domingo, 6 de maio de 2012

Movimentos Sociais do Amazonas retomam as ruas para debater as questões sociais

O Projeto Jaraqui começou no final da década  de 70  com 
o Professor Frederico Arruda e voltou  agora sob 
a coordenação do Professor Ademir Ramos
Depois da eleição que conduziu Lula a Presidência da Republica, os Movimentos Sociais foram contaminados pela síndrome do “agora é nós”. Passado mais de uma década, começamos a ver o surgimento de novos movimentos e a revitalização de outros que estavam adormecidos. 

No Amazonas surgiu o SOS Encontro das Águas, tendo como foco o combate a construção de um porto pelas empresas Vale do Rio Doce e Coca-Cola no Encontro das Águas na Colônia Antônio Aleixo.

No mesmo período os estudantes da UFAM e do ensino médio, promoveram grandes manifestações contra o aumento das passagens de ônibus em Manaus. Depois surgiu o Movimento de Combate a Corrupção e agora os Movimentos dos Professores do Ensino Médio, #Veta Dilma# e o Projeto Jaraqui que é retomado na República Livre do Pina na Praça da Polícia.

Com exceção do Projeto Jaraqui que tem uma pauta livre. Os demais são pontuais em suas demandas. No coso dos Professores está à qualidade da educação e as questões salarias da categoria.  O combate à corrupção é bandeira comum de todos. Os demais estão voltados para as questões ambientais, isso é um forte sinal que ainda falta muito para que os outros Movimentos Sociais voltem a retomar a mobilização social como forma de afirmar junto as autoridades as verdadeiras demandas que a sociedade periférica estão a reclamar.

O fato relevante dessa retomada de alguns Movimentos e surgimentos de novos, está no papel da educação, como se pode observar, todos os movimentos aqui relacionados, surgiram dentro da comunidade acadêmica da UFAM, não se tem conhecimento de fatos semelhantes tenham surgido na UEA e muito menos nas Faculdades Particulares. Isso é uma constatação que nos obriga a refletir sobre que tipo de produção intelectual vai surgir depois dessa avalanche de recursos públicos esparramado nos cofres das escolas e faculdade particulares. Essa é uma tarefa que deixo para os sociólogos ou qualquer outro membro da academia das ciências sócias.

O Movimento Sindical está a cada dia mais amarelo (referente à década de 30 quando o movimento era dividido entre o Sindicalismo Amarelo e Revolucionário), não vemos perspectivas positivas para curto prazo, se os sindicalistas ligados as correntes Trotskistas e a setores das Pastorais da Terra e Operaria e outras correntes do setor da esquerda socialista, tiverem a sensatez para construir uma Central de Trabalhadores voltada para o cotidiano dos locais de trabalho, podemos afirmar que em médio prazo teremos um verdadeiro Movimento Sindical organizado e de massa, é apenas uma possibilidade.

E o que pensar dos Partidos Políticos? Aqui abrimos um parêntese para compararmos dois partidos que na sua evolução se assemelham em muitos aspectos PTB do Trabalhismo de Vargas e Brizola e o PT do Lula e o Stalinismo representado por Zé Dirceu, na época de Vargas o PTB monopolizou o Movimento Sindical, agora na época de Lula o PT aparelha o Movimento Sindical como o Stalinismo agregou o Sindicalismo ao Estado na Rússia, isso é fato.

Que Partido poderia dar o suporte politico a um Movimento Sindical autentico, independente e autônomo? Essa é uma pergunta que não quer calar, quem pode responder são os partidos da esquerda socialista como PSOL, PSTU e PCB, porém, existem no seio desses partidos muitas concepções contraditórias quando se trata de “independência e autonomia” sindical, sindicalismo de quadros (cúpula) e sindicalismo de massas. No caso especifico, a história dá conta que o PCB sempre foi um partido que priorizou quadros, o PSTU tem essa mesma concepção, já o PSOL até agora não definiu uma politica clara para atuação dos seus militantes tanto no Movimento Sindical e Social.

Voltando aos Movimentos Sociais no Amazonas, podemos afirmar que do ponto de vista ideológico, não existe uma identidade politica definida desses movimentos aqui relacionados, porém, podemos destacar uma forte participação dos anarquistas nas manifestações de rua. 

É assim que caminha o Movimento Popular e Sindical no Amazonas e no BARASIL.

Elson de Melo – Sindicalista

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