sábado, 31 de julho de 2010

DARDANELOS E BELO MONTE: A HISTÓRIA SE REPETE

Nesta semana, as etnias Arara e Cinta Larga ocuparam as obras da usina de Dardanelos no rio Aripuanã, em Mato Grosso. As pressões sofridas pelos indígenas com a construção da hidrelétrica, criminosamente ignoradas no processo de licenciamento, vieram à tona. À época da concessão das licenças, os impactos que hoje afetam as Terras Indígenas (TIs) em Aripuanã foram considerados como “de baixa importância e baixa significância”. Apesar de ocuparem 6.863 quilômetros quadrados, totalizando 27,40 % da área do município, as TIs receberam o status de Área de Influência Indireta (AII) nos estudos ambientais.

Telma Monteiro

Em 1944 nascia o município de Aripuanã, no noroeste de Mato Grosso (MT), na margem direita do rio Aripuanã. O rio Aripuanã corre paralelo ao Juruena, atravessa a divisa do Estado do Amazonas e vai desaguar no baixo curso do rio Madeira.

A região de Aripuanã sempre foi marcada por conflitos entre garimpeiros e indígenas. O município foi idealizado para ser colônia agrícola. A sede administrativa de Aripuanã, devido á dificuldade de acesso, ficou inicialmente em Cuiabá, depois passou para Manaus. Só em 1966 ela foi estabelecida no local atual, na Chapada de Dardanelos, ao lado do Salto das Andorinhas e do Salto de Dardanelos. Leia mais...

Salto de Dardanelos
Da cidade encravada no meio da floresta amazônica, às margens do rio Aripuanã, se descortina a incrível beleza das águas que despencam de mais de 100 m de altura envolvendo as escarpas de arenito. Essa natureza exuberante é motivo de orgulho para os moradores de Aripuanã e marca registrada da região.

Salto de Dardanelos
Tanta beleza cênica, no entanto, guarda, desde as décadas de 1950 e 1960, a memória do extermínio de indígenas em conflitos com seringueiros. Hoje, aproximadamente 500 Cinta-Larga e Arara ocupam as Terras Indígenas – Aripuanã, Serra Morena e Arara Rio Branco, no coração do município.


Duas Unidades de Conservação (UCs) – Estação Ecológica Flor do Prado e Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, também completam a majestade dessa região ungida pela natureza. Mais esse patrimônio natural, marco turístico, também não foi poupado pela sanha desenvolvimentista governamental.

Desde o ano 2000, projetos de aproveitamento hidrelétrico do rio Aripuanã têm sido analisados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Em 2004 os estudos da usina de Dardanelos foram aprovados pela ANEEL e o leilão de venda de energia marcado para dezembro de 2005 junto a outros oito aproveitamentos. O processo de licenciamento ambiental foi conduzido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado que concedeu as licenças com o aval da Assembléia Legislativa de MT.

O grupo indígena rebelado nesta semana, em Aripuanã, está cobrando das autoridades o cumprimento das medidas mitigadoras de (i) instalar e reforçar, em convênio com a FUNAI, postos de vigilância em pontos estratégicos para proteção das TIs Aripuanã, Serra Morena e Arara do Rio Branco (ii) promover articulações com o IBAMA e a Polícia Florestal do Estado do Mato Grosso para reforçar a fiscalização sobre a exploração de recursos florestais nas terras indígenas (EIA, Capítulo VII). No Parecer Técnico que subsidiou a Licença Prévia de Dardanelos não há nenhuma condicionante sobre a questão indígena.


Em dezembro de 2005 o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado de MT ajuizaram uma Ação Civil Pública, com pedido liminar para excluir o empreendimento de Dardanelos do leilão de venda de energia. O processo de licenciamento conduzido pela secretaria, segundo os procuradores, está marcado por ilegalidades. A liminar foi concedida e Dardanelos ficou de fora desse leilão. Porém, em novo leilão no ano seguinte, a usina foi arrematada.

Os procuradores demonstraram, entre outras coisas, que as normas ambientais não tinham sido observadas e que a Linha de Transmissão, indispensável para levar a energia gerada pela usina, não foi objeto de análise financeira ou ambiental.

Os Estudos de Viabilidade Técnico-Econômica (EVTE) e o Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) foram elaborados pela Eletronorte e Construtora Norberto Odebrecht (CNO). Em 2007 foi criada a Energética Águas de Pedra para construir e operar a Usina Hidrelétrica (UHE) Dardanelos e o seu Sistema de Transmissão. Esse consórcio, hoje responsável pelas obras, é formado pela Neoenergia (51%), pela Eletronorte (24,5%) e pela CHESF (24,5%).

O EIA/RIMA analisado pela SEMA de MT não questionou os aspectos e os efeitos dos impactos do empreendimento sobre as cachoeiras Salto das Andorinhas e Salto de Dardanelos. O projeto, inusitado na época, inclui o desvio de parte da vazão das águas do rio Aripuanã, a montante das quedas d’água, através de um canal de 3 mil metros, para alimentar as turbinas da casa de força. A redução da vazão do rio Aripuanã, no trecho das cachoeiras será responsável pelos principais impactos do empreendimento sobre o meio ambiente.

Como Belo Monte, no rio Xingu, o projeto de Dardanelos desconsiderou completamente a sazonalidade do rio Aripuanã. Cheias e estiagens extremas levam a vazões máximas de mais de 1 500 m³/s às mínimas de 18 m³/s. Guardadas as devidas proporções, Dardanelos é uma espécie de miniatura de Belo Monte.

Também no caso de Dardanelos os empreendedores procuraram transmitir segurança quanto à garantia de uma vazão que minimizasse, como se isso fosse possível, os impactos ambientais nas cachoeiras. A grande variação sazonal natural já tem, normalmente, reflexo na paisagem cênica das cachoeiras. São inimagináveis as conseqüências do desvio das águas do rio Aripuanã para mover as turbinas de Dardanelos. Outros projetos – Juina, Faxinal e Faxinal II - de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) reduzem ainda mais a vazão do rio Aripuanã, a montante de Dardanelos.

Em Dardanelos as obras estão em estado avançado e os efeitos são visíveis e inequívocos. Em Dardanelos a Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRDH) outorgada pela Agência Nacional de Águas (ANA) determinou que o valor reduzido de 21m³/s seria suficiente para manter as cachoeiras no período mais seco. Em Belo Monte a chamada vazão residual mínima para Volta Grande do Xingu ficou restrita a míseros 700 m³/s. Em ambos os projetos a chamada “vazão ecológica” chancela a destruição do rio.

O projeto de Dardanelos, afirmam os estudos, não terá reservatório, será a fio d’água. Belo Monte também. Em Dardanelos como Belo Monte o canal que desviará a maior parte da vazão está sendo escavado em rocha – a ordem de grandeza das escavações também é uma incógnita - e revestido em concreto.

Assim como Belo Monte, no rio Xingu, o projeto de Dardanelos, no rio Aripuanã tem uma concepção ultrapassada, cara, leva a extinção de patrimônio natural e aos impactos em Terras Indígenas; tem os mesmos idealizadores do projeto e é inviável economicamente. Só mudam, mesmo, a dimensão das obras e os valores dos investimentos.

No próximo artigo sobre Dardanelos mostrarei o descaso com que os responsáveis pelos aproveitamentos no rio Aripuanã trataram as Terras Indígenas. Uma análise acurada dos documentos do processo de licenciamento de Dardanelos vai mostrar como é possível destruir a auto-estima de populações tradicionais e povos indígenas.

AS ELEIÇÕES 2010 PARA O GOVERNO DO AMAZONAS: CAPITALISTAS X SOCIALISTAS

Por: Fernando Lobato
Candidato a Vice-governador pelo PSOL nas Eleições 2010

Seis candidaturas foram inscritas para a disputa do Governo do Amazonas em 2010. Três defendem o sistema dominante (Alfredo, Omar e Hissa) e três são críticas do mesmo (Luiz Carlos Sena, Herbert e Navarro). Embora queiram definir essa eleição como um simples embate entre Alfredo e Omar, dois membros da oligarquia local, não há como se ignorar o fato de que se trata também de um embate entre capitalistas e socialistas de vários matizes. Esse foi, pelo menos para nós do PSOL, o sentido que nos fez entrar nessa disputa, apesar de todas as dificuldades que temos de superar para levar nossa mensagem à população amazonense.

Para nós do PSOL, a lógica capitalista, no Amazonas, mostra-se ainda mais malévola do que em outros lugares. É ela que provoca, por exemplo, a excessiva concentração populacional em Manaus que, por sua vez, faz disparar o preço dos imóveis e dos aluguéis. É ela que despovoa ainda mais o interior de um estado já despovoado e que carece de braços no setor primário para alimentar, pelo menos parcialmente, a sua população. É ela que faz com que Manaus inche com a atração da população desempregada de outros estados e force um avanço desordenado da cidade sobre a floresta. É ela que nos mata mais cedo com as doenças relacionadas ao mundo do trabalho e com o excesso de stress derivado da necessidade de deslocamento freqüente de um lugar para o outro e dos engarrafamentos quilométricos.

Esse é o sentido do dito desenvolvimento capitalista:fazer crescer a produção de produtos e riquezas ao mesmo tempo em que se degenera a qualidade de vida de todos. Se aos manauaras fosse permitida uma volta no tempo, não tenho dúvidas de que a grande maioria se posicionaria em favor de um desenvolvimento da cidade menos acelerado, mais justo socialmente e sem grandes impactos ambientais. É notória, na fala dos maiores de 40 anos, a saudade de uma Manaus onde não era preciso sair da cidade para se tomar um gostoso e relaxante banho de igarapé. A quem interessa esse modelo de desenvolvimento que prestigia dinheiro e investidores enquanto deprecia a qualidade de vida da maioria? Será que não temos alternativa a essa lógica que promove a desconfiança entre as pessoas e o aumento da criminalidade? Será que pra crescer economicamente temos de nos barbarizar enquanto seres humanos?

Nós do PSOL não temos dúvida de que existem alternativas e de que elas passam, necessariamente, pela adoção de princípios socialistas na dinâmica social, principalmente na gestão estatal. Tomo conhecimento, com satisfação, que hoje, dia 30 de julho, a Prefeitura de Londres inaugurou um sistema estatal de locação de bicicletas para a sua população. Mais de dois séculos depois de se tornar a cidade mãe do capitalismo mundial, Londres desprestigia o motor e faz opção por um veículo que não gera fumaça e ainda melhora o condicionamento físico da população. Espero que essa novidade seja de fato o início de mudanças mais gerais na sociedade londrina e inglesa.

Aqui no Amazonas, os sócios locais do capitalismo mundial vão continuar dizendo que é preciso prorrogar os incentivos fiscais da Zona Franca até 2100 ou 2200, que o modelo é ecologicamente correto, que o Amazonas está sendo preparado para o futuro, que o modelo é bom porque gera dezenas de milhares de empregos diretos e por aí vai. O que eles não dizem é que esse sistema de isenção fiscal é uma forma de transferência de recursos públicos para o setor privado, que mantém o estado atrasado economicamente, pois não desenvolve de fato as forças produtivas e que a grande massa operária tem rendimentos que não superam os dois salários mínimos mensais.

A população amazonense precisa despertar para a importância da discussão política acerca do modelo do qual nos tornaram reféns. No curto prazo não há remédio para a nossa dependência do mesmo, mas é fundamental começarmos a encaminhar as mudanças estruturais necessárias para um melhor equilíbrio da relação produção x qualidade de vida geral. Os candidatos capitalistas não irão tomar essas iniciativas porque isso, necessariamente, se choca com os interesses dos quais ou são sócios ou são representantes. Enquanto eles ganharem, nós sempre iremos perder. As eleições representam uma chance de mudança e, exatamente por isso, o sistema busca silenciar as vozes verdadeiramente socialistas. Nestas eleições isso não será diferente. Nós do PSOL vamos continuar falando sem parar. Quem sabe o povo não começa a prestar atenção!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pesquisa Ibope mostra Omar com 49% e Alfredo com 37%

Manaus - O Candidato Omar Aziz (PMN) lidera a disputa para o governo do Amazonas nas eleições 2010, com 49% das intenções de voto. O resultado foi apontado pela pesquisa Ibope, encomendada pela Rede Amazônica e divulgada nesta sexta-feira (30).

Depois de Omar Aziz, vem em segundo lugar o candidato Alfredo Nascimento (PR) com 37%. Hissa Abrahão e Herbert Amazonas aparecem empatados com 1%. Os eleitores que não sabem dizer em quem votariam somaram 7%, Brancos e Nulos aparecem com 4%.

Na disputa para o Senado, Eduardo Braga (PMDB) lidera a pesquisa com 86% das intenções. O candidato Artur Neto (PSDB) aparece em segundo com 43%. A candidata Vanessa Grazziotin (PC do B) vem em terceiro com 33%, Jefferson Praia com 8% e outros candidatos com 1%. Indecisos somam 7% e Brancos e Nulos 1%.

Candidatos à Presidência

Na mesma pesquisa, a candidata Dilma Rousseff (PT) lidera a disputa presidencial com 68% das intenções dos votos. O candidato José Serra (PSDB) aparece com 16%. Marina Silva (PV) com 7%. Os eleitores que não souberam responder somam 7% e os outros candidatos, 2%, mesmo índice alcançado pela alternativa brancos/nulos.

A pesquisa foi realizada entre os dias 27 a 29 de julho de 2010. Foram entrevistadas 812 pessoas, configurando uma margem de erro de 3% para mais ou para menos.

A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 20.710/2010 e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AM) sob número 19.066/2010.

NA TERRA DE AJURICABA COMPLETA UM ANO

Hoje as 19h00min no estúdio da TV/UFAM, será celebrado o aniversário do Programa Na Terra de Ajuricaba. Produzido pelo Núcleo de Cultura Política do Amazonas da UFAM e apresentado pelo Professor Ademir Ramos, o programa debate temas relevantes da economia, arte, ciência, tecnologia, cultura, pesquisa... O primeiro programa foi exibido no dia 20 de julho de 2009 tendo como participantes o Senador Evandro Carreira, o Professor Néliton Marques ex-presidente do IDAM e o Sindicalista Elson de Melo. Hoje o Programa recebe o compositor Pedrinho Ribeiro para animar a comemoração o seu 1º Aniversario. Os editores do Lucta Social apresentam votos de Feliz Aniversario a toda equipe que produz e veicula o Programa. Está de parabéns a Reitora, os Professores Ademir Ramos, Gilmar e toda Direção da TV/UFAM!

Plínio diz que desconhece Dilma


O candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, evitou comentar quem vai apoiar em um possível segundo turno. Em sabatina do R7 e da Record News nesta terça-feira (27), Plínio disse que não conhece Dilma Rousseff, candidata à Presidência pelo PT. O presidenciável afirmou também que nunca “cometeu o erro” de votar em José Serra (PSDB).

- Afinidade política, não tenho com nenhum. Os dois [Dilma e Serra] são igualmente neoliberais e pertencem ao campo da ordem estabelecida. Convidar para tomar café na minha casa, eu convido o José Serra, que eu conheço. A outra moça Dilma eu não conheço.

Na convenção do partido, no dia 30 de junho, Plínio chamou Dilma de “poste”. Questionado sobre quem apoiaria no segundo turno, Plínio disse que este ainda não é o momento para discutir o assunto.

- Vamos decidir isso na ocasião oportuna. [...] Qualquer coisa que dissermos agora, é contra nós.

Marina Silva

Plínio se disse decepcionado com a atitude de Marina Silva, que deixou o PT no ano passado e é agora candidata à Presidência pelo PV. O candidato dirigiu fortes críticas ao PV, partido que segundo ele "está em todos os governos" e que é "eco-capitalista" e "eco-colonialista".

Primeiro casamento gay legalizado é celebrado na Argentina

A cerimônia civil entre o arquiteto José Luis David Navarro, de 54 anos, e o funcionário público aposentado Miguel Angel Calefato, de 65, foi celebrada na cidade de Frías, em Santiago del Estero, onde vivem há seis anos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

BELO MONTE DEPENDE DA 'MÃO FORTE DO GOVERNO

Por: Kelly Lima / RIO - O Estado de S.Paulo
Link: http://www.estadao.com.br/

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou ontem que "sem a mão forte do governo", a usina de Belo Monte, com capacidade para gerar 11 mil megawatts (MW), não sairia do papel.

Ressaltando que a usina de Belo Monte é uma obra "complicadíssima", localizada numa área complexa, ele avaliou que "não bastará apenas a participação do governo no empreendimento apenas por meio de seu braço estatal, a Eletrobrás". "Vai precisar de ação permanente do governo. É uma usina que, se você largar, não vai sair."

Tolmasquim disse que, além de todas as condicionantes que os investidores terão de fazer durante a obra para atender a região, o governo também deve dar sua parcela de contribuição. Segundo ele, não bastam as "casas de alvenaria", que os investidores vão construir para a população que vai ser desalojada. "É preciso que o governo também coloque recursos."

O comentário de Tolmasquim respondeu a questões levantadas durante evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (Ibef), sobre a forte participação do Estado nos empreendimentos de energia no Brasil. O presidente da EPE discordou da afirmação, e disse que a maior parte dos empreendimentos que vêm sendo realizados no Brasil está nas mãos da iniciativa privada, "com exceção de Belo Monte".

Ainda assim, lembrou, Belo Monte tem vários sócios da iniciativa privada. A formação da SPE de Belo Monte foi aprovada na semana retrasada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A sociedade foi montada com Eletrobrás (15%), Chesf (15%), Eletronorte (19,98%), Petros (10%), Bolzano Participações (fundo formado por Previ e Iberdrola, com 10%), Funcef (2,5%), Caixa FI Cevix (parceria da Funcef com Engevix, tem 5%), J. Malucelli Energia (0,25%), Gaia (9%), Sinobrás (1%), Queiroz Galvão (2,51%), OAS (2,51%), Contern Construções (1,25%), Cetenco Engenharia (1,25%), Galvão Engenharia (1,25%), J. Malucelli Construtora (1%), Mendes Júnior (1,25%) e Serveng (1,25%).

OS RATOS VÃO INVADIR A CIDADE

Por: Jevaldo da Silva (*)

Refiro-me a maioria dos políticos que, assim como a copa do mundo, aparecem de quatro em quatro anos. Eles vão pedir o teu voto na maior cara-de-pau, te abraçar, apertar a tua mão, dar aquele famoso tapinha no ombro, segurar sua criança no colo e fazer falsas promessas. Mas não se iluda que esse ritual já é conhecido. No entanto, quando passar as eleições volta o sofrimento e somos esquecidos por parte destes traidores do povo.


Nestas eleições temos que ficar atentos e valorizar o nosso voto, ou seja, não eleger qualquer um, sobretudo aqueles que já estão no poder há muito tempo e não fazem nada. É preciso eleger novos representantes (ficha limpa). Quando me referi à maioria, foi justamente pra dizer que nem todos são canalhas e corruptos, pois existe gente boa na política amazonense.


Muitos de nós já sabemos quem presta e quem não presta neste jogo, porém acaba que a maioria da população sempre escolhe os mesmos e não dá oportunidade para aqueles que estão dispostos a defender os nossos interesses e melhorar a nossa vida. Costumamos dizer que todos são da mesma “laia” e acabamos escolhendo errado, depois, todos nós pagamos caro pelo voto incorreto. Nosso sofrimento, no dia a dia, deve ser suficiente para pensarmos bem em quem vamos votar nesta eleição. É só olharmos os problemas existentes em nossa volta: ruas esburacadas, transporte público precário, saúde pública falida, insegurança, desemprego, corrupção, pobreza, entre outras safadezas. Eles são os responsáveis por tudo isso.


Somos massacrados diariamente, mas nesta eleição temos a oportunidade de dar a nossa resposta. Com o nosso voto que é uma “bomba”, vamos detonar os políticos ladrões. Eles podem roubar os cofres públicos, mas não roubarão nosso voto, nossa dignidade, nossa honestidade, nossa consciência e nossa capacidade de dizer que chega de políticos bandidos, queremos mudanças em todos os cargos públicos. Vote certo, vote diferente.


(*) Jevaldo da Silva è Militante do PSOL e professor da Rede Municipal de Educação e da Rede Salesiana de Escolas.

Juruti em festa


Tudo pronto. A partir de hoje as tribos Mundurukus e Muirapinima vão disputar na arena o título do 16º Festival das Tribos de Juruti, mostra de crenças e lendas da Amazônia, em apresentações com cantos, danças e alegorias.

A festa, que se tornou Patrimônio Cultural do Pará, vai encantar o público, que não vê a hora de tudo começar.

Quem quiser garantir um lugar privilegiado nesta festa terá que desembolsar de R$ 7 a R$ 9 mil reais por um camarote com capacidade para 20 pessoas. O público esperado é de mais de 30 mil pessoas.

CARTA AO SENADOR EVANDRO DAS NEVES CARREIRA

Recebemos o depoimento de Rômulo Cavalcanti Braga, sobre o Senador Evandro Carreira, que publicamos na integra. Da mesma forma, estamos recebendo depoimentos e mensagens de adesão à candidatura desse grande Amazonologo. Evandro Carreira é sinônimo de Amazônia!

De: Rômulo Cavalcanti Braga
E-mail: romulocbraga@uol.com.br

Quero deixar aqui registrado que tive a honra de trabalhar no Gabinete do Senador até o final de seu mandato na Câmara Alta. Foi um homem profundamente comprometido na defesa das riquezas naturais de seu estado. Profetizou muitos acontecimentos que infelizmente temos visto no presente momento. Era admirado e respeitado por seus pares da época por fazer todos seus discursos de improviso. Jamais utilizou discursos impressos. A vinda de Jacques Costeau a Amazônia, deveu-se a uma palestra que o Senador proferiu nos Estados Unidos da qual o oceanógrafo participava. Por motivos políticos da época essa informação foi abafada. Foi um Parlamentar que não auferiu bens materiais a seu patrimônio quando de seu mandato. Pessoa afável e humana, jamais deixou de receber quem quer fosse a sua sala. Tratava a todos os funcionários com cordialidade e polidez. Sempre foi muito autêntico e transparente em seus atos. Não fazia uso de meios termos ou meias palavras dissimuladas. Sem dúvida alguma é um exemplo e um espelho em que muitos políticos da atualidade deveriam se mirar.

Cordialmente,

Rômulo Cavalcanti Braga

ACABA DE FALECER O EMPRESÁRIO JORGE PROLA

Acaba de falecer no hospital 28 de agosto o empresário da construção civil e Ex-presidente da antiga EMTU – Jorge Prola. Marido da Secretária de Estado Graça Prola, há dias ele sofreu um AVC, mas conseguiu sobreviver. Fiel escudeiro do Senador Alfredo Nascimento, Jorge já servil também o atual prefeito Amazonino Mendes, quando em uma campanha contra Mestrinho ele jogou de helicóptero sobre a cidade de Manaus, uma chuva de cupom que dava direito a rancho que deveria ser recebido na sede do PMDB. A morte de Prola é um duro golpe na campanha de Alfredo, pois ele organizava como poucos as atividades de campo de uma campanha eleitoral.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

25 ANOS DA MAIOR ASSEMBLÉIA OPERÁRIA NO AMAZONAS

Por: Elson de Melo

No próximo dia 31 de julho de 2010, os Operários metalúrgicos do Distrito Industrial de Manaus, podem celebrar os vinte e cinco anos da maior e mais importante Assembléia de sua história. O local foi o campo do Oratório nos fundos da Igreja de São José Operário na Rua Visconde de Porto Alegre Centro de Manaus, onde hoje são celebradas as Missas todo dia 19 de cada mês em homenagem ao Santo Padroeiro dos Trabalhadores. Foi a primeira grande Campanha Salarial organizada por jovens trabalhadores que assumiram a Direção do Sindicato dos Metalúrgicos em fevereiro de 1983. Depois de conseguir a reunificação da categoria que tinha sido dividida pelo então Gerente da Philips Stones Machado, hoje empresário e dirigente do PDT do Amazonas. Foi nessa Assembléia que foi aprovada a deflagração da primeira Greve Geral dos Metalúrgicos de Manaus. O grande comandante desse momento histórico era Ricardo Morais, “O maior Líder Operário de todos os tempos no Amazonas”. Quando os trabalhadores gritavam em coro Greve!!! Greve!!! Greve!!!...Não tínhamos duvidas que naquele momento os trabalhadores davam um basta em tudo que erra de ruim que existia no Parque Industrial de Manaus e assumiam uma nova postura diante da intransigência patronal! Como um dos protagonistas desse momento histórico, quero compartilhar um relato completo desse fato, solicito dos outros companheiros e companheiras que viveram comigo aquele momento que, mande sua contribuição para uma matéria especial a ser publicada no dia 1º de agosto de 2010. O contato é: elsonpmelo50@gmail.com contribua para resgatar a nossa memória! Mande E-mail com seu relato.

Élson de Melo

Fone: (92) 8116 0094


MORRE WALLACE SOUZA: CULPADO OU VITIMA!

Por Élson de Melo (*)

Uma trajetória de muita luta para alcançar a liderança de audiência e reconhecimento político. Esse é o resumo da carreira desse cronista e seus irmãos. Conheci quando a linha editorial do seu programa era exclusivamente para a política, no estilo TOK-SHOW, promovia entrevistas com os políticos locais, agradeço com gratidão o espaço que nos ofereceram quando estávamos começando no Movimento Sindical e no saudoso PT. Naquele tempo era quase impossível divulgar qualquer coisa nas televisões locais. Os Irmãos Souza ousaram em garantir a divulgação das nossas idéias em seu programa Canal Livre.

Naquela época Wallace tentou varias vezes um mandato nas casas legislativas do Amazonas e não conseguiu sucesso. Com o surgimento das galeras de bairros e o aumento da violência urbana na cidade de Manaus. Os Irmãos Souza se transformaram em Irmãos coragens, viraram heróis. Um fenômeno invejável que despertou na elite política local grande interesse em lhes patrocinarem!

Junto com a fama veio o assedio desses comandantes da política Baré, Wallace é lançado candidato a Deputado Estadual arregimentou uma enxurrada de votos. Liderança ou fenômeno eleitoral? Prefiro tratar por fenômeno, foram decisivos para eleição majoritária de todos os que estão no poder. Embora desejassem implementar um projeto político maior, a oligarquia política sempre os convencera de abdicarem dessa idéia para serem instrumento de apoio as trajetórias políticas dessa mesma elite. Em troca lhes garantiam espaço nas emissoras de radio e TV, além de darem suporte policial para suas reportagens.

O novo formato do programa Canal Livre levou-os por longo período a serem campeões de audiência, transformaram esse fenômeno em votos que rendeu grandes votações para as novas campanhas de Wallace e a eleição de Calos e mais tarde a de Fausto. Eram idolatrados pela população que sofriam na pela os horrores da violência. Embora atendessem aos apelos da elite política local. Alimentavam a idéia de um dia tentarem vôos mais alto no cenário político do Estado. Essa insistência despertou ira de diversos setores dessa elite, uma vez que a cada eleição tinham que atender a determinado grupo e logo em seguida eram preteridos e até tirado do ar seu programa.

Era preciso parar essa avalanche de votos, de fenômenos, eles pretendiam ser Lideranças e isso era muito ruim para os planos dos donos do poder no Amazonas, como toda fama trás como companhia a pressão, não se pode afirmar, mas, possivelmente parentes cederam aos assédios dos seus principais alvos “o submundo do crime”. Se isso é verdade como apontam as investigações, Wallace mesmo agonizando por longo período, suportou calado e solitário todas as acusações a ele imputadas. Leva com ele para o tumulo todos os segredos que só ele poderia esclarecer.

Hoje Wallace será velado no Ginásio Esportivo da Escola Zézão na Zona leste da capital, era daquela parte da cidade que ele recebia as maiores votações, nada mais justo que essa população possa dar o ultimo adeus a ele. Não temos elementos para fazer qualquer juízo de valor sobre sua conduta, sobre isso só quem pode falar é o inquérito policial, as investigações do Ministério Público e a Justiça, mas, independente de qual seja a sentença, só a ascensão dos Irmãos coragens tendo como foco a Segurança Pública em nosso Estado, é de preocupar a todos nós.

Historicamente a Segurança Pública no Amazonas foi tratada apenas como coercitiva, vejam que uma das figuras mais comentada como exemplo de Secretário de Segurança é Stênio Neves, virou uma verdadeira lenda, depois vem Klinger Costa, todos tinham uma coisa em comum, cuidavam da segurança com extrema violência. Foi essa política de governo implantada por Gilberto Mestrinho que deixou de tratar a segurança como Política Pública, com ações preventivas e não só coercitiva, com presença efetiva do Estado nos lugares críticos e propícios a pratica do crime, um combate inteligente ao crime organizado, e, isso vem ocorrendo a décadas em nosso Estado, entra governo sai governo a política é a mesma! Ou seja, não existe Política de Segurança Pública no Amazonas.

Foi a ausência dessa Política de Estado que vitimou Wallace Souza, pensou ele que era possível combater a criminalidade apenas com medidas paliativas, elegeu os galerosos como seu alvo principal, esqueceu que por traz dessas galeras existe um poder paralelo imensurável que envolve sabe lá quem. Morre Wallace, fica a lição. O combate a violência e ao crime organizado é dever do Estado e não de quem quer que seja, bem ou mal intencionado!

Estamos em período de Eleição, muitos políticos que movidos pela pressão popular e a mídia, não foram capazes de aprofundar as investigações sobre as denuncias contra Walace, preferindo o cômodo papel de acompanhar o voto do Relator, seguramente irão tentar tirar uma casquinha dessa hora. Não cabe a mim aplaudi-los ou condenar, isso fica para os eleitores que sabiamente saberão defini-los.

Termino esse texto, apresentando a família dos Irmãos Souza minha solidariedade, meus pêsames e desejando a eles muita sabedoria para conviver com a perda do Wallace e discernimento para enfrentar tudo o que ainda vem por ai. Morre Wallace, fica o Mito! Culpado ou Vitima. Eis a questão, decifre se for capaz!

(*) Élson de Melo é Sindicalista

Plínio Sampaio é a favor da legalização do aborto, da maconha e do casamento gay


São Paulo – A legalização do aborto, a liberação do uso da maconha e o reconhecimento do casamento de pessoas do mesmo sexo foram defendidos hoje (27) pelo candidato do P-SOL à Presidência da República, Plínio Sampaio.

Na opinião do candidato, as mulheres devem ter o direito de decidir sobre a interrupção da gravidez, e a legalização do aborto acabaria com as mortes causadas pela prática realizada de maneira clandestina.

Sobre a maconha, Plínio Sampaio entende que a legalização da droga, que passaria ter o controle estatal, seria uma forma de combater a violência gerada pelo tráfico.

A união civil de pessoas do mesmo sexo foi apontada por ele como legítima. O candidato ressaltou, no entanto, que o casamento gay deve ser separado das questões religiosas.

Plínio não acha que deverá ter problemas para aprovar essas propostas no Congresso, porque a sua eleição também significaria a eleição de um número grande de parlamentares federais do partido. “O pressuposto de uma vitória do P-SOL é que a gente tenha uma maioria no Congresso”, afirmou.

Caso a maioria na Câmara e o Senado não ocorra, se eleito, o candidato disse que apelaria para que a população pressionasse os parlamentares. “Mesmo não tendo (maioria), há um outro recurso: o recurso à população. Dialogar com a população e fazer a população pressionar o Congresso”.

Advogada revela bastidores do caso Wallace


Por Chriscia Figueiredo

Durante todo esse tempo me mantive alheia a tecer qualquer tipo de comentário sobre o “Caso Wallace”, mais especificamente sobre os que eram veiculados por leigos e interessados, não apenas aqui neste blog, mas na mídia em geral… Confesso que foi uma tarefa dificil, um exercício de autocontrole que me angustiava...mas, do que me adiantava bater boca aqui ou qualquer outro lugar? Discutir com quem falava sem ao menos conhecer o processo, falava por ter sido induzida pela mídia totalmente submissa aos interesses dos que acusavam, e até hoje por eles utilizada para aniquilar quem os ameacem? Eu seria mais uma bombardeada, ou mesmo criminosa por estar defendendo o Wallace. Chegamos (Eu e o Balieiro, a Carol e a Renata) a pensar em impetrar um habeas corpus preventivo, pois, do jeito que as coisas aconteceram nesse caso, certamente, se chegasse ao Judiciário um pedido de prisão em desfavor dos advogados do Wallace, pelo simples fato de estarmos em tal posição, seria prontamente deferido, não duvidem!

Confesso que muitas vezes cansada e debilitada emocionalmente cheguei a invejar a posição de muitos leitores do blog, no sentido de ser mera leitora/ouvinte desse “caso”, e também julgar conforme o que me era repassado pela mídia e pelos midiátricos anfitriões do caso (os quais não preciso nomear, pois já são de todos conhecidos). Mas a vida quis mais que isso, quis que eu conhecesse o caso como poucos, tivesse a oportunidade de nele atuar, e por isso ler, reler, acordar, dormir e comer cada página dos processos que envolvem o Wallace, desde o processo administrativo de cassação de mandato até os que hoje tramitam no judiciário estadual e federal. E é por tal razão que, como poucos, eu conheço os processos, e, como menos ainda, soube e vivi parte dos bastidores, motivo pelo qual me sinto a vontade de expressar minha indignação, revolta, repulsa e nojo de todo esse “sistema”, planejado, arquitetado e montado para ASSASSINAR, EXECUTAR O WALLACE.

Não tenho as costas largas, nem tão pouco possuo padrinhos ou guardiões que me protejam de quem quer que seja… posso ser bombardeada com comentários de quem se manteve mediocremente fiel a tudo que era repassado pela mídia, de quem se vendeu, de quem se corrompeu, de quem não teve a humanidade nem a dignidade de respeitar o sofrimento alheio ao debochar e insinuar ser a doença do Wallace uma farsa, uma estratégia da defesa para que ele não ficasse preso em penitenciária… mas só por hoje eu vou falar! Eu poderia crer na seriedade das instituições ligadas ao caso, mas, como poucos, pude acompanhar e vivenciar o caso, EU CONHEÇO OS PROCESSOS, ninguém me disse ou me fez acreditar, EU VIVI…

Não busquei estar ali, mas a partir do momento que entrei, me dediquei com minha alma, e cada vez que lia os processos, cada vez que sabia dos bastidores, dos interesses, da forma como as coisas aconteciam e eram obtidas, mais compaixão eu sentia pelo Wallace, mais vontade eu tinha de ajudá-lo, mais pena eu sentia daquele homem, mais medo eu sentia de um dia ao menos olhar para pessoa errada e ser vítima de algo assim…

A minha sensação é a mesma do mestre e colega Félix Valois, não tenho dúvidas de que o Wallace foi vítima da primeira sentença de morte na história do Brasil, e pior que isso, com a execução da pena antecipada, sem observância sequer do devido processo legal, o que dirá do respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana.

Wallace foi acusado, condenado e esquartejado em praça pública – da sua cassação ao dia da decretação de sua prisão. Tenham a certeza que há tempos ele já havia desistido de viver, a nossa luta e dos seus familiares não era só judicial com o “sistema”, era também com o próprio Wallace, para que ele tivesse forças, reagisse e nos ajudasse na batalha descomunal e desproporcional que enfrentamos até hoje.

O que eu vi o Wallace passar não desejo a ninguém, nem mesmo aos mais interessados e contribuidores direto da sua EXECUÇÃO. Não estou aqui criando um mártir, não! O Wallace está longe de ser isso, mas era um ser humano como qualquer um de nós, cidadão de um Estado Democrático de Direito, detentor, assim como todos, de direitos fundamentais prescritos na Constituição de 1988, a mesma que foi rasgada e pisoteada nesse “caso”.

O que há de particular e que ficará na memória de muitos que entendem e conhecem esse “caso” é a forma arbitrária, ilegal e desumana como tudo se desenvolveu, e a certeza que qualquer um de nós pode um dia também ser vítima.

Não tenho dúvidas de que esse “caso” despertaria o interesse de John Grisham para um próximo livro, e deixaria “Recurso” no chinelo… Como cidadã e mulher digo que não suportaria outro caso como esse, pois diante de tudo que vivenciei era impossível manter o profissional e não me envolver, seria desumano ver tanto sofrimento e não dar o meu apoio, o meu abraço, a minha mão a quem estava sendo dilacerado sem dó nem piedade…por pura vaidade e poder… essa é a verdade! Essa conclusão ninguém pode me tirar, pois conheço o “caso”… e sei bem o quanto de sujo e nojento existe ao nosso redor, me sinto amedontrada, desprotegida e impotente pelo nada que sou frente a tudo isso. Se contra o parlamentar mais bem votado do Amazonas fazem isso, que dirá contra mim…

Que Deus, meu Pai, me proteja. Ainda que eu tenha sofrido e chorado muito com todo esse caso, ainda que seja frustrante atuar num processo já sentenciado antes, sequer, de ter se iniciado, ainda que me fosse menos doloroso ser mera ouvinte ou leitora… obrigada Balieiro pela oportunidade de atuar nesse caso com vocês, de aprender a não julgar as pessoas e os acontecimentos pelos olhos alheios, de ter uma visão crítica, mas ao mesmo tempo desprovida de preconceitos, de forma a estar sempre de coração aberto para buscar tirar minhas próprias conclusões, de só manifestar opiniões com conhecimento de causa… e, principalmente por chegar nesse dia tão triste, embora esperado, com a dignidade de termos dado a mão e o abraço quando ele precisou, não como profissionais, mais como seres humanos, como amigos e solidários que nos tornamos…

Muitos podem falar e nos julgar, mas eu, você, a Carol e a Renata lutamos e sofremos, temos as nossas verdades e convicções de tudo isso, sabemos o quanto foi dificil estar e é continuar atuando… ao contrário do que dizem não ficamos ricos, não fomos nós os presenteados com carros, apartamentos, dinheiro, poder… mas não perdemos caráter, dignidade, respeito, nem senso de humanidade…

Nós dormimos em paz… Obrigada ao carinho das pessoas que sempre nos param no forum, nas ruas e nos dizem palavras de apoio, as quais, quando possível eram retransmitidas ao Wallace.

WALLACE, que vc descanse, agora, em paz… Deus está agindo e o mundo não para de girar… A Vila e seus filhos meu apoio… Rapahel, força! Que Deus os conforte. A TODOS QUE DIRETA OU INDIRETAMENTE contribuíram com o ASSASSINATO do Wallace, meus PARABÉNS!!! Que vocês durmam em paz agora e sempre.

EVANDRO ACELERA PARA VITÓRIA

Candidato a uma vaga no Senado pelo PSOL. Evandro Carreira vai a partir do mês de agosto acelerar sua campanha em direção à vitória! Amazonologo, defensor incansável da Amazônia, Evandro assegura que sua candidatura tem grande aceitação em todas as camadas sociais do Estado do Amazonas. Reconhece que seus concorrentes estão gastando montanhas de dinheiro visando comprar as consciências e os votos dos Eleitores. Acostumado a superar as adversidades, o Senador aposta no segundo voto do Eleitor amazonense. Segundo ele, na hora do voto, o Eleitor vai escolher dois candidatos, sua vantagem está na ética e coerência política. Diferente dos seus opositores que em sua maioria estão envolvidos em desvio de recursos públicos e buscam o mandato para fazer negócios espúrios, em detrimento da população. Evandro lembra da sua eleição em 1974, quando na reta final ultrapassou seu adversário que era o grande favorito. Disposto a participar de todos os debates, Evandro anuncia que vai a justiça contra as emissoras que querem preterir sua presença nesses eventos. “O PSOL é um partido Nacional, com representação na Câmara Federal e no Senado, isso é fato, não projeção como as pesquisas eleitorais que as emissoras querem adotar como critério”. Afirma.

Link: http://senadorevandrocarreira.blogspot.com/

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O tempo é a razão da verdade


Saudades...

"Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe...

Podemos nos telefonar, conversar algumas bobagens... Aí os dias vão passar, meses... anos... até este contato tornar-se cada vez mais raro.

Vamos nos perder no tempo... Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão?
Quem são aquelas pessoas? Diremos... Que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente... Quando o nosso grupo estiver incompleto.. . nos reuniremos para um ultimo adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos.

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado.

E nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades seja a causa de grandes tempestades. ..

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Fernando Pessoa

A internet e os candidatos em 2010


Somos no Brasil 67,5 milhões de internautas, segundo o IBOPE(Dez 2009). Em setembro do ano passado éramos 66,3 milhões. Ou seja, em apenas 3 meses surgiu 1,2 milhão de novos brasileiros e brasileiras com mais de 16 anos na internet.

38% das pessoas acessam à web diariamente; 10% de quatro a seis vezes por semana; 21% de duas a três vezes por semana; 18% uma vez por semana. Somando, 87% dos internautas brasileiros entram na internet semanalmente.

Segundo Alexandre Sanches Magalhães, gerente de análise do Ibope//NetRatings, o ritmo de crescimento da internet brasileira é intenso. A entrada da classe C para o clube dos internautas deve continuar a manter esse mesmo compasso forte de aumento no número de usuários residenciais.

São 60 milhões de computadores em uso, segundo a FGV, devendo chegar a 100 milhões em 2012.

Com todos esses dados, ainda tem gente pensando que existe MODELO de blog, veículo de comunicação e fonte de informação: Temos a liberdade de escolher quem queremos seguir, receber notícias e apreciar seus artigos.

Barack Obama, presidente estadunidense, ficou conhecido em sua campanha presidencial como o candidato do twitter, não por acaso: Fez de uma mídia social casual, um importante instrumento de comunicação direta com a população.

Diante deste contexto historico para este veiculo de comunicacao, ainda vemos candidatos desprezarem a internet e as mídias sociais, deixando de lado um espaço em que a legislação eleitoral permite a divulgação LIVRE de seus projetos, propostas e interação com o eleitor.

Diferenciando-se da TV e do Radio, as mídias sociais interagem. Penso que por isso muitos candidatos que deveriam ficar em suas casas, porque são homens públicos, têm MEDO de se expor ao contrário, ao receber críticas. Com relação a FAKE, penso a questão é simples: Quem não tem caráter de expor sua biografia, não pode ter o respeito de receber respostas.

Espero contribuir com o debate, ao tempo que me coloco a disposição para esclarecimentos e quaisquer eventuais dúvidas.

Saudações,
Dario Nascimento

PSOL Amazonas cada dia menor

As candidaturas de Luis Carlos Sena e Fernando Lobato ao Governo do Estado nunca foram unanimidade dentro do PSOL. Quando os dois se lançaram dentro de um consenso que na verdade nunca existiu o PSOL, que já era pequeno se tornou menor ainda. A primeira reação dentro do coletivo a candidatura de Sena e Lobato foi o esvaziamento dos quadros do partido da campanha eleitoral.

E para piorar a crise dentro do PSOL, o militante Raoni Lopes que é um dos fundadores do Partido encaminhou uma carta à impressa com o titulo “A volta de quem não foi, os sonhos nunca envelhecem!” para informar que ele não responde mas, pela assessoria de comunicação dos candidatos Senna e Evandro Carreira. Raoni disse ainda que esta deixando o cargo que tem na executiva do PSOL.

Leia a carta na integra

Venho muito respeitosamente agradecer ao conjunto da Imprensa do estado pela oportunidade e pela paciência deste primeiro momento de campanha em que estive na tarefa de imprensa e comunicação do PSOL.

Infelizmente diante das divergências políticas que tenho ao Comitê Político da campanha me forçam a abandonar essa tarefa a qual realizei com consciência combativa a qual construo o partido.

Esclareço que há companheiros em nossa organização tal qual capacidade para tomar essa tarefa, e também tenho a imensa compreensão que não sou insubstituível, por isso deixo de forma fraterna essa tarefa. Entanto, não nego estão em torno da prática oposta à intervenção coletiva e politizada que PSOL tem como política do Comitê Político e alguns dirigentes.

Por isso também estou deixando meu cargo na executiva estadual do PSOL a qual tenho todo respeito a instancia partidária, onde instalei inúmeros debates teóricos e políticos, assim como inúmeras polêmicas.

E também estou retirando a minha candidatura proporcional a qual demos alguns encaminhamentos para garanti-la como perfil de classe e combativa dentro do objetivo de construir uma organização alternativa ao vacilo político praticado na experiência do Petismo no governo central.

Entretanto, retorno a vida normal como estudante e trabalhador, a qual destino é a minha vontade material, assim como a classe que pertenço.

Agradecido,
Raoni Araujo Lopes

O Novo Contato com a Imprensa:
Fernando Lobato – 81410495 / 91049874 / fernando-lobato@bol.com.br

Emissoras de TV preparam debates entre candidatos

Debates entre os candidatos ao governo do Estado já estão programados para ocorrer em três emissoras de televisão do Amazonas. Programas jornalísticos também planejam entrevistas e matérias especiais. A novidade deste ano consiste nas entrevistas que alguns canais farão com os candidatos ao Senado Federal.

A Rede Amazônica, a TV A Crítica e a Band Amazonas realizaram reuniões ao longo do mês para definir estratégias e regras para os programas, com coordenadores das coligações e representantes de partidos. Todos os debates ocorrerão à noite. Ainda não foram definidos os mediadores, mas os debates serão conduzidos por jornalistas nacionais contratados pelas redes às quais as emissoras locais são afiliadas.

O editor-geral de jornalismo da Rede Amazônica, Luís Augusto Batista, afirmou que o debate entre os candidatos ao governo ocorrerá no dia 28 de setembro. Participarão das discussões os três candidatos que estiverem nas melhores posições das pesquisas eleitorais. Caso haja segundo turno, haverá debate no dia 28 de outubro.

A partir de 2 de agosto, o programa ‘Bom dia Amazônica’ divulgará a agenda diária dos seis candidatos. A Rede Amazônica também realizará duas rodadas de entrevistas: entre os dias 16 e 21 de agosto, no ‘Jornal do Amazonas’, com seis minutos de duração e entre 13 e 18 de setembro, com entrevistas de oito minutos.
No caso de segundo turno, haverá nova rodada de entrevistas nos dias 11 e 12 de outubro, no ‘Jornal do Amazonas’.

A novidade da emissora é a série de entrevistas com candidatos ao Senado. As entrevistas acontecerão do dia 23 de agosto ao dia 27, com os cinco candidatos mais bem posicionados, tendo como base a pesquisa Ibope, que deve ser divulgada no final de julho.

Os demais candidatos serão contemplados com matérias especiais, que serão divulgadas nos dias 30 e 31 de agosto, no programa ‘Bom Dia Amazônia’. “Seguimos a diretriz da Rede Globo, mas creio que apenas no nosso Estado haverá essa iniciativa”, destacou.

O presidente do Sistema A Crítica de Rádio e Televisão, Dissica Calderaro, explicou que a TV A Crítica está com os preparativos para o debate em estágio avançado. “Já estamos na fase de desenvolvimento do cenário, que está sendo sugerido por parte da Record”. O debate da emissora ocorrerá no dia 26 de setembro. Segundo Dissica, ainda está sendo discutido como será a participação dos candidatos. “Ainda não foi discutido, mas vamos chamar todos os candidatos”, disse. Em caso de segundo turno, o debate ocorrerá em 24 de outubro.

O programa ‘Ponto Crítico’ exibirá entrevistas com os candidatos ao governo. O telejornal ‘A Crítica na TV’ também terá, em seu espaço, entrevistas com os candidatos ao Senado, entre os dias 6 e 15 de setembro, e com os candidatos ao governo entre os dias 20 e 27 de setembro.

A Band Amazonas realizará o primeiro debate em 12 de agosto, com os três principais candidatos ao governo. A emissora ainda não definiu as regras de debate e outros destaques na programação.

Candidatos adiam contratação de ‘cabos eleitorais’ no Amazonas

Manaus - O rigor da legislação eleitoral trabalhista sobre a contratação de cabos eleitorais, cuja fiscalização deve ser mais intensa este ano, obrigou os candidatos ao governo do Estado a retardarem a campanha nas ruas. Na última eleição de 2008, onde foram escolhidos novos prefeitos e vereadores, era comum ver cabos eleitorais nos principais pontos da cidade no mês de julho.

Segundo a assessoria de comunicação do governador Omar Aziz (PMN), a coordenação de campanha de reeleição está analisando os dispositivos legais para respaldar a admissão dos funcionários durante os três meses que antecedem as eleições do dia 3 de outubro.

O mesmo cuidado está tendo o senador Alfredo Nascimento (PR), candidato ao governo do Estado. Segundo a assessoria de imprensa dele, o número de funcionários empregados na campanha ainda é muito pequeno, porque a coordenação da campanha preferiu decidir pela prudência nas contratações.

Já o vereador e também canditado ao governo do Estado Hissa Abrahão (PPS) disse que ainda vai se reunir com partidos de sua coligação, formada com o PV e PSDB, para definir o número de funcionários que vai trabalhar no processo de divulgação da campanha dele e como será feita contratação.

Os outros três candidatos a chefe do Executivo estadual, como Herbert Amazonas (PSTU), Luiz Navarro (PCB) e Luiz Carlos Sena (PSOL) afirmaram que, por enquanto, não arrecadaram recursos suficientes para contratar funcionários e adquirir material de campanha.

Condenação

No mês passado, o juiz da 1ª Vara do Trabalho de Manaus, Djalma Monteiro de Almeida, condenou todos os partidos políticos e candidatos a cargos majoritários, nas eleições de 2008, a cumprir com todas as obrigações trabalhistas em relação aos trabalhadores que atuaram nas campanhas eleitorais, os chamados “cabos eleitorais”.

De acordo com a decisão do juiz, os partidos e os candidatos também estão condenados a pagar multa de R$ 1 mil por trabalhador em situação irregular e a arcar com as custas do processo em partes iguais no valor de R$ 10 mil, calculadas sobre o valor da causa de R$ 500 mil.

Nas eleições de 2008, os candidatos majoritários eram Amazonino Mendes (PTB), Serafim Corrêa (PSB), Francisco Praciano (PT), Luiz Navarro (PCB), Ricardo Bessa (PSTU) e Omar Aziz (PMN).

De acordo com a sentença, os ‘cabos eleitorais’ têm direitos assegurados pela Constituição Federal e devem receber os salários que não foram pagos, vale transporte, folgas não gozadas, entre outros direitos.

Fausto Souza volta calado à Câmara Municipal de Manaus

Manaus - O vereador Fausto Souza voltou na manhã desta segunda-feira à Câmara Municipal de Manaus após ser afastado na semana passada, a pedido do juiz 2ª Vara Especializada de Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (2ª Vecute), Mauro Antony. Fausto afirmou que não iria se pronunciar agora, assim como optou por não falar quando foi afastado. "A Justiça falou por mim", resumiu o vereador. O irmão do vice-prefeito Carlos Souza, que também foi obrigado a deixar o cargo na semana passada, aproveitou o retorno para agradecer o apoio recebido dos outros vereadores durante os dias afastado. "Me sinto muito querido nesta casa", afirmou.

Candidato a deputado estadual pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), o vereador tem mandato até o fim de 2012 e prometeu trabalhar na Câmara às segundas, terças e quartas. Nos outros dias, vai se dedicar a campanha eleitoral. Segundo ele, apenas com caminhadas e reuniões porque está sem verba.

Como vereador, Fausto é presidente da Comissão de Serviços e Obras, responsável principalmente pela análise dos projetos de Manaus para a Copa do Mundo de 2014, e vice da Comissão de Transportes.
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EXCLUSIVO: Pesquisa do DataFolha dá vitória a Zé Serra no primeiro turno

Parece brincadeira, mas não é. Na verdade, é simplesmente vergonhoso como a mídia tenta distorcer as informações que são favoráveis ao candidato Zé Serra. Em algumas notícias é preciso ler nas entrelinhas. Em outras, a informação é descarada.

Vamos analisar aqui para você a última pesquisa DataFolha, realizada dos dias 20 a 23/07. Segundo o instituto, esta foi a mais ampla pesquisa até o momento, ouvindo cerca de 10.905 pessoas. Em oito estados foram ouvidas mais pessoas. Concentramos a nossa análise nesses estados e encontramos uma vantagem para o candidato Zé Serra supeior a quatro milhões de votos. É voto pra xuxu. Se a eleição fosse hoje, Zé Serra estaria eleito no primeiro turno. Se até o dia 03 de outubro esse quadro não mudar, ele também estará eleito no primeiro turno. É porisso, que os petistas estão loucos da vida. Fazem dossiê, quebram sigilo bancário, manipulam pesquisas e a mídia, numa tentativa desesperada de mudar o quadro. Mas, não vão conseguir. A tendência é Zé Serra ampliar a vantagem sobre Dilma com o início do horário eleitoral.
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O BRASIL CELEBRA OS 80 ANOS DE PLÍNIO: FELIZ ANIVERSÁRIO PRESIDENTE!


Hoje o Brasil celebra os 80 anos de Plínio de Arruda Sampaio, esse brasileiro que brinda os mais novos com sua juventude de pensamento. Candidato a Presidente da República pelo PSOL, sua história define bem o que é acreditar em transformação social. Diferente dos outros candidatos. Plínio define três eixos como prioridade de seu possível governo: Reforma Agrária, Saúde e Educação.

Esse jovem que completa hoje, 26 de julho de 2010 80 Anos, Ligado à Igreja Católica, iniciou na política através da Juventude Universitária Católica, organização surgida a partir da Ação Católica Brasileira. Em 1959, foi subchefe da Casa Civil de Carvalho Pinto, Governador do Estado. Coordenou o Plano de Ação, um amplo programa de planejamento e de intervenção integrada de todas as esferas do Estado no desenvolvimento. Ainda nos anos 1950, entrou para o Partido Democrata Cristão (PDC), Eleito deputado federal em 1962, relator do plano de reforma agrária do governo João Goulart (1962-1964). Cassado pelo golpe militar de 1964, juntamente com Luiz Carlos Prestes, João Goulart, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Darcy Ribeiro, Celso Furtado e outros. Exilado trabalhou na FAO (órgão da ONU que trata das questões relativas à agricultura e à alimentação), em Santiago do Chile e, a partir de 1970, nos Estados Unidos. Assessorou programas de reforma agrária em quase duas dezenas de países da América Latina e da África. Anistiado voltou ao Brasil em 1976 e tornou-se professor da Fundação Getulio Vargas, após ter concluído um mestrado em Economia Agrícola na Universidade Cornell. Participou ativamente das lutas contra ditadura militar. Ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de onde saiu para fundar o Partido dos Trabalhadores, em 1980, após as greves dos Metalúrgicos do ABC paulista, lideradas por Luís Inácio Lula da Silva. Eleito deputado constituinte, em 1986. Dirigente petista, membro da coordenação da campanha Lula à presidência em 1989, Plínio foi o principal formulador da política agrária do partido por muitos anos. Foi líder da agremiação na Câmara e candidato a governador pelo PT, em 1990. Tornou-se presidente da Associação Brasileira pela Reforma Agrária (ABRA) e um dos mais importantes colaboradores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Membro da corrente majoritária do PT, a Articulação, após a eleição de Lula, em 2002, Plínio foi candidato à presidência da legenda em 2005. Em setembro daquele ano, juntamente com cerca de dois mil militantes de todo o país, ele deixa a legenda que ajudou a fundar e filia-se ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Em 2006, Plínio sai novamente candidato ao governo de São Paulo. Hoje quando completa 80 anos é o mais lúcido candidato a Presidência da Republica.

Plínio apresenta nessa campanha um novo projeto para o Brasil, voltado à erradicação dos latifúndios através da efetivação de uma Reforma Agrária que privilegie a soberania alimentar de todo a população do Brasil. Essa admirável trajetória desse comunista que acredita em Deus, é o principal instrumento de mobilização de sua campanha.

Parabéns Camarada Plínio. Presidente do BRASIL!
Vida Longa a PÍNIO!...
Feliz Aniversário!

domingo, 25 de julho de 2010

A LOGÍSTICA DA DESGRAÇA

Por: Élson de Melo (*)
Manaus, 25/07/2010

Na lógica da empresa Vale Mineradora, pouco importa a opinião dos comunitários e dos ribeirinhos do Lago do Aleixo, Catalão, Terra Nova e adjacências do Encontro das Águas em Manaus Amazonas. Junto com ela estão políticos, a Coca-Cola, Lobistas e até o preposto do Deputado Sinésio Campos no IPHAM do Amazonas. Para uma empresa desse porte que vive da degradação do meio ambiente, destruir a paisagem do Encontro das Águas é apenas uma questão de logística! É a desgraça rondando o majestoso cartão postal mais precioso, comentado e aplaudido da Amazônia.

Os lobistas são muito fortes, alimentados por políticos velhacos, traiçoeiros não medem esforços para ver destruído aquela linda e encantadora paisagem. Os cientistas Ecocapitalistas do Ctrl-C-Ctrl-V já abocanharam mais de meio milhão de reais para formatar os EIA/Rima, ou “EIA /Rivas” semelhantes, para dar legitimidade cientifica a uma desgraça sem precedente!... Para esses algozes do ecossistema Amazônico, não existe limite entre o cinismo e a razão, emitem pareceres científicos sem se importar com o que pensam as Comunidades afetadas. São inconseqüentes, rapineiros e despojados de qualquer responsabilidade com o nosso ecossistema. O Amazonas infelizmente, abriga em suas Academias Cientificas pessoas dessa índole!

Mas o que é um Lobista? O LOBISTA de uma empresa é um cidadão como o que sobrevoou o Encontro das Águas a convite do preposto do Deputado Sinésio no IFHAM do Amazonas junto com o Presidente Nacional desse conceituado Órgão. O papel dele é manter um escritório próximo ao governo para apresentar a sua empresa fazendo uma preleção sobre o que e quais as atividades da empresa. Geralmente já ocupou cargos relevantes no governo no caso especifico na SUFRAMA. Então quando há uma licitação ou necessidade de liberar pareceres e até doações de terras da União, em algum órgão do governo, esse lobista é chamado para facilitar as coisas para a empresa, quando isso acontece o lobista sai oferecendo benesses a quem é de direito, para que essa empresa seja atendida. Feito isso, o Lobista recebe dai uma comissão para os políticos envolvidos como forma de compensação. O Encontro das Águas é apenas mais uma vitima dessa rapinagem.

É verdade que na ótica do capital, o Amazonas precisa de logística para transportar sua produção. Mas que produção? Os desavisados vão acreditar que se trata da produção de TV, Celular, Dvd, Motos e outros que produzem no Distrito Industrial. Não é um tanto entranho a Vale Mineradora estar preocupada com essa logística? Dizem os antigos que, “quando a promessa é grande, até os santos desconfiam”, na verdade é desconfiável mesmo. Veja o que está acontecendo com os nossos visinhos do Pará, para exportar minérios essas empresas estão fraudando laudos para tentar licenciar um porto em Santarém. O principal objetivo da Vale Mineradora com esse porto é escoar futuramente a Bauxita das jazidas do Pitinga em Presidente Figueiredo, do qual ela é proprietária. É o capital saqueando mais uma vez nossa Amazônia! Qualquer semelhança com construção do porto da Vale Mineradora na boca do Lago do Aleixo e o de Santarém, não é mera coincidência!

Enquanto isso, os nossos governantes viram as costas para a logística que interessa ao nosso povo. O que dizer da logística que falta para atender a produção dos irmãos ribeirinhos, para o transporte seguro de Passageiros, para o abastecimento dos Municípios do Amazonas com alimentos e, combustível. Falta logística para levar assistência à saúde, educação e tudo que e necessário para boa qualidade de vida da nossa população. É a logística da miséria imperando em nossa Amazônia e isso é uma desgraça!

A campanha política já começou, não importa hoje a qual palanque pertença o candidato, o roteiro é o mesmo, todos obedecem a mesma pauta, exibem seus perfis, ressaltam seus feitos, fazem promessas (plano de governo) é uma fidelidade inconteste ao marketing político. Não existe nenhuma tentativa de pelo menos mudar esses parâmetros. Da direita a esquerda a retórica é a mesma, são frases feitas, chavões dogmáticos e nada que se possa identificar como ação transformadora dessa realidade desgraçada que tutela as mentes e corações dos novos servos.

Os novos defensores do capitalismo e da boquinha nas diversas esferas de governo vão continuar fazendo seu papel de alienadores da população, mas, não podemos concordar com os camaradas da esquerda socialista em alimentarem tamanha subserviência à ordem estabelecida. Parece que não vamos ver nessa eleição temas como a Logística da Desgraça, serem abordados pelos nossos políticos. Nós do Movimento SOS Encontro das Águas, estamos aguardando seu posicionamento Senhores Candidatos! O Encontro das Águas não tem preço. Tem Valor!

(*) Élson de Melo é Sindicalista

ZÉ MELO NO ESPOCA-VELHA

José Ribamar Bessa Freire
Link: http://www.taquiprati.com.br

Quando cheguei no aeroporto Eduardinho, em Manaus, às 6 horas da manhã dessa quarta-feira, a primeira coisa que vi foi a careca do candidato a vice-governador, José Melo Merenda (PMDB – vixe, vixe). Fiquei em pânico. Senti que a presença dele ali, naquele momento, era uma ameaça ao curso de História do Médio Rio Negro que eu ia dar para professores e lideranças indígenas em Barcelos.


– “Minha santa periquita! Não vou poder viajar. Meu requerimento, dessa vez, vai ser indeferido” – pensei, sem tirar os olhos de cada passo do Melo Merenda, que estava inquieto, caminhando de lá pra cá, como um leão sem juba dentro de uma jaula.


O requerimento em questão é uma estratégia para dominar o medo de viajar de avião. Foi inventado pelo meu amigo Marcus Barros, ex-reitor da Universidade Federal do Amazonas e ex-diretor do IBAMA, na época em que ele e eu fazíamos parte do sindicato nacional dos professores universitários e viajávamos muito. Com o requerimento, conseguíamos dominar o nosso medo, que algumas vezes beirava ao pânico. Seu uso pode ser útil aos que sofrem da mesma fobia.

Trata-se de uma técnica simples que, de saída, procura identificar as causas do temor de um acidente aéreo. Descobrimos que a origem do nosso era o receio de uma punição divina – merecida, diga-se de passagem – pelos pecados que cometemos. Marcus agora anda mais calmo, mas pecava muito contra o 6º mandamento. Mais tímido, eu também, na minha juventude, andei pecando, embora só em pensamento, contra o 9º mandamento, sobretudo quando o próximo não estava próximo. De qualquer forma, éramos dois pecadores.

– Parceiro, quem entra num avião carrega consigo os próprios pecados. Aí, se todos os assentos forem ocupados apenas por pecadores, o peso dos pecados, auxiliado pela lei da gravidade, vai derrubar o avião. Precisamos de crianças inocentes viajando que funcionem como contrapeso – dizia Marcus, com o olho rútilo e os lábios trêmulos. Fazia sentido. Tinha lógica. Por isso, a gente ficava com o pescoço francês na mão, quando embarcava num avião.

Vai daí que no momento do check-in, procurávamos observar se havia crianças embarcando. Em caso afirmativo, a gente ficava aliviado e impetrava uma espécie de habeas corpus preventivo, numa conversa olho no olho com o Todo Poderoso. Fazíamos um requerimento oral em forma de oração, com as seguintes palavras:

Excelentíssimo Sr. Todo Poderoso,

Os abaixo assinados se dirigem a Vossa Excelência para expor e requerer o que segue.

Considerando:

1. Que os requerentes sempre obedeceram oito dos dez mandamentos;
2. Que a carne é fraca, e os requerentes, algumas vezes, transgrediram o 6º e o 9º mandamentos, que são os mais fáceis de ser perdoados;
3. Que os requerentes estão profundamente arrependidos e fazem firme propósito de emenda;
4. Que alguns passageiros deste voo são criancinhas e, em caso de acidente aéreo, pagarão pelos nossos pecados, o que não é justo;

Diante dos fatos aqui expostos, requerem:

1. Que o Senhor Todo Poderoso tenha piedade dessas crianças inocentes e não deixe o avião cair.

Nesses termos

Pedem Deferimento

Diante de argumento tão convincente, o Supremo Arquiteto do Universo sempre deferiu o pedido, porque não podia permitir que o justo pagasse pelo pecador. Com o medo assim dominado, viajávamos com tranquilidade.

Acontece, leitor (a) que nessa quarta-feira não havia uma só criança no salão de embarque, o que já me deixou nervoso. E ainda por cima, lá estava o Zé Melo Merenda, que transgrediu quase todos os mandamentos, carregando consigo toneladas de pecados. Aquele aviãozinho da Trip não aguentaria sobrevoar com os pecados do Melo.

O José Melo foi agente da Assessoria Especial de Informação da UFAM (AESI) na época da ditadura militar e levantou falso testemunho, transgredindo o 8º mandamento. Ainda por cima pecou contra o 11º mandamento, que não estava escrito na tabua de Moisés, mas faz parte da tradição oral: “Não dedurarás teu próximo”. Mas seus pecados cabeludos foram cometidos quando ele era secretário de educação e estão relacionados aos ovos da merenda escolar.

Na época, o deputado Luis Fernando Nicolau denunciou o desvio de duas mil toneladas da merenda escolar, no valor, então, de R$ 6 milhões, o equivalente a 215 caminhões entupigaitados de alimentos. Acusou diretamente o governador Amazonino e seu secretário de educação José Melo como responsáveis pelo desfalque.

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez uma auditoria, procurando os ovos nas notas de empenho e nas notas fiscais. Descobriu que a SEDUC pagou por eles um preço muito superior aos valores do mercado e que os ovos do Melo eram superfaturados. Os auditores visitaram as escolas do Amazonas, na hora do recreio, para ver se os ovos eram hipernutritivos e constataram que não estavam sendo consumidos. Deram uma incerta nos armazéns das empresas fornecedoras, que eram os fiéis depositários das mercadorias, e nada encontraram. Os ovos desapareceram.

Na realidade, muitos alimentos, incluindo ovos e suco concentrado, nunca chegaram à rede escolar, embora tivessem sido pagos antecipadamente. O TCU concluiu que houve superfaturamento na compra de alimentos com recursos do governo federal durante as administrações dos secretários Manoel Veríssimo e José Melo. Na época, o repórter Serginho Bartholo registrou o voto do ministro relator do processo, Paulo Afonso Oliveira, que considerou improcedentes as explicações de Melo e Verissimo.

Por isso, leitor, quando vi o José Melo no Eduardinho, carregando com ele o peso de várias toneladas de merenda escolar e os recursos desviados da Fundação de Assistência ao Estudante (FADE), tremi nas bases. “Se ele entrar no avião, eu não viajo, não corro esse risco nunca” – pensei, ainda mais porque não havia crianças no pedaço, me impossibilitando de usar o requerimento. Alguém aumentou meu pânico, dizendo que o ex-governador Eduardo Braga também ia viajar com o Melo em campanha pelo interior.

"Danou-se!" – pensei. Zé Melo e Eduardo Braga juntos no mesmo avião – o Dudu depois da variação patrimonial declarada no Imposto de Renda – é uma bomba na iminência de explodir. Felizmente para todos os passageiros, os dois tomaram um jatinho particular, nos livrando da companhia indesejada. Parece, no entanto, que o destino do Melo era o mesmo que o meu: Barcelos. Ontem à noite, no forró do ‘point’ de Barcelos, um barzinho chamado Espoca-Velha, vi uma careca parecida com a dele sacolejando o esqueleto e rodopiando no salão de dança. Eu, hein, Rosa? Vade retro, capiroto!

AQUECIMENTO GLOBAL, ECOLOGISMO DOS POBRES E ECOSSOCIALISMO

O Ecossocialismo vem a cada dia ganhando adeptos em todo mundo, são pessoas de todas as idades, etnias e sexo. O Senador Evandro Carreira, o político amazonense que se destacou no Senado Federal por pautar o debate sobre a Ecologia no cenário político Nacional e Internacional e incorporou a defesa da Amazônia como um ecossistema a ser preservado. Hoje com mais de oitenta e três anos o Senador que está concorrendo a uma vaga na Câmara Alta do País pelo Amazonas, é o mais novo entusiasta do Ecossocialismo.

Para aprofundarmos esse tema, estamos publicando este importante texto do Vereador do PSOL de Fortaleza, que certamente, servirá de material didático para os Socialistas que defendem o melhoramento da qualidade de vida na terra, em especial em nossa majestosa Região. “Ecossocialismo, da Amazônia para o mundo, Uma Nova Civilização!!!”.

Élson de Melo – Sindicalista
Aquecimento Global, Ecologismo dos Pobres e Ecossocialismo


Por: João Alfredo Telles Melo
Vereador Psol Fortaleza CE

“Do ponto de vista de uma formação socioeconômica mais avançada, a propriedade privada dos indivíduos na Terra parecerá tão absurda como a propriedade de um homem sobre outros homens. Mesmo uma sociedade inteira, uma nação, ou mesmo todas as sociedades existentes num dado momento, em conjunto, não são donos da Terra. São simplesmente os seus possuidores, os seus beneficiários, e têm que a legar, num estado melhorado, para as gerações seguintes, como boni patri famílias (bons pais de família)” (Karl Marx, “O Capital”).
John Bellamy Foster, autor de um dos livros mais importantes para os ecossocialistas (“A Ecologia de Marx, materialismo e natureza”, Civilização Brasileira), em artigo recente, intitulado “A Ecologia da Destruição”, nos chama a atenção para o fato de que “é uma característica da nossa época que a devastação global pareça sobrepor-se a todos os outros problemas, ameaçando a sobrevivência da terra como a conhecemos”.

A grande repercussão do quarto relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, da ONU, em sua sigla em inglês) - em que milhares de cientistas de praticamente todo o planeta, não só constataram a relação direta entre fenômenos climáticos intensos decorrentes do aquecimento global com a emissão dos chamados gases de efeito estufa (GEE) pelas atividades industriais, energéticas e agrícolas, mas também apontaram projeções catastróficas para este século, caso não haja uma drástica mudança na matriz energética e no padrão de consumo – deu foros de cientificidade ao documentário “A Verdade Inconveniente”, do ex-vice-presidente estadunidense Al Gore, que recebeu o Oscar deste ano e também, juntamente com o próprio IPCC, o prêmio Nobel da Paz.
Portanto, com exceção da minoria dos chamados “céticos”, dentre os quais se encontram cientistas sérios, como o brasileiro Aziz Ab´Saber, e organizações bancadas pelo Governo Bush e pelas grandes indústrias de petróleo e carvão mineral no mundo, há uma ampla maioria – amplíssima, diria – de gente da comunidade científica (e aqui se perfilam brasileiros da maior respeitabilidade, como José Goldenberg, Carlos Nobre e Luis Pinguelli Rosa), dos movimentos ambientalistas, de governos e até de setores empresariais que, a partir dos dados do IPCC, procuram encontrar saídas para a crise planetária, manifestada hoje pelo aquecimento global que ameaça a vida na Terra.

Abra-se aqui parêntesis para aduzir que a aposta que os céticos – em sua versão séria e não comprometida com os interesses do capital petroleiro e mineral – é uma aposta perdida, em suas duas possibilidades. Se eles estiverem errados (quando afirmam que o fenômeno do superaquecimento é natural e que as previsões do IPCC estão equivocadas), podem, de forma involuntária, estarem contribuindo com o lobby das grandes corporações petrolíferas e mineiras, impedindo a mudança do padrão energético para as fontes renováveis e serem co-responsáveis pela catástrofe que se prenuncia. Por outro lado, se estiverem certos (o que não é muito provável, dado o amplo consenso científico alcançado depois de quase vinte anos de IPCC), estão atrasando a nossa evolução para a despoluição do planeta. Ou seja, ainda que, numa hipótese quase absurda, não esteja ocorrendo o aquecimento provocado pelas atividades humanas, o alerta do IPCC, no mínimo, questiona o modo de produção e o modo de vida humana no planeta e nos induz a mudanças profundas e necessárias.

Voltando ao tema, vou me permitir não mais ter que detalhar, mas apenas listar, em parte, o extenso e impactante elenco de fenômenos climáticos e de suas resultantes sobre a vida no planeta, já amplamente divulgada pela grande imprensa, como o acréscimo da temperatura média da terra, o derretimento das geleiras e calotas polares, a desaparição de espécies, a subida do nível do mar, a desertificação e seus profundos impactos sobre a humanidade, que poderá conviver – aliás, já está convivendo - com os chamados “refugiados ambientais” (vítimas de enchentes, tornados, secas, furacões, que, nos últimos tempos, têm atingido populações tão diversas como as asiáticas, as das pequenas ilhas do Pacífico, ou mesmo, nas terras do Império Americano, com o Katrina, em New Orleans, e o incêndio que está devastando a Califórnia, nos últimos dias).

Se voltarmos ao nosso país – que é o quarto maior emissor de GEE, em face das queimadas e desmatamentos de nossas florestas – o que se prenuncia é gravíssimo. Se, em todo o planeta, no próximo século, ultrapassarmos a linha perigosa de acréscimo de 2oC na temperatura média da terra, metade de nossa Floresta Amazônica (a mais importante cobertura vegetal tropical do planeta) se transformará em savana, causando profundos impactos não só na própria temperatura da terra, como no regime de chuvas em todo o hemisfério sul. Para o Nordeste brasileiro, as previsões não são menos sombrias. O nosso semi-árido, que, mais uma vez, convive com uma estiagem prolongada, se transformaria em região árida, num quase deserto, sem água e sem produção agrícola.

Estaríamos diante do apocalipse? Paulo Artaxo, um dos cientistas brasileiros do IPCC, tenta nos tranqüilizar: “O aquecimento global não é o fim do mundo, de jeito nenhum”, mas adverte: “um dos pontos cruciais do relatório do IPCC é a urgência da diminuição da emissão dos gases do efeito estufa. Se não fizermos isso, a temperatura vai subir de forma a trazer danos para os ecossistemas e zonas costeiras sem precedentes na história da humanidade”. Para ele – e o IPCC – esse corte deveria ser em torno de 50 a 70 por cento. (Caros Amigos, edição especial: “Aquecimento Global, a busca de soluções”).

Ora, a necessidade imperiosa da redução na emissão de GEE na escala de 50 a 70% torna o Protocolo de Kyoto (que, todos sabemos, não foi assinado nem pelos Estados Unidos, primeiro ou segundo maior emissor de CO2, nem pela Austrália, uma das maiores exploradoras de carvão mineral) absolutamente obsoleto e inócuo. Recorde-se: Kyoto propõe, apenas para os países em desenvolvimento (principais responsáveis pelo aquecimento), o corte de somente 5% (nos níveis de 1990) para até 2012. O Brasil, a Índia e a China, dentre outros, (que, dado o seu crescimento econômico vertiginoso já teria ultrapassado os EUA e que tem na base de sua matriz energética o combustível de maior poluição, que é o carvão mineral) não são obrigados a cumprir metas de redução.

Todo esse debate não se refere, por óbvio, apenas a números. Aqui se trata, em primeiro lugar, da tentativa de se compatibilizar a urgência urgentíssima na diminuição drástica de emissão de CO2 e outros GEE para a atmosfera, com o direito e a necessidade de países pobres se desenvolverem e atenderem os direitos e necessidades de sua população.

Como atender tais necessidades sem tocar no padrão de vida e consumo das classes médias e altas tanto no Hemisfério Norte (onde são majoritárias) como no Hemisfério Sul (onde são minoritárias)? (Já gastamos 25% a mais do capital natural da terra e seria preciso que tivéssemos pelo menos quatro planetas terra para que todos alcançassem o nível de vida do chamado “american way of life”.) Uma nova “utopia” (sustentabilidade ambiental, igualdade social e desenvolvimento econômico em escala planetária) seria possível na atual configuração geopolítica mundial onde o poder destrutivo da indústria armamentista, petrolífera e minerária se materializa em governos como de Bush, senhor das guerras no mundo? É possível superar a atual crise nos marcos do sistema capitalista? Nas palavras, mais uma vez, de Foster: “Como é que isto se relaciona com as causas sociais e que soluções sociais podem ser oferecidas em resposta tornaram-se as questões mais urgentes com que a humanidade se defronta”.

Esse debate se situa no campo da chamada “Ecologia Política”, que, na compreensão de Joan Martinez Alier, estuda “os conflitos ecológicos distributivos – isto é, os conflitos pelos recursos ou serviços ambientais, comercializados ou não”. Para ele, a ecologia política é “um novo campo nascido a partir dos estudos de caso locais pela geografia e antropologia rural, hoje estendidos aos níveis nacional e internacional” (“O Ecologismo dos Pobres”, Editora Contexto). É a ecologia política, juntamente com a economia ecológica, quem pode nos desvendar as causas da crise e apontar as soluções reclamadas por Foster acima.

Carlos Walter Porto-Gonçalves, um dos mais atilados ecologistas políticos da atualidade nos situa, de forma ainda mais precisa, na atual crise planetária, quando afirma que “o desafio ambiental se coloca no centro do debate geopolítico contemporâneo enquanto questão territorial, na medida em que põe em questão a própria relação da sociedade com a natureza, ou melhor, a relação da humanidade, na sua diversidade, com o planeta, nas suas diferentes qualidades” (“O Desafio Ambiental”, Editora Record).

Para ele, há contradições profundas entre a economia capitalista e a dinâmica ambiental. A separação – “a mais radical possível”, em suas palavras entre homens e mulheres, de um lado, e a natureza, de outro; a apropriação privada dos recursos ambientais, em que tudo é transformado em mercadoria; o “princípio da escassez”, pelo qual um “bem só tem valor econômico se é escasso” são absolutamente contraditórios com a visão ecológico-ambientalista de riqueza natural. Vejamos, em suas próprias palavras:

”Os economistas modernos vão fundar a economia no conceito de escassez, que, paradoxalmente, é o contrário da riqueza. Tanto é assim que os bens abundantes – idéia central da riqueza – não são considerados como bens econômicos e, sim, como naturais (…) Somente à medida que a água e o ar se tornam escassos – com a poluição, por exemplo – é que a economia passa a se interessar em incorporá-los como bens no sentido econômico moderno, isto é, mercantil”.

Essa distinção entre riqueza natural – objetivo maior de todos os movimentos ecológicos – e riqueza material – que advém da escassez e, para deleite do sistema mercantil, transforma os bens ambientais em mercadoria – também é tratada por Foster, em outro belo texto, chamado “Revolução Ecológica”, onde se vale do filósofo grego Epicuro, que declarava: ""Quando medido pelo propósito natural da vida, a pobreza é grande riqueza, riqueza ilimitada é grande pobreza".

Portanto, para Foster, “o livre desenvolvimento humano, surgindo num clima de limitação e sustentabilidade naturais, é a verdadeira base da riqueza, de uma riqueza para a existência multilateral; a busca sem limites de riqueza é a fonte primária do empobrecimento e sofrimento humanos. É desnecessário dizer que tal preocupação com o bem estar natural, em oposição a necessidades e estímulos artificiais, é a antítese da sociedade capitalista e a pre-condição de uma comunidade humana sustentável”.

Assim, é plenamente justificável que se afirme que, sob o capitalismo, não há possibilidade de superação da atual crise planetária, o que nos permitiria atualizar, como quer Michel Löwy, outro grande expoente atual do ecossocialismo, a consigna de Rosa Luxemburgo para “Ecossocialismo ou Barbárie”.

Ora, afirmar isto – a contradição fundamental entre o sistema capitalista e uma nova forma de organização sócio-político-econômica fundada na sustentabilidade e justiça ambiental, na igualdade social e, também, por óbvio, na democracia política em suas formas mais avançadas de participação popular – por si só, não é suficiente para os ecossocialistas. Nas palavras de Löwy: “É preciso começar a construir esse futuro desde já. É necessário participar de todas as lutas, inclusive das mais modestas; como, por exemplo, a de uma comunidade que se defende contra uma empresa poluidora; ou a defesa de uma parte da natureza que esteja ameaçada por um projeto comercial destrutivo. É importante ir construindo a relação entre as lutas sociais e as ambientais, pois elas tendem a concordar, unidas ao redor de objetivos comuns” (“Ecologia e Socialismo”).

É esse campo – os das lutas sócio-ambientais – que reclama a presença dos ecossocialistas. Aqui, poderíamos listar as lutas das comunidades costeiras contra o turismo predatório e a criação de camarões em cativeiros; a resistência dos atingidos por barragens contra os grande projetos hidrelétricos; o movimento que reúne sem terra, agroecologistas, defensores de consumidores e ambientalistas contra a adoção de sementes transgênicas; a luta de populações locais contra a ampliação das usinas nucleares; a resistência de índios e pequenos agricultores no embate contra a transposição das águas do Rio São Francisco; a articulação dos povos da floresta – índios, quilombolas, seringueiros e ribeirinhos – contra ao avanço do agronegócio do gado e da soja na Amazônia Brasileira; a luta das mulheres camponesas contra o exército verde da monocultura do eucalipto; o enfrentamento dos ecologistas e urbanistas contra a especulação imobiliária nas grandes metrópoles etc.

Aqui, estamos diante do que Martinez Alier denomina de “ecologismo dos pobres” ou “ecologismo popular”, que, nas palavras do autor, tem como eixo fundamental o interesse pelo meio ambiente como “fonte de condição para a subsistência” e como fundamento ético “a demanda por justiça social (e ambiental, acrescentaria) contemporânea entre os humanos”. Essa corrente do movimento ambientalista, por lutar “contra os impactos ambientais que ameaçam os pobres, que constituem a ampla maioria da população em muitos países” tem uma presença muito forte nos países do Hemisfério Sul (no antigamente denominado terceiro mundo).

As lutas com tais características – sócio-ambientais, do ecologismo popular – têm uma importância fundamental, não só para os ecossocialistas, mas para o próprio futuro do planeta. Ali, há uma resistência que, partindo da luta concreta por direitos humanos básicos de moradia, cultura, de modo de vida e de produção, e, também, ao ambiente saudável, questiona os fundamentos não só do atual modelo econômico, mas, em última análise, investe contra as bases do próprio modo de apropriação privada do sistema capitalista, responsável pelo atual estágio de degradação do ambiente planetário. Nessas comunidades, se contrapõem não só interesses materiais, mas formas de vida e produção antagônicas.

Portanto, neste momento (mesmo que ainda de forma não articulada) podem se estar forjando não só as alianças sociais fundamentais para esse processo de transformação urgente e necessário - a Revolução Ecológica - mas, também, as bases sócio-econômico-ecológico-cultural-ético-políticas de uma nova sociedade que possa superar a atual crise ambiental global para se tornar, a um só tempo, ecologicamente sustentável, socialmente justa e igualitária, cultural e etnicamente diversa, e política e radicalmente democrática: a sociedade ecossocialista. Estaremos à altura desse imenso desafio?

João Alfredo Telles Melo é advogado,
professor de Direito Ambiental e consultor do Greenpeace

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