Prédio da Alfandega - Manaus (AM), 20 de maio de 2012 |
Por
Jornalismo Carlos Costa – Como sangue contaminado pelo lixo, fezes e esgotos
entupidos, as águas dos Rios Negro e Solimões invadiram as veias de algumas
ruas da parte antiga de Manaus, deixando-a a beira da exaustão,
transformando-as em espelhos que refletiam prédios, pessoas e monumentos
históricos da capital em um cenário belo para os fotógrafos, mas preocupante às
autoridades e pessoas atingidas. Uma tragédia histórica em 2012, pior do que a
de 1953 e 2009, tanto na capital quanto aos 50 municípios do Amazonas!
Em
meio às águas, um peixe foi pescado com vara, caniço e anzol da laje de uma
casa no município inundado de Iranduba. Incrível! Lembrei quando também fisguei
piranha pela janela da casa de meu tio Armando, no Varre-Vento, durante uma
avassaladora enchente, cujo ano não lembro; só do fato!
Na
capital, a campanha desesperada em favor da limpeza promovida pela Prefeitura,
deu uma dimensão ainda maior e mais dramática à tragédia das águas com o lixo
jogado pelos moradores em forma de pequenos papéis, garrafas PETs, pneus,
móveis, geladeiras e a podridão que tudo isso também acarreta. A Prefeitura de
Manaus faz sua parte, mas a população não ajuda e depois reclama!
De
bonito e bucólico mesmo, só o registro histórico fotográfico para as novas
gerações não duvidarem; só os registros dos reflexos nas águas pútridas, como
se fosse um perfeito espelho refletor, dos prédios históricos da Alfândega, o
“Cecilhão”, o Relógio Municipal, o Marco Zero e os ônibus que ainda trafegam
pelas ruas alagas, refletindo suas
sombras fazendo a alegria de muitos turistas e outras pessoas que nunca haviam
presenciado uma cheia tão grande!
Um
espetáculo de beleza e problemas, na mesma medida!
Bonito
para os fotógrafos, com registros históricos para o futuro e preocupante e
desesperador para as famílias da capital e do interior atingidas pelas águas.
Mas
como controlar a força da natureza? Impossível!
Resta-nos
apenas apreciá-la, admirá-la e permitir que continue cumprindo sua missão nesse
Estado, que só possui duas estações: seis meses de sol inclementes e seis meses
de chuvas torrenciais com inundações, lixo, preocupações, aterros de igarapés e
obras emergenciais que se repetem!
É
a natureza cobrando em dobro o preço, pela destruição e falta de cuidados com o
meio ambiente!
Av. Eduardo Ribeiro - Relógio Municipal de Manaus, 20 de maio de 2012 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário