O
fato é que o prefeito eleito deverá escolher um secretário com competência e
habilidade capaz de responder com propriedade esses desafios da educação. Para
isso, Artur vai cumprir os postulados básicos da política com prudência e
determinação em respeito à comunidade escolar do município de Manaus.
Ademir
Ramos (*)
Muito
tem se falado sobre educação mais pouco ou nada tem sido dito para convencer o
eleitor e, em particular, os trabalhadores da educação de que a nova gestão irá
promover uma política educacional que realmente garanta a qualidade do ensino
na rede pública municipal. Confunde-se educação informal com educação escolar e
assim vai se discorrendo sobre o tema sem pontuar questões específicas que
respondam concretamente os problemas vividos no complexo sistema municipal de
ensino.
Fala-se
muito mais em metas do que em processo, o que requer domínio de determinados
especialistas para se compreender as ações (programas e projetos), que os
candidatos pretendem implementar em seu governo.
As
pesquisas dão conta que o Prefeito de Manaus será Artur Virgílio Neto,
consumado o fato, é necessário que tenhamos clareza das diretrizes e metas que
orientam a política educacional do município, em consonância com o novo plano
nacional de educação a ser aprovado pelo senado federal com vigência por dez
anos. Esta é uma discussão necessária a ser feita para a consecução da formatação
do Plano Municipal de Educação.
Nesta
pauta dos debates das políticas educacionais deve-se contemplar a
aplicabilidade da Lei do Piso Salarial dos Professes, bem como 1/3 da jornada
de trabalho relativo ao trabalho pedagógico fora da sala de aula, plano de
saúde com todas as especialidades incluindo odontologia, beneficio atualizado
relativo à alimentação e transporte. Espera-se de pronto a definição clara e
objetiva de um planejamento quanto à Formação Continuada dos Professores
voltado à pós-graduação. Não se trata de oferecer bolsas de estudos, mas de
garantir o cumprimento do Plano de Carreira com aprovação da Câmara Municipal o
que requer de imediato ação de planejamento quanto à política de formação,
considerando que aproximadamente 90% dos professores da rede são efetivos, bem
diferente do Estado. Nessa mesma perspectiva deve-se definir a obrigatoriedade
da promoção vertical e horizontal como política de valorização de gestão de
pessoas.
Além
dessas questões básicas, o novo gestor deve formular com clareza as políticas
que possam dinamizar ainda mais a educação infantil, o ensino fundamental,
educação de jovens e adultos, educação especial, educação tecnológica, educação
indígena, entre outras demandas estruturantes, qualificando os meios necessários
com seus equipamentos operacionais para o desenvolvimento das práticas
educacionais resultando na melhoria do ensino-aprendizagem dos nossos alunos.
O
fato é que o prefeito eleito deverá escolher um secretário com competência e
habilidade capaz de responder com propriedade a esses desafios. Para isso,
Artur vai cumprir os postulados básicos da política com prudência e
determinação. Pois, segundo os ensinamentos clássicos há três gêneros de
cérebros, explica Maquiavel: um, o dos entendem as coisa por si próprio; outro,
o dos que discernem o que os outros entendem e o terceiro, o dos que não
entendem nem por si próprios nem sabem discernir. Para o autor do Príncipe, o
primeiro é excelentíssimo, o segundo, excelente, o terceiro, inútil e
oportunista.
Mas,
para isso acontecer é preciso todo empenho para se ganhar as eleições, deixando
claro que o compromisso é fazer educação com mais qualidade e participação,
integrada à problemática local sob a responsabilidade compartilhada dos
gestores educacionais em respeito aos conselhos municipais que representam as
famílias e a comunidade escolar do município, afastando de todo modo os
improvisos e a peste dos aduladores.
(*)
É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui e do NCPAM/UFAM.
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