Por
Jornalismo Carlos Costa – No exercício pleno de um magistério comprometido,
sério, inclusivo, o professor deve fazer-se entender pelo seu aluno, usando
técnicas capazes de despertar a compreensão do todo e não só de uma parte do
assunto, unindo conhecimento de diversas outras disciplinas para uma melhor
compreensão do todo.
É
assim que entendo uma educação inclusiva, não discriminante e acessível a todos
independentemente de cor ou raça. Deve ser uma escola que o aluno tenha prazer
e se sinta bem em freqüente-la, com professores capazes de explicar a origem de
todas as informações, unindo-as sempre à realidade social da comunidade.
Afirmo
isso porque como professor que fui do antigo curso primário, passando pelos
antigos ensinos primário, secundário, ginasial e superior, sempre busquei unir
as partes em um todo, fazendo o aluno compreender o porquê das teorias e pouca atenção dava ao quê
dessas teorias, textualizando o todo e não só as partes, explicando a origem
dos fatos e os esclarecia porque aquele tipo de pensamento tinha se manifestado
nas diversas fases da história. Depois, entrava no assunto propriamente dito.
Mas
para isso, fazia pesquisas, lia livros e ao entrar em sala de aula, tinha uma
exata compreensão do que falaria, sobre como abordaria o tema e em que nível de
entendimentos os alunos se encontravam. Fazia uma pesquisa diagnóstica e
tabulava dados de meus alunos quando não os conhecia. Assim, tinha a perfeita
compreensão e entendimento de suas dificuldades e tentava – ninguém é perfeito
e eu não seria exceção – fazer com que eles interagissem no todo.
Sempre
gostava de tocar em assuntos que outros professores haviam lhe falado em algum
momento – “lembram daquele assunto tal, pois vai daí que surgiu essa teoria” –
e assim cativava os alunos, me fazia compreender e o índice de reprovação em
minhas turmas era o mínimo, mas também acontecia. Dessa maneira, o aluno não
era ensinado em uma coisa em particular, mas em seu conjunto, no todo,sempre buscando enfocar a realidade
social em que viviam, muito parecido com a “Educação Libertadora” de Paulo
Freire, transportando o concreto à prática, acrescentando a origem dos fatos e
o porquê dos fatos terem se dado daquela e não dessa maneira.
Ou
seja, discutia os problemas da sociedade e os interpretava para uma melhor
compreensão dos alunos. Sempre relacionava um fato histórico com outro fato
histórico e assim os alunos se interessavam mais pelas aulas, porque ela não
seria monótona.
Assim
entendo a didática inclusiva, extensa, completa, mas o que vejo hoje é
professores apenas reivindicando salários – o que é justo, mas não se
preocupando em melhorar suas próprias qualidades para desenvolver em seus
alunos a qualidade crítica e interpretativa de uma realidade. Bom salário é
ótimo e motiva ao professor em sala de aula, mas isso não é tudo e nem o mais
importante.
Pratiquei
esse tipo de método até ser aposentado por invalidez e nunca me arrependi de
fazê-lo em todas as turmas em que ministrei meus conhecimentos ou como
palestrante que, infelizmente, não tenho mais capacidade para fazê-lo porque
depois de 11 cirurgias a que sofri no cérebro, passei a esquecer muitas
palavras e, às vezes, me torno excessivamente repetitivo e cansativo também.
Mas continuarei defendendo uma educação comprometida e compromissada com a
transformação social.
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