dos seus
prefeituráveis, na perspectiva de formar um bloco sustentável apto para
enfrentar a intrépida vontade de Eduardo Braga para o governo do Estado em
2014.
Enquanto
o seu lobo não vem, os professores padecem da falta de uma política de
valorização do magistério, contemplando novos pleitos dos trabalhadores da
educação no Plano de Cargos, Carreiras e Salários da categoria, em consonância
com o piso nacional dos professores, bem como, o planejamento da carga horária
referente às horas de trabalho fora da sala de aula nos termos da decisão Supremo
Tribunal Federal (STF).
O
descaso e o desrespeito aos trabalhadores da educação do Amazonas implicam no
processo de organização da própria escola quanto à gestão participativa, a
implantação dos conselhos representativos, a congregação dos professores, a
gestão e distribuição da merenda escolar, na formação continuada dos
trabalhadores do ensino e, principalmente, nos indicadores da aprendizagem, que
deve mobilizar todos os meios necessários para garantir mais qualidade em nossa
educação básica.
O
que a SEDUC precisa é de um formulador de políticas públicas com relativa
autonomia para implementar mais qualidade no Sistema Educacional, considerando
o valor e a competência do Conselho Estadual de Educação, em articulação com as
representações sociais e os demais instrumentos de controle social, atuante no
interior do Sistema Estadual de Educação.
A
gestão participante requer autonomia, determinação, projeto, conhecimento das
políticas públicas e domínio das experiências vivenciadas no campo de trabalho
amparado pelas práticas pedagógicas resultantes no avanço dos indicadores de
aprendizagem no ensino básico. Esta plataforma só será realidade se o
governador Omar Aziz. de forma responsável e participativa, instituir uma
equipe de gestão comprometida com mais qualidade da nossa educação e a defesa
da Escola Pública do nosso Amazonas.
(*)
É professor, antropólogo, direção do Jaraqui e coordenador do NCPAM/UFAM.
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