Ellza
Souza (*)
Depois
de quase um mês olhando outras paragens, aprendendo e observando outras
culturas, voltei com saudade do meu próprio chão. Ao chegar no centro que é o
berço histórico da cidade onde nasci, fiquei horrorizada com o que vi. O belo
rio Negro subiu pra valer e ao avançar pelas ruas imundas de Manaus forma uma
lama insuportavelmente fedorenta.
O
lixo e os ratos tomam conta de cada recanto das beiradas, os ambulantes parece
que incharam. Não fui à Feira Moderna, mas me avisaram que nem devo ir pois não
vou encontrar boa coisa. Já imagino a podridão que se mistura aos alimentos em
geral em meio a água suja do rio contaminado pela insanidade e incompetência do
ser humano que teima em maltratar a natureza.
As
comunidades construídas à beira dos rios e igarapés como as do Antonio Aleixo
na área do Buritizal estão sofrendo horrores, pois os projetos só existem nas
propagandas. As pessoas, principalmente crianças e velhos que não sabem o que
fazer e muito menos para onde ir, estão sujeitos às doenças e privações. E vão
ficando em suas casas rezando para a água parar.
A
enchente de 2012 bateu todos os recordes. No ônibus uma mulher me deu uma
informação alvissareira: sua mãe que vive no alto Solimões avisou que a água
parou por lá e já está “vazando”. Logo logo pára por aqui.
Acho
que falta educação, educação, educação, incluindo aí informações sobre o
cuidado com o meio ambiente. Que pelo menos as futuras gerações saibam o que
fazer nessa matéria já que na atual geração não aprendemos a cuidar do planeta
e a diminuir o ritmo do consumo e do lixo que descaradamente jogamos no solo,
na água, no espaço.
(*)
É escritora, jornalista e articulista do NCPAM.
...educação de qualidade e inclusiva...acho que foi o que a colega quis dizer...Um abraço,
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