Nessa hora pode ser favorável ou não, a avaliação que o eleitor
faz da conduta dos candidatos no curso de sua trajetória política para
Prefeitura de Manaus.
Ademir Ramos (*)
De longe os candidatos parecem todos iguais. No entanto, quando
focamos nas propostas e em suas práticas políticas começamos a compreender
melhor as cores ideológicas que orientam suas metas eleitorais quanto à
densidade do voto. Nesse processo, os
candidatos minimizam suas opções idológicas com firme propósito de estabelecer com
o eleitor uma identificação que lhe seja favorável nas urnas. Contudo, quando
exagerado, o risco que os candidatos correm é temerário porque perdem o chão de
sua historia passando a ser tratados como coisa, sem cor, credo e forma.
A coisificação dos candidatos é um fato muitas vezes motivado pela
cultura de massa caracterizada por sua extensão, o que faz com que o eleitor
não consiga diferençar um candidato do outro. Dessa feita, “tanto faz votar num
como noutro” é a mesma coisa.
Nesse cenário, a ideologia como valor positivo torna-se uma marca
necessária no campo da política separando o joio do trigo. O julgamento do
eleitor expressa-se nas urnas, mas antes, muito antes, ele começa a “matutar”,
não só sobre o discurso dos candidatos, mas, sobretudo, a respeito da vida,
história, trajetória e compromisso desses políticos. Nessa hora pode ser
favorável ou não, a avaliação que o eleitor faz da conduta desses atores no
curso de sua trajetória política.
O eleitor comum está muito mais atento à questão moral dos
candidatos do que as suas promessas. Isto significa dizer que não adianta
tentar confundir o povo dizendo que agora nas eleições é uma pessoa temente a
Deus, aceitou Jesus e por isso está credenciada a merecer o voto das Igrejas. Essa
metamorfose ideológica é diabólica, fazendo crer que para se ganhar as eleições
tudo é valido até mesmo se travesti de cordeiro entre os filhos de Deus embora
sendo lobo.
O tema é recorrente, principalmente, em se tratando de um povo
religioso que deposita em seus pastores tamanha confiança no direcionamento de
sua formação espiritual centrada no Cristo libertador, como redentor e salvador
das humanidades. Contrário e está conduta salvífica, os falsos pastores, quando
embriagados pelo vício do capital além de se vender, oferecem aos seus algozes
a alma do povo como objeto de troca para amealhar riqueza, poder, arrogância e
vaidade.
Mas, Deus escreve certo por linhas tortas, fazendo crer que os
oportunistas terão o julgamento merecido e o povo de Deus que abraçou a
liberdade, rompendo com o mandonismo do Faraó no Egito, saberá também optar
pelo melhor candidato para a Prefeitura de Manaus, o mais experiente,
competente e habilidoso capaz de encarnar em suas propostas o pleito dos
excluídos, optando a favor dos pobres contra a miséria, a desigualdade e pela
eficácia da justiça social.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.
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