Uol/FB
Os
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) definiram, no final da tarde desta
quarta-feira (6), um cronograma de trabalho para o julgamento do caso do
mensalão. Os magistrados definiram que o primeiro dia do julgamento será em 1º
de agosto --data que o Judiciário retorna do recesso do meio de ano-- para
iniciar as sustentações orais da Procuradoria-Geral da República e dos 38 réus
do caso. As definições foram feitas durante uma reunião administrativa da
Suprema Corte.
Agora só falta o Ministro Ricardo Lewandowski apresentar seu voto |
O
julgamento deve ser dividido em duas partes: a primeira, do dia 1º até o dia 14
de agosto, com sessões diárias de segunda a sexta-feira, e duração de cinco
horas por dia, iniciando com a fala do procurador-geral da República, que
durará cerca de cinco horas.
Na
segunda fase, que deve ser iniciada no dia 15 de agosto, o relator do caso, o
ministro Joaquim Barbosa, apresentará seu voto, e o segundo parecer a ser
apresentado será o do ministro Ricardo Lewandowski, que é o revisor do
processo.
A
expectativa é que nesta segunda fase as sessões ocorram três vezes por semana,
às segundas, quartas e quintas no período da tarde, sem prazo determinado de
duração.
Todo
este cronograma depende da entrega do processo pelo ministro Lewandowski após a
revisão. Se ele entregar até o fim do mês de junho, este cronograma está
mantido. De acordo com a assessoria do ministro, a entrega será feita até o fim
deste mês.
"Para
que a atenção fosse viva e acesa, e para favorecer os que vão falar por
último", o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, justificou a
delimitação de tempo para a primeira fase do julgamento.
Entenda o mensalão
No
dia 6 de junho de 2005, o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) contou,
em entrevista exclusiva à jornalista Renata Lo Prete, então editora do Painel
da Folha de S. Paulo, que congressistas aliados do governo Lula recebiam o que
chamou de "mensalão" (mesada) de R$ 30 mil do tesoureiro do PT,
Delúbio Soares.
Segundo
a reportagem, a prática durou até o começo daquele ano, quando o presidente Lula,
segundo Jefferson, tomou conhecimento do caso, pelo próprio petebista. Outros
ministros, como José Dirceu e Antônio Palocci (Fazenda), teriam sido alertados
sobre o esquema --que beneficiaria pelo menos o PP e o PL.
Jefferson
contou que o presidente Lula havia chorado ao saber da prática do
"mensalão". "Tenho notícia de que a fonte secou. A insatisfação
está brutal [na base aliada] porque a mesada acabou", disse, à época,
Roberto Jefferson à Lo Prete.
Durante
depoimento à Comissão de Ética da Câmara, no dia 14 de junho do mesmo ano,
Jefferson reiterou que não tinha provas de suas denúncias, mas citou supostos
integrantes do "mensalão": Valdemar Costa Neto (presidente do PL),
José Janene (PP-PR), Pedro Corrêa (PP-PE), Sandro Mabel (PL-GO), Bispo Rodrigues
(PL-RJ) e Pedro Henry (PP-MT). Todos os parlamentares negaram as acusações e
disseram que Jefferson tentou desviar a atenção da CPI dos Correios para evitar
sua cassação.
Em
junho, as denúncias de Roberto Jefferson surtiram seus primeiros efeitos na composição
do ministério de Lula. José Dirceu, que era considerado um dos homens mais
fortes do governo petista, anunciou seu desligamento do cargo de ministro da
Casa Civil.
Fonte: UOL
Fonte: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário