Segundo senador, alegações de
Raul Alexandre Sousa 'oficializaram certezas' sobre relação de políticos com o
bicheiro
G1 08/05/2012 20:54
Foto: abio Pozzebom / Ag. Brasil
Foto: abio Pozzebom / Ag. Brasil
O delegado da Polícia Federal
Raul Alexandre Marques Sousa leu o depoimento prestado nesta terça (8) à
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o envolvimento de
políticos e empresários com o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, segundo
relataram os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP).
Por decisão da maioria dos
membros da comissão, delegados da Polícia Federal e procuradores da República
falarão em sessões secretas. Sousa foi o primeiro a depor à CPI. Ele é
responsável pela Operação Vegas, precursora da Operação Monte Carlo, que levou
à prisão de Cachoeira por exploração de jogo ilegal em Goiás.
Segundo o senador Ricardo
Ferraço (PMDB-ES), o delegado utilizou 18 dos 20 minutos que tinha para fazer
explanações aos parlamentares. Segundo o senador, o depoimento do delegado não
trouxe novidades. "Nada que já não tenha sido divulgado antes",
disse.
A sessão de depoimento do
delegado teve início por volta das 16h30 e, até o início da noite, não tinha
terminado. Após a leitura do depoimento, 26 parlamentares se inscreveram para
fazer perguntas. Enquanto o delegado respondia, alguns parlamentares deixaram a
sala criticando o depoimento fechado.
"Fazer uma sessão secreta
dá um tom de sigilo a um assunto que não é mais sigiloso. É ridículo",
disse o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Os parlamentares decidiram
pelo depoimento fechado do delegado depois de votarem um requerimento de
autoria do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) e da senadora Kátia Abreu (PSD-TO),
que pedia a sessão secreta para delegados e procuradores da República que ainda
serão ouvidos.
O requerimento foi aprovado
por 17 votos favoráveis e 11 contrários. Segundo Kátia Abreu, o objetivo foi
evitar que investigados, que serão ouvidos posteriormente, saibam o que
delegados e procuradores disseram à CPI.
Demóstenes
O senador Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP), um dos primeiros a deixar a sala da CPI, afirmou que o depoimento do
delegado "oficializou certezas" com relação à participação de
parlamentares com a organização do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
"Eu saio convicto de que
não há dúvidas do envolvimento do senador Demóstenes na organização criminosa
[...] O senador Demóstenes era um dos braços políticos da organização",
declarou Rodrigues.
Nesta terça, o Conselho de
Ética do Senado abriu processo disciplinar que poderá levar à cassação de
Demóstenes em razão do vínculo do senador com Cachoeira.
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