Terminada a primeira etapa da campanha “democrática obrigatória”
(?) das eleições municipais que elegeram vereadores e alguns prefeitos de
capitais já no primeiro turno, em todo o Brasil, resta-nos uma certeza: “a
democracia do voto obrigatório imposto venceu
mais uma vez” e que os “problemas reais ou marketados” recomeçarão e
novas ou as mesmas propostas de soluções serão feitas, nas capitais nas quais
os eleitores voltarão “democraticamente obrigados” às urnas para novamente
escolher entre dois candidatos, um único e definitivo prefeito.
Enquanto isso, o povo, o eleitor, como uma vaca de presépio,
obediente e obrigado por lei, vai votando pensando que está exercendo e
contribuindo de alguma forma para o fortalecimento de um verdadeiro Estado
Democrático, reforçando a idéia de “democracia” do voto obrigatório. A “Lei da
Ficha Limpa” é um grande exemplo: fizeram uma lei originária do povo, só para
que o povo aprendesse e soubesse escolher corretamente seus candidatos entre os
chamados “fichas limpas”, mas ainda assim muitos “fichas sujas” concorreram e
se elegeram prefeitos, principalmente em cidades com menos de 200 habitantes,
nas quais ainda não existe segundo turno!
Agora as tendas dos circos de horrores “democráticos” estão
desfeitas, as bandeiras da hipocrisia foram baixadas, os exércitos de pessoas
nas ruas empunhando ideologias e nem sempre votando nos candidatos para quem
trabalham apenas em troca de dinheiro, e o povo se sentindo herói por ter
votado e cumprido seu “dever democrático
obrigatório do voto imposto por Lei” no primeiro turno das eleições no dia 7 de
outubro.
No primeiro dia de janeiro um novo ano começa e, nas prefeituras,
prefeitos que detinham cargos reassumirão com novas composições políticas nas
Câmaras Municipais, e tudo volta como “antes no quartel de abrantes” até daqui
a mais 4 anos, quando novos problemas surgirão na cabeça dos marketeiros, novas
promessas e soluções aparecerão para os eleitores que, mais uma vez como gado
obediente e “obrigado democraticamente” terá que depositar seu voto nas urnas,
cumprindo uma obrigação democrática imposta de cima para baixo.
Esse ridículo circo da “democracia” só acabará quando o povo for
verdadeiramente livre para votar espontaneamente, pelo simples fato de
acreditar nas promessas de um candidato. Muita coisa melhorou, muitas leis
surgiram para ensinar o povo a votar em bons candidatos. Apesar disso, muitos
prefeitos e vereadores ainda fichas sujas, eleitos pelo “voto democraticamente
imposto” terão que resolver seus problemas nas instâncias mais altas da Justiça
Eleitoral, correndo o risco de os eleitores “vaquinhas de presépio” voltarem
novamente às urnas para escolher um novo
candidato a prefeito, esse novo talvez de ficha limpa!
Mas isso já é um problema jurídico criado para que os juízes
eleitorais decidam, já que eles concederam tantos mandados de segurança,
permitindo que esses candidatos aparecessem na mídia, concorressem e fossem
eleitos com a total complacência de eleitores que ainda acreditam em populismos
baratos e em ajudas pessoais em nome de uma obrigação constitucional imposta a
todos os prefeitos municipais, mesmo os de fichas sujas, eleitos também pelo
voto das urnas em nome de uma democracia do dinheiro!
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