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Projeto Jaraqui começou no final da década de 70 com o Professor Frederico Arruda e voltou agora sob a coordenação do Professor Ademir Ramos |
Depois da eleição que conduziu Lula a
Presidência da Republica, os Movimentos Sociais foram contaminados pela
síndrome do “agora é nós”. Passado mais de uma década, começamos a ver o
surgimento de novos movimentos e a revitalização de outros que estavam
adormecidos.
No Amazonas surgiu o SOS Encontro das Águas,
tendo como foco o combate a construção de um porto pelas empresas Vale do Rio
Doce e Coca-Cola no Encontro das Águas na Colônia Antônio Aleixo.
No mesmo período os estudantes da UFAM e do ensino
médio, promoveram grandes manifestações contra o aumento das passagens de
ônibus em Manaus. Depois surgiu o Movimento de Combate a Corrupção e agora os
Movimentos dos Professores do Ensino Médio, #Veta Dilma# e o Projeto Jaraqui
que é retomado na República Livre do Pina na Praça da Polícia.
Com exceção do Projeto Jaraqui que tem uma
pauta livre. Os demais são pontuais em suas demandas. No coso dos Professores
está à qualidade da educação e as questões salarias da categoria. O combate à corrupção é bandeira comum de
todos. Os demais estão voltados para as questões ambientais, isso é um forte
sinal que ainda falta muito para que os outros Movimentos Sociais voltem a retomar
a mobilização social como forma de afirmar junto as autoridades as verdadeiras
demandas que a sociedade periférica estão a reclamar.
O fato relevante dessa retomada de alguns
Movimentos e surgimentos de novos, está no papel da educação, como se pode
observar, todos os movimentos aqui relacionados, surgiram dentro da comunidade
acadêmica da UFAM, não se tem conhecimento de fatos semelhantes tenham surgido
na UEA e muito menos nas Faculdades Particulares. Isso é uma constatação que
nos obriga a refletir sobre que tipo de produção intelectual vai surgir depois
dessa avalanche de recursos públicos esparramado nos cofres das escolas e
faculdade particulares. Essa é uma tarefa que deixo para os sociólogos ou
qualquer outro membro da academia das ciências sócias.
O Movimento Sindical está a cada dia mais
amarelo (referente à década de 30 quando o movimento era dividido entre o
Sindicalismo Amarelo e Revolucionário), não vemos perspectivas positivas para
curto prazo, se os sindicalistas ligados as correntes Trotskistas e a setores
das Pastorais da Terra e Operaria e outras correntes do setor da esquerda
socialista, tiverem a sensatez para construir uma Central de Trabalhadores
voltada para o cotidiano dos locais de trabalho, podemos afirmar que em médio
prazo teremos um verdadeiro Movimento Sindical organizado e de massa, é apenas
uma possibilidade.
E o que pensar dos Partidos Políticos? Aqui
abrimos um parêntese para compararmos dois partidos que na sua evolução se
assemelham em muitos aspectos PTB do Trabalhismo de Vargas e Brizola e o PT do
Lula e o Stalinismo representado por Zé Dirceu, na época de Vargas o PTB
monopolizou o Movimento Sindical, agora na época de Lula o PT aparelha o
Movimento Sindical como o Stalinismo agregou o Sindicalismo ao Estado na Rússia,
isso é fato.
Que Partido poderia dar o suporte politico a
um Movimento Sindical autentico, independente e autônomo? Essa é uma pergunta
que não quer calar, quem pode responder são os partidos da esquerda socialista
como PSOL, PSTU e PCB, porém, existem no seio desses partidos muitas concepções
contraditórias quando se trata de “independência e autonomia” sindical, sindicalismo
de quadros (cúpula) e sindicalismo de massas. No caso especifico, a história dá
conta que o PCB sempre foi um partido que priorizou quadros, o PSTU tem essa
mesma concepção, já o PSOL até agora não definiu uma politica clara para
atuação dos seus militantes tanto no Movimento Sindical e Social.
Voltando aos Movimentos Sociais no Amazonas,
podemos afirmar que do ponto de vista ideológico, não existe uma identidade
politica definida desses movimentos aqui relacionados, porém, podemos destacar
uma forte participação dos anarquistas nas manifestações de rua.
É assim que caminha o Movimento Popular e
Sindical no Amazonas e no BARASIL.
Elson de Melo – Sindicalista
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