Do
MPA
Cerca
de 10 mil camponeses e camponesas de 17 estados do país, organizados pelo
Movimento dos Pequenos Agricultores, estarão mobilizados entre os dias 28 de
maio e 1º de junho, na Jornada Nacional de Luta Camponesa.
Os
camponeses e camponesas vão às ruas para reafirmar o compromisso de luta com o
campesinato e os trabalhadores urbanos, e cobrar ações do estado brasileiro que
garantam e fortaleçam a produção de alimentos saudáveis no campo para a geração
de renda das famílias camponesas e o abastecimento das famílias da cidade.
Para
que o campesinato continue produzindo 70% da comida que vai a mesa do povo
brasileiro, o movimento reivindica políticas públicas voltadas para melhoria da
qualidade de vida no campo, que incluam o acesso à terra, investimento na
produção, beneficiamento e comercialização de alimentos, moradia e educação
camponesa, incentivos para que os camponeses continuem preservando o meio
ambiente, e mudança do modelo agrícola brasileiro, com o fortalecimento da
agricultura camponesa e da produção agroecológica. Além disso, o MPA reivindica
solução definitiva para o problema das dívidas dos pequenos agricultores.
O
MPA ainda questiona e denuncia as mudanças do novo Código Florestal, que
beneficia diretamente os latifundiários do agronegócio, legitima o desmatamento
já realizado e abre fronteiras agrícolas sobre as nossas florestas e áreas de
preservação.
A
jornada traz também como pauta central o combate ao uso de agrotóxicos e a
construção de uma nova dinâmica de produção no campo, caracterizada pelo fim
dos latifúndios e dos monocultivos, e que priorize a produção de alimentos para
garantia da soberania alimentar do povo a partir da agricultura camponesa com
base agroecológica.
Durante
a semana , diversas audiências nacionais e estaduais estarão sendo realizadas
para garantir a pauta de reivindicação do movimento. Já foram solicitadas
reuniões com 17 ministérios, entre eles o Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), Ministério da Agricultura, Ministério das Cidades (MC), Ministério da
Cultura (Minc), Ministério da Saúde (MS), Ministério do Desenvolvimento Social
e combate à fome (MDS), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ministério de Minas
e Energia (MME); além de reuniões com a Anvisa, Caixa Econômica Federal,
Receita Federal, Banco do Brasil, Companhia Nacional de abastecimento (Conab) e
Embrapa.
Pautas
específicas
A
jornada pede soluções imediatas e definitivas para o problema do endividamento
agrícola e a criação de uma linha de crédito subsidiado para a produção de
alimentos, desbancarizado e com pagamento pela produção.
Os
camponeses e camponesas cobram do estado a criação de um programa público de
pagamento por serviços sócio-ambientais realizados pelas famílias camponesas,
que garanta o incentivo de um salário mínimo por família ou propriedade que
cumpra as regras estabelecidas pelo Código Florestal Brasileiro. Ainda dentro
da pauta de meio ambiente, o MPA solicita a criação de um programa de apoio à
experiências cooperativadas de produção de Energias Renováveis como: PCHs,
aerogeradores, micro destilarias, unidades de óleo vegetal e biodiesel,
biodigestores, etc;
Em
relação à educação, o MPA reivindica a reabertura das escolas do campo e
adaptação dos currículos escolares com a realidade camponesa, além da criação de
uma bolsa permanência, para jovens estudantes e recém formados, para que
permaneçam no campo trabalhando em prol do desenvolvimento da comunidade.
O
MPA cobra do governo que programas como PAA e Habitação Rural, sejam
transformados em políticas públicas para que possam garantir a permanência dos
serviços prestados aos campesinato e que seus recursos sejam ampliados. Ele ainda pede o fortalecimento da CONAB, com
pessoal, estrutura e orçamento, com estratégia para a soberania alimentar
brasileira. Em relação ao Programa Luz Para Todos, o pedido é que seja feita a
ligação imediata de energia para todas as famílias cadastradas no Luz para
Todos e que haja melhoria na qualidade da energia onde já foram ligadas.
Tendo
em vista as demandas oriundas do PAA e PNAE, o movimento pede que se leve em
conta uma legislação específica e que se crie um programa massivo de pequenas
agroindústrias.
Diante
das catástrofes ambientais vivenciadas atualmente por vários estados
brasileiros, como chuvaradas e secas prolongadas, o movimento propõe a criação
de mecanismos que permitam ao governo uma reação emergencial para esses
problemas.
Para
garantir uma transição massiva para agroecologia, o MPA reivindica a criação de
um programa que fortaleça essa iniciativa, com crédito apropriado, políticas de
comercialização, logística para insumos agroecológicos e diferenciação em todas
as políticas públicas para quem der passos no processo de transição para esse
modelo.
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